Começámos em Maio 2009, recebemos 358 comentários aos 687 posts

Obrigada a todos os que de múltiplas formas contribuem para o esqueciaana Escrevam: esqueciaana@gmail.com




os 10 posts mais lidos (esta semana) seguidos dos posts mais recentes (26 Outubro 2016):

Jun 30, 2011

...Reunião da AFAAB

REUNIÃO DE FAMILIARES E AMIGOS NO PORTO


2011-07-01 - Auditório do Serviço de Psiquiatria do H. S. João (Porto) pelas 21H30

(recebemos esta informação da AFAAB que divulgamos como é habitual)

Jun 26, 2011

...atletas portugueses e transtornos alimentares (2 artigos científicos 2011)

A revista European Eating Disorders Review, publicou um número especial sobre exercício compulsivo (Special Issue: Special edition on compulsive exercise) Volume 19, Issue 3, May/June 2011. Nas páginas 190–200 pode ler-se o artigo de três investigadores portugueses da Universidade do Minho  (tradução adaptada do resumo do artigo: Doenças do Comportamento Alimentar em atletas portugueses: a influência das características pessoais, desportistas e variáveis psicológicas.)
Eating disordered behaviours in Portuguese athletes: The influence of personal, sport, and psychological variables

A. Rui Gomes, Carla Martins, Luiz Silva
RESUMO
Objectivo - O estudo descreve transtornos do comportamento alimentar numa amostra de atletas de elite portugueses e analisa o impacto de factores pessoais e desportivos esses comportamentos.
Método- Duzentos e noventa atletas (51,7% homens) praticantes de desportos colectivos (64,8%) e individuais foram incluídos no estudo. O protocolo de avaliação incluiu o Eating Disorder Examination Questionnaire; o Sport Condition Questionnaire; o Sport Anxiety Scale; o Task and Ego Orientation in Sport Questionnaire; o Cognitive Evaluation of Sport–Threat Perceptions e o Self-Presentation Exercise.
RESULTADOS
ndivíduos do sexo feminino, atletas com maior índice de massa corporal, e aqueles com um desejo de pesar menos, manifestaram mais transtornos do comportamento alimentar. Não foi encontrada nenhuma relação com variáveis desportivas. Finalmente, uma maior prevalência de distúrbios do comportamento alimentar foi prevista para os que tinham menor satisfação em termos de forma do corpo e da aparência física, maior ansiedade e impression motivation.
CONCLUSÃO
As características pessoais dos atletas, assim como a sua satisfação corporal, ansiedade, motivação, e percepção de ameaça e comentários do treinador em relação ao peso, representam aspectos que poderem elevar o risco de transtornos do comportamento alimentar nos atletas.

Luiz Silva, A. Rui Gomes, and Carla Martins também um outro artigo, disponível aqui:
Psychological Factors Related to Eating Disordered Behaviors: A Study with Portuguese Athletes, The Spanish Journal of Psychology,  2011, Vol. 14 No. 1, 323-335
Transcrevemos o resumo (em castelhano)
"Este estudio analiza los trastornos alimentarios en una muestra de atletas portugueses y explora la relación de este problema con algunas dimensiones psicológicas. Participaron en el estudio 299 atletas (153 hombres, 51.2%), practicantes de modalidades
colectivas (65.2%) e individuales (34.8%). El protocolo de evaluación incluyó los siguientes instrumentos: Cuestionario de Evaluación de los Trastornos Alimentarios (CETA, Fairburn y Beglin, 1994); Cuestionario de Evaluación del Estado Físico y Deportivo (Bruin et al., 2007; Hall et al., 2007); Escala de Ansiedad en el Deporte-2 (Smith et al., 2006); Cuestionario de Orientación Motivacional para el Deporte (Duda, 1992; Duda y Whitehead, 1998); Escala de Evaluación Cognitiva de la Competencia: Percepción de Amenaza(Cruz, 1994; Lazarus, 1991); y el Cuestionario de Auto-presentación en el Deporte (Gammage et al., 2004).
Los resultados revelaron:
i) inexistencia de valores con significación clínica en las dimensiones evaluadas simultáneamente en el CETA;
ii) las mujeres presentaron valores superiores en la dimensión global del CETA y los atletas con mejores resultados deportivos asumieron unamayor tendencia para la restricción en el CETA;
iii) atletas con el deseo de pesar menos obtuvieron resultados más elevados enel valor global del CETA;
iv) atletas con valores inferiores en el CETA total mostraron resultados más positivos en las dimensionespsicológicas;
v) diferentes dimensiones psicológicas fueron identificadas como predictoras de los trastornos alimentarios.
En conclusión, y a pesar de que la prevalencia de trastornos alimentarios no fue significativa en este estudio, los resultados relativos ala relación con los factores personales, deportivos y psicológicos fueron muy evidentes."

Jun 25, 2011

...Recuperar (breves testemunhos)

O blogue ed-bites, de Carrie Arnold convidou os leitores no post “Six Word Recovery Stories” que escrevessem a “história da recuperação em seis palavras”. Até agora mais de 60 leitores responderam, nem sempre cumprindo a métrica mas seguindo o espírito que é o que importa.

Transcrevo abaixo algumas das histórias breves e copiando a ideia de Carrie Arnold convido também os leitores do esqueciaana a escrever uma micro história de recuperação. Os comentários recebidos serão acrescentados a este post.

  • “Deixa de tentar; começa a viver”
  • “O meu filho merece uma mãe saudável”
  • “A minha vida merece a luta”
  • “Dois passos em frente um passo atrás”
  • “Ficamos melhor sem a ajuda da ana”
  • “Lutando para reconquistar a minha vida”
  • “Tentar. Falhar. Tentar outra vez. Falhar melhor”
  • “Pequenos passos numa grande caminhada”
  • “Tentar. Um pouco de cada vez”
  • “A recuperação é um processo, não é um episódio”
  • “Libertei-me! Pode haver melhor prazer?” (esqueciaana, ex-ana)
  •  cont.
Nota de esqueciaana: Existem várias micro contos atribuidos a diversos escritores, mas cuja autenticidade ainda se discute. É o caso do que dizem ser conto mais pequeno da literatura mundial escrito por Augusto Monterroso e citado por Italo Calvino "Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá". É também o caso da história atribuída a Ernest Hemingway “Anúncio: Vende-se, sapatinhos de bébé, nunca foram usados”.

Imagem retirada de aqui, artista Lee Hufan

Jun 23, 2011

...Olhar para dentro do “eu” ajuda a recuperação (4 tipos)



Do post “Insights on Insight” encontrado no blogue da Dra. Sarah Ravin (em inglês) o esqueciaanana reproduz alguns parágrafos que acha bastante úteis para a recuperação dos doentes com distúrbios do comportamento alimentar:

“A introspecção ou auto análise do doente [nota de esqueciaana: a palavra original em inglês é "insight", traduzido à letra ‘olhar para dentro’] é um tema muito discutido em psicoterapia. A maioria dos médicos acredita que a prática da introspecção (auto-análise) é um aspecto crucial da recuperação das doenças mentais. Muitos clínicos acreditam que este auto-conhecimento é um pré-requisito necessário para a mudança.

"Existem alguns tipos de tratamento,…[nota do esqueciaana: no post original  são enunciados vários que aqui não se transcrevem]

Continuando a citar a Dra. Sarah Ravin, "Os tipos de auto-análise antes descritos são relativamente inúteis. No entanto, existe um outro tipo de visão com bons resultados nos tratamentos e é um dos muitos indicadores de um indivíduo psicologicamente saudável. A auto-análise ou instrospecção (Insight), encontra-se descrita em mais detalhe num dicionário (em inglês) ou na wikipedia (em inglês) [em português por exemplo aqui ou aqui]. Portanto, a fim de lidar com sucesso ou superar uma doença mental, uma pessoa deve ser capaz de discernir a verdadeira natureza de sua doença mental e deve entender em que medida as causas e os efeitos se aplicam aos seus sintomas. As seguintes introspecções (auto-análises, insights) seguintes são extremamente importantes para a recuperação:
 
1.)
Ter consciência, reconhecer o facto de que tem uma doença mental. Tal inclui a aceitação do facto de que a doença está, em certa medida, fora do controle da pessoa, e não pode ser simplesmente desaparecer ou ser superarada pela força de vontade.
 
2.)
Conhecer os sintomas de sua própria doença mental e como eles se manifestam. Esta introspecção ou auto-análise inclui a capacidade de auto-reconhecer sinais e sintomas assim como as capacidades necessárias para eliminar, gerir ou lidar com os sintomas quando estes surgem.

3.)
Conhecimento em relação aos às consequências de seguir não seguir, o plano de tratamento e as recomendações do médico. Essa percepção envolve a compreensão não só do que o especialista está a fazer ou recomendar, mas também a razão do está a fazer ou recomendar. Ou seja, a compreensão do mecanismo da mudança.

4.)
Compreender como é que as diferentes alternativas e opções influenciam a própria doença. Por exemplo, uma pessoa com um transtorno de humor (no original inglês: mood disorder) precisa aprender que dormir 8-9 horas, fazer exercícios regularmente, tomar a medicação e aperceber-se das mudanças de humor diariamente são essenciais para estabilizar o humor. O doente também terá de aprender que ficar bêbado no dia de aniversário, cruzar fusos horários nas férias sem recompor o sono perdido, falhar a medicação por dois dias porque se esqueceu de pedir a receita a tempo, ou fazer ‘directas’ na época de exames finais, irá provavelmente vai provocar um retorno dos sintomas, apesar de as "pessoas normais" fazerem essas coisas o tempo todo sem pensarem duas vezes. "Mas isso é uma chatice!" Pensam. "Isso não é justo!" E estão certos.

Acredito que o doente deve desenvolver os quatro tipos de auto-análise durante o tratamento. É responsabilidade do médico apoiar o doente no desenvolvimento dessa auto-análise. Também é responsabilidade do clínico garantir que os membros da família do paciente pratiquem essa introspecção durante o tratamento, como é muitas vezes o caso do pai, mãe ou companheiro que em primeiro lugar irá notar os sinais de recaída e incentivar o retorno ao tratamento. Este comportamento é especialmente verdadeiro em distúrbios caracterizados por anosognosia" (nota do esqueciaana: anosognosia=incapacidade de alguém doente se aperceber da doença; a anosognosia acompanha geralmente as doenças do comportamento alimentar e outras doenças mentais).

Imagem: fotografia da autoria de Courtney Krawec (Australia, 15 anos) 1º prémio de Jovem Fotógrafo do Ano 2009 pelo global times, aqui.

Jun 13, 2011

...actividades de Verão (Universidade Júnior) na U. do Porto

As inscrições estão quase a fechar. As opções são muitas. Existem em várias universidades portuguesas . Damos notícia agora das actividades na Universidade do Porto dirigidas a estudantes do ensino secundário de diferentes idades
Mais informações nestes links (incrições, prazos, programas, alojamento, etc.):
http://universidadejunior.up.pt/
http://sigarra.up.pt/up/web_base.gera_pagina?p_pagina=1001425
Os projectos desenvolver-se-ão nas seguintes faculdades: Faculdade de Arquitectura; Faculdade de Belas Artes; Faculdade de Ciências; Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação; Faculdade de Desporto; Faculdade de Direito; Faculdade de Economia; Faculdade de Engenharia; Faculdade de Farmácia; Faculdade de Letras; Faculdade de Medicina; Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar; Casa da Música; Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo / IPP.

Jun 6, 2011

..."A depressão não passa com o tempo..." ( Tratamento da Depressão: Esclarecer Mitos, no blogue de Lídia Craveiro)

Existem muitos mitos sobre o tratamento da depressão, um post recente de Lídia Craveiro, Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Psicanalítica (aqui) refere-se a eles. Também a Vanessa Marsden tem tratado o assunto. Por exemplo aqui. Também eu sei que a depressão não passa com o tempo, pelo contrário, se não é tratada piora.

Jun 3, 2011

...Vogue Italia capa junho 2011 e petição (campanha real ou marketing?)


A revista Vogue em Itália publica este mês uma capa especial. Dizem que não acontecia na capa há cerca de 10 anos, incluir modelos que vestem tamanhos grandes. A revista tem também on line uma petição anti sites pro anorexia (aqui). As modelos são Tara Lynn, Candice Huffine e Robyn Lawley. O título original italiano Belle Vere (ou Belas de Verdade ou Beleza Verdadeira) pretende chamara a atenção para a existência de beleza em todas as formas e feitios. A directora da Vogue italiana Franca Sozzani  declarou "Por é que estas mulheres mulheres deveriam emagrecer? Muitas que têm quilos a mais são especialmente bonitas e também mais femininas". Já há anos a editora da Vogue Britânica se tinha declarado contra o tamanho zero (aqui). Mesmo que seja mero marketing (e em minha opinião é mesmo)  é interessante acompanhar esta tendência e a importância nos padrões de beleza que se vão formando.
Imagens: Capa da Vogue Italiana de Junho 2011 (Belle Vere) e capa de uma vogue do Brazil onde o photoshop é mais que evidente e os ossos não são limite para o photoshop e outros programas de tratamento de imagem.