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(…) as pessoas geralmente têm ideias erradas sobre as doenças do comportamento alimentar e pensam que sabem o que são essas doença...
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(foto do profile do facebook da Vanessa Fernandes criado em Julho de 2011 ) PARABÉNS VANESSA ! (actualizado em 15 set 20...
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Jan 30, 2010
Jan 29, 2010
>> Terapia pela fotografia II (um caso)
O primeiro passo para que uma pessoa com anorexia nervosa procure tratmento é admitir que tem o problema. E isso não é tão fácil como pode parecer (afinal 'ninguém' quer estar doente). Dizer simplesmente ao doente que está magro demais normalmente não o faz aperceber-se da situação. No caso da inglesa Samantha Smith, de 38 anos, a salvação foram as fotografias que tinha e que tirou a ela própria durante a recuperação.
Samantha passou a introduzir aos poucos mais alimentos à sua dieta e decidiu fotografar-se mensalmente durante 16 meses para registar seu progresso. Resolveu também tornar seu diário fotográfico público com o intuito de ajudar outros doentes. "Graças ao diário, podia ver o meu rosto a transformar-se. As maçãs do rosto a encherem, as rugas a ficarem menos visíveis e minha pele a deixar de estar pálida e acinzentada. Meu cabelo começou também a ficar mais saudável"
Por volta de maio do ano passado, já havia voltado a usar a antiga numeração de roupa. Mas, ao longo do processo, precisou muito do apoio da família. No começo, chorava durante todas as refeições, achando que cada pedacinho de comida a deixaria gorda.
>> Anorexia Nervosa (avanços da ciência - Lancet II 2009)
Vários tratamentos e respectivas combinações têm sido testadas para a compulsão alimentar, com eventual eficácia no curto prazo. Foram também testadas novas formas de tratamento para a bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar, com resultados promissores. Houve progressos no tratamento da anorexia nervosa nos jovens, embora o mesmo não se tenha verificado na em relação aos doentes adultos afectados pela doença."
Jan 27, 2010
>> Internet, Anorexia e Bulimia (III) e Livros
Antes da difusão da Internet, antes de procurarmos na rede 'tudo e mais alguma coisa', muitos doentes com anorexia e bulimia, procuravam (ainda procuram) e devoravam livros sobre o assunto. Porquê?
Por várias razões:
não se sentiram sozinhos + lerem estórias de pessoas semelhantes + quererem convencer-se que o que estão a fazer não é problemático + serem incentivados a prosseguir na doença ou terem razões justificativas do seu comportamento + encontrar truques e dicas em relação a comportamentos + encontrar forma de manter em segredo os seus comportamentos
>> Anorexia Nervosa (avanços da ciência - Lancet I )
As doenças do comportamento alimentar (Eating Disorders ED) são doenças que atingem, numa perpectiva física, social e psicologica , em especial raparigas adolescentes e jovens mulheres adultas. São muito menos frequentes nos homens. Estas doenças estão actualmente [em 2003] divididas em três categorias de diagnóstico: anorexia nervosa, bulimia nervosa e doenças do comportamento alimentar atípicas. No entanto, essas doenças apresentam muitos aspectos em comum e os doentes passam frequentemente de umas para outras, por isso, ao definirmos o objectivo deste Seminário [Lancet Seminar on Eating Disorders 2003] adoptamos uma perspectiva de multi-diagnóstico.
As causas das doenças do comportamento alimentar são complexas e mal compreendidas. Existe uma predisposição genética assim como certos factores específicos de risco ambiental [referentes ao ambiente em que se move o doente como por exemplo família etc.] A investigação em relação ao tratamento tem-se centrado na bulimia nervosa e existe evidência empírica que o tratamento desta doença é possível. Uma forma específica de terapia cognitiva comportamental é o tratamento com melhores resultados, embora aparentemente poucos doentes recebam, na prática, este tratamento. É evidente que o tratamento da anorexia nervosa e das doenças do comportamento alimentar atípicas têm recebido muito pouca atenção da investigação”
>>> "A Anorexia não é apenas sobre comida" ( poster)
Selina Turfus
University of Plymouth
BA(Hons) Illustration
24 November 2009 (aqui)
(para ampliar clique na imagem)
Sobre este cartaz escreveu a artista Selina Turfus: "Com estas imagens quero ilustrar os pensamentos de uma vítima da anorexia. Há três figuras, todas do mesmo indivíduo. A figura da direita representa o lado 'bom' e saudável [ironia] e o lado esquerdo representa o lado 'mau'.
Jan 26, 2010
Jan 25, 2010
>> Recuperar ( o mais difícil é ...)
Superar os principais traços de personalidade
"Uma das minhas parceiras de recuperação no Twiter escreveu esta semana:
"É mais que evidente que para se recuperar de uma doença do comportamento alimentar é necessário superar os traços de personalidade neurológicos e psicológicos" .
Well you have suffered enough
"Falling Slowly," Glen Hansard and Marketa Irglova
Imagem: ilustração de Clare Owen no seu blogue aqui
>> Belezas II (actualizado)
UM DIA e 10 CIRURGIAS DEPOIS
Jan 24, 2010
>> Belezas I
"destacar a boca"
"trabalhar o nariz"
"alargar os olhos"
"eliminar as rugas"
"instalar implantes"
pode ler-se nas anotações.
Jan 21, 2010
>> Carta Aberta ( testemunho de uma jovem)
quarta-feira, 20 de Janeiro de 2010
CARTA ABERTA
Jan 20, 2010
>> "A anorexia é uma doença do foro emocional..."
Jan 19, 2010
>> Diagnóstico da Anorexia Nervosa ( discussão científica dos critérios)
Jan 16, 2010
>> Ave Fenix ( testemunho em Confesiones de Ana)
"Conta a lenda que no Paraíso, sob a Árvore do Bem e do Mal, floriu uma roseira. E perto da primeira rosa nasceu uma ave com uma linda plumagem e um canto incomparável. Essa ave foi o único ser que não quis provar os frutos da Árvore. Quando Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, caiu sobre o ninho dessa ave uma centelha da espada de fogo de um Querubim, e o pássaro ardeu num ápice.
Mas, das próprias chamas, surgiu uma nova ave, o Fénix, com uma plumagem magnífica e única, asas vermelhas e corpo dourado.
A imortalidade do Fénix foi a recompensa pela sua obediência ao preceito divino. Recebeu também outras qualidades como o conhecimento, a propriedade curativa das suas lágrimas, e sua força incrível. Ao longo das suas múltiplas vidas, a missão do Fénix foi transmitir conhecimentos que foi guardando desde a sua criação junto à Árvore do Bem e do Mal, e inspirar o trabalho dos pesquisadores do conhecimento, fossem artistas ou cientistas."
Acredita-se que a Fénix foi o único animal do Paraíso que resistiu à tentação, o que fez ele ser um eterno.
E é assim que me sinto. Como uma Ave Fénix que renasce das suas cinzas, deixando para trás a tentação o pecado.
Vejo-me agora: irreconhecível. Olho-me no espelho e tenho dificuldade em identificar a imagem reflectida à minha frente. Mas sou eu, um novo eu, ressuscitado das cinzas, das cinzas das chamas que me foram destruindo-me durante muitos anos. E, tal como a ave Fénix , ressurgi com uma nova imagem que, por muito que me custe, tenho que admiti-lo, é muito mais atraente. Deixei de ser uma menina e transformei-me numa mulher. Uma mulher com curvas, um longo cabelo brilhante, um pele radiosa, uns olhos a brilhar, um sorriso permanente.
Renunciei ao pecado, à tentação e livrei-me das chamas que me consumiam para me converter em quem sou hoje.
Não posso enganar-me a mim própria, tudo o que me magoa continua a estar aqui. Todas as razões que me fizeram mergulhar no mundo sombrio da anorexia estão aqui, não desapareceram, e não desaparecerão. Mas eu aprendi a viver com elas.
Usei a minha anorexia como uma forma de enfrentar meus medos, acreditando que desse modo deixariam de me magoar, deixariam de me amedrontar. Mas estava enganada. Os medos não desapareceram, apenas os transformei em novos medos. Aprendi a não temer a morte, a não temer o passar dos anos, a não ter medo da mudança permanente das coisas, a não temer a transformação do mundo. Mas novos medos nasceram que me tornavam o dia a dia cada vez mais difícil.
Resisti à tentação e livrei-me das chamas, renasci das cinzas, mas os meus medos não desapareceram. Continuo a ter medo da morte, continuo a ter medo do passar dos anos, da instabilidade do mundo. E os medos afectam-me, magoam-me e não posso mudar.
Às vezes tento lembrar-me de como era fácil viver num mundo em que, ao contrário da grande maioria das pessoas não tinha medo da morte. Mas eu sei que era apenas um engano, porque a verdade é que não deixei de ter medo, apenas mudou o meu medo para outros aspectos da minha vida e acabou por ser tudo muito mais difícil ainda.
Não é fácil viveres com os teus medos. Sou uma pessoa extremamente sensível, tudo me afecta muito e às vezes, choro sem motivo. Mas também sorrio sem motivo pelo simples facto de que, apesar dos meus medos, estou satisfeita com o que tenho.
E estou a aprender a gostar do meu corpo. Eu sei que nunca chegará o momento em que direi "Estou satisfeita com meu corpo", não sei se pela minha própria situação ou se pelo facto de ser mulher. Mas hoje, eu começo a aceitar o meu corpo, a aceitar a imagem reflectida no espelho, a não temer tão intensamente uma refeição, uma reunião de família, o verão; a não temer as mudanças naturais do meu próprio corpo, um corpo que começo a aceitar como "algo" belo por ser exactamente como é. E custa-me aceitá-lo, mas começo a fazê-lo (com certeza que com alguns quilitos a menos seria muito mais fácil).
Renasci das cinzas que me consumiram e não foi fácil. Mas fi-lo e ganhei o prémio da vida eterna. E valeu a pena. É difícil renunciar à tentação da anorexia, que sempre considerei como uma coisa "eterna", que gostaria de ter para sempre, mas temos que mudar essa concepção errada. E olhar para o espelho, pelo outro lado, pelo lado da realidade onde a eternidade só é alcançada renascendo das cinzas e vivendo a eternidade da vida com os medos e incertezas que isso implica, mas a vida, ao fim e ao cabo, a vida que é a base da eternidade"
ANA
http://www.elavefenix.net/
Jan 15, 2010
>> "...achei que não era nada e que ia passar" (testemunho)
Jan 13, 2010
>> Fazer dieta: 67.873 rapazes e raparigas de 41 países responderam...( II )
Dietas para perder peso e muito rigorosas e perpetuando-se no tempo apresentam o risco de graves consequências para as pessoas em desenvolvimento. Podem aumentar a irratibilidade, problemas de concentração, perturbações do sono, menstruação irregular, risco de atraso no crescimento, atraso no desenvolvimento sexual e deficiências nutricionais (2). Fazer dietas extremas é considerado como estando associado a baixa auto-estima e outros estados psicológicos negativos tais como a depressão, a ansiedade, os distúrbios do comportamento alimentar [anorexia nervosa, bulimia, etc.] Extreme dieting is believed to be associated with low self-esteem and e pensamentos suicidários(1,3–7).
Os jovens de 41 países foram questionados sobre se estavam actualmente “a fazer dieta ou a fazer qualquer coisa para perder peso” As opções de resposta eram: (a) não o meu peso é bom (b) não eu preciso de aumentar de peso (c) sim. Os resultados do MAPA representam a percentagem dos que declararam estar a fazer dieta ou algo para perder peso (clique no mapa para aumentar)
As raparigas de todas as idades (11 a 15 anos) apresentam maior incidência na prática de dietas. Essa diferença entre raparigas e rapazes ocorre nos 41 países estudados para a idade dos 15 anos e em quase todos para a idade dos 13 anos. Nos 11 anos a taxa é mais baixa e essa diferença ocorre em poucos países."
1. Field AE et al. Relation between dieting and weight change among preadolescents
and adolescents. Pediatrics, 2003, 112(4):900–906.
2. Pesa J. Psychosocial factors associated with dieting behaviors among female
adolescents. Journal of School Health, 1999, 69(5):196–201.
3. Ge X et al. Pubertal transitions, perceptions of being overweight and
adolescents’ psychological maladjustment: gender and ethnic differences. Social
Psychology Quarterly, 2001, 64:363–375.
4. Edmunds H, Hill AJ. Dieting and the family context of eating in young adolescent
children. International Journal of Eating Disorders, 1999, 25:435–440.
5. Patton GC et al. Onset of adolescent eating disorders: population based cohort
study over 3 years. British Medical Journal, 1999, 318:765–768.
6. Siegel JM. Body image change and adolescent depressive symptoms. Journal of
Adolescent Research, 2002, 17:27–41.
7. Thompson AM, Chad KE. The relationship of social physique anxiety to risk for
developing an eating disorder in young females. Journal of Adolescent Health,
2002, 31:183–189.
Jan 11, 2010
>> Imagem do corpo: 67.873 rapazes e raparigas de 41 países responderam...( I )
FONTE: Organização Mundial da Saúde - WHO World Health Organization. O inquérito em que se baseia o relatório foi levado a cabo por equipas de cada um dos países. Em Portugal foi uma equipa de investigadores da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa (FMH-UTL).
INEQUALITIES IN YOUNG PEOPLE’S HEALTH HEALTH BEHAVIOUR IN SCHOOL-AGED CHILDREN
INTERNATIONAL REPORT FROM THE 2005/2006 SURVEY (aqui na página da WHO-OMS) de HBSC INTERNATIONAL COORDINATING CENTRE, Child and Adolescent Health Research Unit (CAHRU); The Moray House School of Education; University of Edinburgh, http://www.education.ed.ac.uk/cahru
Jan 9, 2010
>> Entrevista sobre Anorexia (na SIC dia 7 de Janeiro 2010)
Rita Ferro entrevista a Dra. Isabel do Carmo (HSM), José Delgado (AFAAB) e Ana Sofia Fernandes (ex-anoréctica). nota: o video, com duração total de 22 minutos, pode levar alguns segundos iniciar-se. O programa conta ainda com a participação pelo telefone de Mafalda Neves cujo testemunho em video em 2008 pode ser visto num blogue aqui.
A Professora Doutora Isabel do Carmo tem vários livros publicados (pela dom quixote) um deles reprozuz-se a capa em cima.
>> Apoio a Familiares e Amigos. Onde? (actualizada 8 Jan 2010)
BRAGA: Helena Campos 25 361 25 08 helena.f.campos@seg-social.pt
FARO: Guiomar Paulo 28 999 14 28 guiomarpaulo342@hotmail.com
LISBOA: José Delgado 21 432 19 67 jjcdelgado@mail.cp.pt
217 972 110 ou 914 929 928 (2ª feira a 5ª das 14h-17h); Próxima reunião: 27 de Novembro 21:30, 2009-11-27 - NDCA - Rua Sousa Lopes, 63-C -LISBOA (Frente ao CC Gemini) pelas 21H30
MATOSINHOS: 91 492 99 28 (Todos os dias);Sede da AFAAB:Rua de Augusto Gomes, 313 (traseiras) Apartado 2198; 4450-999 MATOSINHOS; Atendimento às 2ª, 4ª e 6ª feiras das 15H às 18H ; 22 938 56 44 (2ª,4ª e 6ª feira das 15H às 18H); 91 492 99 28 (Todos os dias); 22 200 00 42; afaab@sapo.pt
PORTO: 91 492 99 28
Jan 8, 2010
>> AFAAB , contacto 91 492 99 28
Jan 7, 2010
>> Anorexia e inteligência (interrogações de Melissa)
Porque é que uma mente inteligente decide coisas tão estúpidas como comer apenas maçãs e alface (ou até nem comer nada)?
Porque é que o cérebro perde tempo a contar calorias e engendrar estratégias de passar fome? (*)
A inteligência não leva à doença de comportamento alimentar mas pode mantê-la. Cria condições para ela ir progredindo" comenta a Melissa.
(*) Encontrei estas perguntas na página da Melissa Wolfe de 29 anos (aqui) onde ela se interroga sobre a sua experiência de recuperação de uma anorexia nervosa . Tive conhecimento da página ao visitar os links de página d e um centro de investigação sobre doenças do comportamento alimentar de uma universidade britânica, Eating Disorders Research do King's College London (aqui) . É uma página muito rica em informação e disponibilizando resultados sobre as últimas investigações, nomeadamente sobre a anorexia nervosa. Acrescentei esse centro às ligações em inglês e passarei a ser visitante regular e divulgadora aqui neste blogue de alguma da informação disponibilizada. É muito revelador o título de uma das entradas dessa página do King's College: O QUE JÁ SABEMOS ( What we already know) a lembra-nos o muito que ainda existe para esclarecer.
Jan 6, 2010
>> " O problema era comigo mesma..." (testemunho)
Fernanda conversou por telefone com Marie Claire Online e revelou as partes mais difíceis dessa luta contra os próprios pensamentos. Confira:Marie Claire - No livro, você diz que a sua anorexia foi desencadeada por um diagnóstico de hipoglicemia. Como isso pode acontecer?Fernanda do Valle - Eu tenho transtorno alimentar desde os 12 anos, mas convivi com ele por anos e minha família nunca notou. Quando comecei essa dieta (o médico havia cortado doces, açúcares, frituras e carboidratos de farinha branca), eu fiquei sem opções. Aí eu perdi a mão de vez.MC - Como eram os seus pensamentos em relação à comida?FV - Meu pensamento sempre foi obsessivo pela magreza. Meu pai e minha irmã mais velha tinham sobrepeso e, no pânico de engordar, eu tentava criar uma margem de segurança de magreza. Eu sabia o valor nutricional de cada alimento. No final do dia, fazia a conta para ver se batia com o que eu queria. Então, programava o dia seguinte.
MC - Como era a sua alimentação?
FV - Eu fazia tudo errado. Ficava muito tempo sem me alimentar e, quando comia, perdia a mão e comia demais. Chegava a fazer 24 horas sem comer. Toda segunda-feira começava um regime novo, sempre por conta. Além disso, comia e ia correndo para a academia queimar o que havia ingerido. Comer de três em três horas só entrou na minha vida depois do tratamento contra a anorexia.
MC - Qual foi o seu menor peso?
FV - Eu cheguei a pesar 41 kg.
MC - Por que você acha que teve tantos altos e baixos no tratamento?
FV - Porque os pensamentos obsessivos são muito fortes. Eu estava vendo uma cena na novela (“Viver a Vida”, da TV Globo) em que a Bárbara Paz dizia “eu quero melhorar, mas não consigo”, e eu senti aquilo dentro de mim. Você tem a consciência, mas a doença é muito forte. Depois que você aceita (se tratar), ainda tem de lutar contra os seus pensamentos.MC - O que você sentia quando ganhava peso?
FV - Eu tinha muito medo de perder o controle. Sonhava que acordava e não conseguia levantar da cama de tão gorda que estava. Pensava que as pessoas não gostariam de mim se fosse gorda.MC - Você tinha medo de perder o amor do seu namorado?
FV - Na época eu estava tão egoísta e obsessiva comigo que eu nem pensava nos outros. O problema era comigo mesma. Ele me pedia para ganhar peso, pois havia me conhecido com 10 quilos a mais, mas eu não dava bola.
MC - Por que os outros não percebiam o que se passava?
FV - Eu era uma bela de uma atriz. Não fazia a compensação na frente dos outros. Às vezes dava desculpas como “já comi no colégio”, “jantei em casa”, “estou com dor de garganta”. Desculpas existem muitas.MC - Você se considera uma pessoa ansiosa?
FC - Sim, eu ainda me considero uma pessoa muito ansiosa. Tenho que me vigiar para não fazer três coisas ao mesmo tempo, não puxar o laptop quando estou comendo, não levantar. Tenho dificuldade de slow-down.MC - Você se pesava muitas vezes?FC - Muitas vezes por dia! Eu tinha balança em casa e, se passava na farmácia, parava para me pesar. Pesava antes e depois da atividade física. Eu era obcecada pelo número. Hoje me peso só na nutricionista.
MC - Como você se via?
[ continuar a ler aqui na revista Marie Claire on line]LIVRO: "Eu, ele e a enfermeira... na luta contra a anorexia"
AUTORA: Fernanda do Valle
EDITORA (Brasil): Clio
Jan 4, 2010
>> Prioridades nas urgências ( qual a COR da Anorexia Nervosa?)
"Sou irmão de uma rapariga de 19 anos que já há cerca de 3 anos sofre de anorexia. Já andou em psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, médica de familia e não se veêm resultados. Ela está extraordinariamente magra, deve pesar neste momento menos de 30 quilos e vinha-vos pedir ajuda para ajudarem os meus pais, que não sabem o que podem fazer. Em Novembro foi internada no Hospital de Leiria, onde nós moramos e esteve lá 1 mês e meio. Deram-lhe alta argumentando que não colaborava, que os valores dos vários exames estavam bons e que não poderia estar lá mais tempo internada. Durante o tempo em que esteve internada nunca teve uma consulta de psicoterapia, apenas medicação e uma dieta especifica para ela. Desde o dia em que teve alta já foi lá mais 2 vezes, incluindo hoje, 25 de Dezembro, porque se recusa a comer, diz que não tem apetite e que quer morrer. Os médicos do serviço de psiquiatria dizem que não podem fazer mais porque ela não colabora e apenas dizem aos meus pais para a obrigar a comer. Os meus pais também já falaram aos médicos da hipótese da minha irmã ser transferida para os HUC onde têm uma consulta própria para os distúrbios alimentares mas eles levantam muitas reticências e dificuldades, dizendo que é muito complicado ela conseguir uma cama, só em casos muito urgentes. Mas ela é um caso URGENTE!! (...)"