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Nov 6, 2013

... likes, instagram e anorexia (testemunho de Amanda Melito)


 


Quantos likes essa anorexia merece? Duas garotas lindas e inteligentes definham enquanto seus seguidores elogiam sua magreza. Esta semana, uma morreu. Amanda Melito, que acordou a tempo, conta sua história.

Postado em 23 ago 2013por :  no diário do Centro do Mundo (Brasil)
 
Na última terça-feira, dia 20, uma jovem gaúcha com milhares de fãs nas redes sociais, autora de comentários espirituosos no Twitter e com centenas de fotos que sublinhavam sua beleza postadas na rede, morreu. Ela atendia pela arroba @megan_foques e chamava-se Daiane Dornelles. Amigos e conhecidos apontam como causa da morte complicações de uma disfunção alimentar que pouco a pouco alcança níveis epidêmicos: a anorexia nervosa.
Outra tuiteira de sucesso, @amandamelito (ela já se apresentou como @cherguevara, mas desistiu do trocadilho), resolveu não calar. Elas não se conheciam. Mas Amanda experimentou o inferno do qual Daiane não foi resgatada. A pedido do Diário, ela escreveu um depoimento.
Bons tempos em que pegar o jornal sobre o capacho consistia na primeira fonte de informação do dia. Hoje, nossas manhãs se transformaram num ritual em que nos inteiramos da vida alheia: em que restaurante as pessoas andam comendo, em que balada cara entram no cheque especial, em que “look” as gatas andam se oferecendo. E nos mostrando, claro. Gastamos os primeiros minutos do dia apegados ao que muitos pregamos ser irrelevante: a incessável busca da aprovação da nossa audiência particular. Eu falei “primeiros minutos do dia”? Começa cedo e vai o dia inteiro, a gente sabe bem.
Vemos pessoas comuns exibindo suas silhuetas e assumindo notoriedade suficiente para se tornarem padrões de beleza entre seus fãs. É curioso, mas acompanhamos famosos nos seus dias de anônimos – e anônimos se transformando celebridades. Participamos da rotina das celebridades e dos momentos de glória dos aspirantes. “Podemos ser um deles” – será que é isso que secretamente pensamos?
Até meus 14 anos, mesmo estando naquela fase conturbada de pré-adolescência, nunca tive muita preocupação com a minha aparência. Na época, já tinha a altura que permanece intacta até hoje: 1,58 m. Meu peso era compatível com a minha estatura, e oscilava entre 48kg – 50kg. Era vaidosa, lógico, adorava me embonecar, mas satisfeita com o meu físico. Minha família se encaixava perfeitamente no modelo de lar ideal: pais com um casamento estável, patriarca com carreira em ascensão, filhos saudáveis e domáveis.
Mas, subitamente, as coisas começaram a degringolar. Meus pais tiveram problemas conjugais e eu, caçula, senti aquela redoma, até então blindada, espatifar. Desolada, consumida por uma tristeza profunda, aos poucos fui parando de comer. Não tinha nenhuma meta, fora a inconsciente de desviar a atenção do divórcio iminente deles. Comecei a emagrecer exponencialmente e consegui “reter” o olhar da minha família. E, pouco a pouco, passei a sustentar um objetivo palpável. Esquálida, pesando 38kg, me olhava no espelho e me via enorme. Usava roupas largas e ainda assim me queixava que elas acentuavam meu “sobrepeso”.
Já havia iniciado um tratamento psiquiátrico, mas mesmo assim não respondia as investidas médicas. Até que um dia, no banho, consegui por uma fração de segundo me enxergar. Entrei em pânico e resolvi voltar a comer. Passei muito mal no começo, meu organismo não aceitava quase nada do que eu ingeria. Mas gradativamente fui me recuperando, e consegui me manter estável pelos próximos 10 anos.
De 1997 pra cá, tive duas recaídas: a primeira foi em 2008, quando já morava sozinha. Voltei a pesar 38kg, precisei ser afastada do trabalho, mas consegui reagir e reverter o quadro relativamente rápido. A segunda, e mais violenta, começou em 2011.
Em ambas reincidências, eu havia sofrido um desgaste emocional pesado, estava com o coração em frangalhos. Veja, não estou atribuindo a responsabilidade de ter adoecido a nada e a ninguém. Não existem culpados. Existem situações e condições que te deixam mais vulnerável. Em menos de 1 ano, perdi 20% do meu peso – uma porcentagem expressiva para quem tem a minha altura.
Minha família, meus amigos, meu namorado, meus colegas de trabalho se mobilizaram para me ajudar, mas eu negava e era extremamente ríspida com quem se aproximava de mim para oferecer auxílio. Eu tentava os confortar dizendo que estava tudo bem, porque realmente achava que estava.
E esse é o grande perigo da anorexia nervosa, a única doença de ordem psiquiátrica que pode levar à morte: ela age de forma silenciosa; você não tem sintomas concretos que te alertam que algo está errado.
E aqui entra a parte sinistra da coisa. A coisa que, suspeito, matou a bela Daiane. Mesmo que apresentasse todos os sintomas, eu contava com o apoio de seguidores no Instagram que alimentavam (sem ironia) o resultado da minha privação.
Nunca fiz apologia à doença, até porque demorei muito para admitir que tinha um distúrbio, mas continuava publicando minhas famigeradas fotos de elevador. E, mesmo em um estado deplorável, recebia elogios que me davam forças para continuar enfraquecendo.
Bem, fui novamente afastada do trabalho e submetida a um tratamento intensivo, com respaldo semanal de nutricionista, psicólogo e psiquiatra. Dessa vez, a doença estava tão arraigada em mim que meu quadro apresentava sérios riscos clínicos. Pesando 30kg e correndo risco de morte, fui internada involuntariamente em 31 de agosto de 2012 no Ecal – Enfermaria de Comportamento Alimentar – centro do Hospital das Clínicas especializado em transtornos alimentares. Por 3 meses, convivi com meninas que tinham problemas de distorção de imagem, cada qual com sua peculiaridade.
Quantas noites chorando baixinho e pedindo paciência. Quantos sonos interrompidos por pesadelos. Quantas manhãs letárgicas experimentando os olhares mais tristes que eu já tive. Até que tudo que estava descarrilado foi entrando nos eixos. Quase um ano se passou, e me mantenho forte. Passei a canalizar toda a obstinação que era usada em prol de um biotipo que eu julgava ideal para a manutenção da minha saúde.
Graças a essa intervenção, aprendi a comer. Aprendi a encarar como um elogio a beleza “exótica” que me endereçavam e até a me orgulhar das pernocas grossas que eu sempre tive.
A máxima de qualquer tratamento deste tipo: um dia de cada vez.  Nunca estaremos livres. Eu tive ajuda. Outras garotas não têm.
O que elas têm são centenas, milhares de polegares estendidos positivamente em sua direção dizendo apenas umas coisa: continua assim. Você está linda.
O instagram da Daiane: http://instagram.com/daidornelles
 

Sep 4, 2013

..."Do vazio mental ao vazio corporal: um olhar psicanalítico...(artigo científico)



Um estudo baseado na análise de 10 comunidades pró anorexia e bulimia (pro-ana e mia) no Brasil:  
Do vazio mental ao vazio corporal: um olhar psicanalítico sobre as comunidades virtuais pró-anorexia1
Autores: Melina Vianna Fava , Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP, Brasil;  Rodrigo Sanches Peres2
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG, Brasil
 
 Resumo:
Ambientes virtuais “pró-anorexia”, ou seja, voltados à promoção e perpetuação do transtorno em questão, têm se proliferado na internet pelo mundo todo.
 
O presente artigo tem como objetivo empreender uma leitura psicanalítica de comu­nidades virtuais desta natureza. Trata-se de um estudo documental, no qual se privilegiou a abordagem qualitativa e o enfoque naturalístico. As descrições de dez comunidades virtuais “pró-anorexia” brasileiras foram submetidas a análises descritivas e exploratórias. Tais análises evidenciam que a negação da natureza psicopatológica do transtorno e a recusa da própria fe­minilidade fomentam a conduta anoréxica. Observou-se também uma tendência à personificação da anorexia nervosa, o que pode ser indicador de uma importante fragilidade narcísica. Dessa forma, consideramos oportuno alinhar a anorexia nervosa ao conceito nosográfico de vazio mental, condição patológica potencializada pela sociedade atual. Portanto, entendemos que, na anorexia nervosa, os ditames repressores da cultura promovem uma espécie de transposição do vazio mental ao vazio corporal.
Palavras-chave: anorexia nervosa, psicanálise, internet (rede de computador).
O artigo pode ser lido na totalidade e gravado (pdf) seguindo o link abaixo:
Transcrevo parte de um texto retirados desses sites (assustador!): "Fome passa; gordura não. Se vc comer vai estragar o esforço q fez ontem. Comer é vício. Comer é para fracos. Vc controla a sua mente. Olha essas gordu­ras, tudo o q vc come aumenta elas. (...) As Anas estão com vc;e elas não estão comendo... E estão ficando mais magras q vc. Beba um copo de água. Comer não é normal... (...). Não é pq todo mundo come vc tem q comer Tb. Não pense q está fazendo algo de errado, vc não está. "

Jun 10, 2013

...Grupo de Apoio no FACEBOOK (sejam bem-vindos!)

 
 Uma iniciativa da Sílvia Coelho a saudar e participar. Um grupo de entre-ajuda assim definido:
 
"Sendo uma plataforma virtual, onde doentes; ex-doentes; terapeutas; amigos;familiares, dada como necessária no Facebook, uma entidade de e para portugueses ligados ás doenças do comportamento alimentar, foi criado este grupo, com o objectivo de cada um expor os seus receios, dúvidas, experiências de vida, sem quaisquer recriminações, criticas por parte de outros membros.
Aproveito para dizer que isto é um grupo de ajuda e qualquer acto contra qualquer publicação de um membro acerca da sua doença, será excluído do mesmo.
Quero que nos ajudemos uns aos outros, que quem está melhor, que ajude quem ainda está "assombrado" pela doença."

Sejam bem-vindos! Visitem  https://www.facebook.com/groups/575143249164978/

 

 

Jan 21, 2013

...PUB.

Ficámos a saber por um artigo na revista do Expresso de 19 de Janeiro alguns aspectos comerciais dos blogs de moda portugueses. Por exemplo algumas tabelas de preços dos posts 'por encomenda'. Se as notícias/anúncio necessitam de incluir  as letras  'PUB.', se a publicidade incluídas na ficção televisiva por exemplo tem que incluir um sinal no canto superior direito(*), porque é que os leitores dos blogs não devem ter direito a saber se  um post é escrito por encomenda ou não?
 
 
 
(*)


 

Aug 17, 2012

...18 blogues sobre anorexia e bulimia (em inglês)

A HealthLine dos Estados Unidos http://www.healthline.com/health-slideshow/best-eating-disorders-blogs#1 seleccionou os melhores 18 blogues de 2012 sobre doenças do comportamento alimentar (eating disorders). Todos com base norte americana e alguns ligados a clínicas ou clínicos. Outros a livros publicados ou a publicar.Três deles sigo há alguns anos e por vezes transcrevo no esqueciaana parte das notícias ou testemunhos. Segue a lista e respectivos links:

ED Bites (o meu preferido!) http://ed-bites.blogspot.pt/

Does Every Woman Have an Eating Disorder? http://everywomanhasaneatingdisorder.blogspot.pt/


Eating Disorders Blogs http://www.eatingdisordersblogs.com/




The Unglamorous World of Eating Disorders http://unglamorouseatingdisorders.blogspot.pt/






Fighting Anorexia http://fightinganorexia.com/

Eating Disorders Coalition News and Information Blog http://eatingdisorderscoalition.blogspot.pt/

Cleveland Center for Eating Disorders http://www.eatingdisorderscleveland.org/blog/

Kartini Clinic for Disordered Eating http://www.kartiniclinic.com/blog/

Dec 12, 2011

...APP para acompanhar a recuperação!



Um aplicativo para telemóvel que permite acompanhar a recuperação
(criado por uma estudante asutraliana Jenna Tregarthen e agora desenvolvido pela Stanford University)  
Tive conhecimento da notícia por EdBites e ela pode ser lida integralmente aqui. Isto tinha que ser criado, já devia ter sido criado há muito twempo. Claro que não é apenas descarregar a aplicação...e já está! Há uma equipa envolvida na preparação e depois no acompanhamento da informação recebida. Seria tão bom que o exemoplo fosse seguido....Srs especialistas, Srs informáticos , estão a ouvir?
A estudante de doutoramento australiana Jenna Tregarthen (fotografia abaixo)  criou a aplicação informática (app) motivada pela batalha de dez anos contra a bulimia de um/a amigo/a.
Chama-se “Recovery Record” app (aplicação Registo da Recuperação) e é muito possivelmente o primeiro aplicativo deste tipo que oferece apoio anónimo e incentiva a procurarem ajuda e 24h por dia a doentes com anorexia e bulimia .
A ideia foi apoiada por uma instituição australiana sem fins lucrativos  Butterfly Foundation e seleccionada entre mil projectos para ser desenvolvido no “Summer Institute for Entrepreneurship” no Silicon Valley nos Estados Unidos. 
ou

Sep 20, 2010

...Análise do conteúdo de 180 sites pro-ana e pro-mia (artigo científico)

Na Internet abundam páginas que fomentam a anorexia e a bulimia. São abreviadamente designados de sites pro-Ana e pro-Mia. Um grupo de investigadores da universidade norte americana Johns Hopkins publicou recentemente um estudo baseado na análise do conteúdo de 180 desses sites (todos em língua inglesa). Apresentamos o resumo e sugerimos a leitura nomeadamente aos especialistas. Conhecer melhor esses sites e o papel que desempenham ajuda certamente a conhecer melhor a doença.
Mais posts no esqueciaana sobre a internet e as DCA (TA no Brasil) (aqui)

O artigo original foi publicado em Agosto de 2010 na revista American Journal of Public Health da  American Public Health Association. Título: e-Ana e e-Mia: Uma análise de Conteúdo dos Sites Pró-Doenças do Comportamento Alimentar  [ no original: e-Ana and e-Mia: A Content Analysis of Pro–Eating Disorder Web Sites]

Objectivos. A Internet tem sites que descrevem, estimulam e apoiam as Doenças do Comportamento Alimentar (DCA:; TA Transtornos Alimentares no Brasil). A insvestigação analisa as características dos sites pro anorexia e pro bulimia e as mensagens a que os visitantes desses sites estão expostos.
Métodos. Foram analisados em relação ao conteúdo e de forma sistemática 180 sites todos eles em actividade, observando os aspectos logísticos/funcionalidades, as ferramentas o material "thinspiration"  (imagens e textos destinados a inspirar a perda de peso), dicas e truques, recuperação, assuntos e efeitos negativos apercebidos.
Resultados. Praticamente todos (91%) os sites estão abertos ao público em geral, e a maioria (79%) possui recursos interativos [possibilidade de comentar por exemplo]. A grande maioria (84%) disponibiliza conteúdos pró-anorexia e 64% conteúdos pró-bulimia. Poucos sites apresentam as docenças do comportamento alimentar como um estilo de vida. Material do tipo 'Thinspiration' existe em 85% dos sites. Em 83% dos sites, sugestões evidentes de sobre como se envolver  em comportamentos dca (TA no Brasil). 38% dos sites incluiam sites informação ou links orientados para a recuperação. Os assuntos comuns são: sucesso, controlo, perfeição e solidariedade.
Conclusões. Os sites pro-dca (pro-TA) apresentam material que encoraja, apoia e motiva os visitantes e utilizadores a prosseguirem os seus esforços em continuarem doentes. A observação regular desses sites numa perspectiva de investigação, pode fornecer uma informação preciosa para a melhor compreensão do efeito desses sites sobre os seus utilizadores.
Referência:
Borzekowski, D.L.G., S. Schenk, J.L. Wilson, R. Peebles. 2010. e-Ana and e-Mia: A content analysis of pro-eating disorder web sites. American Journal of Public Health. 100: 1526-1534.
DOI: 10.2105/AJPH.2009.172700
Correspondência:
Dina L. G. Borzekowski, EdD, Department of Health, Behavior and Society, Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, 624 N Broadway, Baltimore, MD 21205 (e-mail: dborzeko@jhsph.edu). Reprints can be ordered at http://www.ajph.org
At the time this research was completed, Dina L. G. Borzekowski and Summer Schenk were with the Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, Baltimore, MD. Jenny L. Wilson and Rebecka Peebles were with the Stanford University School of Medicine, Mountain View, CA.
imagem em flickr cc (aqui) : " O verdadeiro valor de uma rede tem menos a ver com a informação emais a ver com a comunidade. A autoestrada da informação é mais que um atalho para a Biblioteca do Congresso [uma das maiores bibliotecas mundiais]. A Internet está a criar um tecido social global nove" Being Digital , 1995, Nicholas Negroponte p.183.

Jul 14, 2010

.. Portal IPJ (desapareceram os comportamentos alimentares!)




Falta informação dirigida aos doentes que sofrem de doenças de comportamento alimentar e aqueles que estão em maior risco de desenvolver uma doença que pode ser mortal (familiares, amigos, professores, treinadores e outros também necessitam dessa informação). Protesto pela aus~encia de informação sobre as dca (doenças de comportamento alimentar) no site do IPJ (Instituto Português da Juventude). A história conta-se em poucas palavras: em Setembro encontrei o link Comportamentos Alimentares (ver imagem acima) que não remetia para nenhuma página. Contactei então o IPJ por email tendo recebido em Fevereiro de 2010 a resposta que abaixo reproduzo. Em Março continuava o link quebrado, Actualmente a página continua a existis mas SEM o link dos Comportamentos alimentares. Será que o problema deixou de ser importante para a juventude portuguesa?  A avaliar pelas consultas nos hospitais públicos não é isso que se pode concluir.
São muitos os países em que existem sites de organizações públicas dirigidas à juventude em que essa informação se encontra disponível. Será que em Portugal não existem recursos humanos, científicos e financeiros suficientes para criar uma página informativas (estamos a falar de uma página informativa, não de uma biblioteca digital!)? Em minha opinião esses recursos existem.   Vou continuar a insistir com que tem obrigação de informar os cidadãos de uma forma geral.
Irei aqui dando conta dos resultados..
___________________________________________________
Revisito o site do IPJ e continua a falha. Hoje final de Março, o site no que se refere a Comportamentos Alimentares possui um link....sem conteúdo. Em Fevreiro responderam-nos que a falha tinha sido reportada. Será assim tão difícil criar uma página?
(...)
Hoje, 23 de Fevereiro actualizamos este post. A página do IPJ Temas dos comportamnentos alimentares está vazia. Contactámos os responsáveis do portal que nos responderam de imediato (texto do email abaixo) :
Boa tarde Ana
Informamos que
houve uma anomalia nesta página, a qual já foi reportada.
Agradecemos o seu contacto.

Sempre ao dispor,
A
equipa do Portal
Suporte utilizador
E-mail: suporte@juventude.gov.pt
http://juventude.gov.pt/
Ficamos a aguardar a rectificação da anomalia.

Demos conta em anterior post dos 19 gabinetes de apoio à juventude que incluem apoio associado aos comportamentos alimentares. Assinalamos que a página TEMAS DOS COMPORTAMENTOS ALIMENTARES está vazia (informação actualizada em 23 fevereiro 2010) (ver imagem acima). Sugestão: contactem o IPJ a perguntar o que se passa. Eu já escrevi para sugestoes@juventude.gov.pt ( e obtive a resposta acima). Para além disso, os SITIOS DE INTERESSE PARA TI na mesma página do IPJ são apenas 2 (dois!): um do ministério da saúde (link quebrado!) outro para a plataforma contra a obesidade. Já em anterior post em Setembro passado tinhamos feito referência à insuficiente informação disponibilizada. Agora deixou de ser insuficiente, passou a nula, mas segundo email acima o problema já foi reportado.

May 25, 2010

>> Afterschool / Depois das Aulas ( filme ) DVD Sáb, 29 Maio com o jornal Público

O filme Afterschool Depois das Aulas que julgo ter sido apenas exibido num cinema em Lisboa vai ser vendido com o jornal Público do próximo sábado. Reproduzimos novamente um post anterior sobre ele.
Um filme que se passa entre jovens (num colégio dos Estados Unidos) mas em que não há lugar à alegria ou à bondade. Onde violência verbal e psicológica entre os alunos é permanente. A mentira. A mentira a impregnar as relações entre todos. A ausência de comunicação paradoxalmente num mundo em que os meios de comunicação são tecnologicamente cada vez mais poderosos. A Internet e o Youtube desempenham um papel essencial na história.
Uma crítica do NYT (em inglês) e trailers aqui. A crítica no jornal Público por Luís Miguel Oliveira, pode ser lida integralmente aqui . Extracto:
"Não fosse Antonio Campos um miúdo de 26 anos [nota: o realizador tinha 24 anos quando fez o filme] e "Depois das Aulas" podia ser a ilustração do pesadelo de um pai que se tivesse deitado com uma súbita inquietação sobre "o que é que os miúdos andarão a fazer". Mais vale nem saber, e na verdade pai nenhum em "Depois das Aulas" sabe muito bem coisa alguma - estão longe, são uma voz ao telefone ou, no momento em que "Depois das Aulas" efectivamente deixa entrar os pais, são uma presença assarapantada na sequência de um momento traumático, e continuam sem ver ou perceber coisa alguma. O que não impede, e pelo contrário reforça, que o pesadelo lá esteja (e não só como força de expressão: o filme acaba com uma "interrupção" mais do com um "fim", abruptamente como nos pesadelos que ficam a fracções de segundo de um clímax horroroso). Tem é que ser visto dos dois lados: o que os miúdos andam a fazer é inquietante, mas não o é menos o que se anda a fazer aos miúdos. "Depois das Aulas" também é, e de que maneira, um filme sobre esta inquietação (cont ).
Deixo também os comentário de Catarina, Nazaré e João da página do Público (note: se este post receber comentários, irei passá-los posteriormente para o corpo do post):
14-01-2010, Catarina
Para quando este filme no Porto (e já agora, no resto do País)?
Estou ansiosa por ver este filme desde que li sobre ele no Ípsilon. Tenho a sorte de viver no Porto e de por isso ter acesso a muitos dos filmes que provavelmente nem sequer estreiam noutras localidades. Desta vez, nem ao Porto chega? Como se justifica tamanha centralização?

02-01-2010, Nazaré
A escola dos meninos ricos perto de Nova Iorque, onde uns são mais ricos que outros. No mesmo quarto, dois rapazes que são em tudo o oposto um do outro. O do beliche de cima, que atura os abusos do outro, que tem pais menos ricos, é a testemunha acidental duma tragédia que põe em causa toda a lógica bem-pensante das classes dominantes. Aparentemente um auto-retrato do realizador-argumentista, protagoniza um momento memorável, que é a realização do vídeo memorial para a escola. O contraste com a outra versão só por si vale a pena. Também aqui se explora muito bem o confronto entre adolescentes a despertarem para o mundo dos adultos e esse mesmo mundo que continuamente lhes mente. A hipocrisia do reitor, a traição do psicólogo, os patéticos pais das gémeas, um desfile abjecto.
08-10-2010, João
Afterschool - Depois das AulasDe uma pobreza atroz! “The Blair Witch Project” sem a correria (1)
Um estudante adolescente, durante a captação de imagens para um vídeo escolar, filma a morte por overdose de duas das mais atraentes e invejadas colegas. O vídeo terminado em memória das colegas torna evidente que as vidas dos estudantes ricos e dos seus pais é um vazio. No final outra equipa faz nova montagem mais aceitável. No processo o estudante tem a sua primeira aventura sexual. Os meios de produção são pobres, há imagens com sobreexposição, desenquadradas, sem som ou com ruído de fundo. Ainda seriam admissíveis no vídeo que o estudante está a filmar mas não no filme assim. Torna-se extremamente penoso aguentar 107m. Parecem 180m!

Feb 17, 2010

>> esqueciaana em análise? (Investigação sobre mensagens corporais)

Encontrámos um artigo (ver abaixo resumo e artigo completo (aqui) ou no arquivo digital do esqueciaana) sobre as mensagens corporais veiculadas pelos blogues femininos. O tema é muito interessante. Foram visitados 153 blogues e escolhidos 12. Nesses 12 está incluido o esqueciaana! Fiquei satisfeita quando li. Como é uma análise deste blogue vista de fora e em termos comparativos? No entanto, depois de ler todo o artigo e …embora sabendo que ninguém é bom juiz em causa própria discordamos de algumas análises nele efectuadas. A investigadora propõe-se continuar o estudo por isso para além da pública discordância a seguir manifestada iremos também contactá-la agradecendo a inclusão no grupo em análise mas também salientando algumas críticas em relação à respectiva caracterização do esqueciaana.

Escreve-se no artigo o seguinte sobre os 12 analisados (onde se inclui o esqueciaana):

“Os títulos dos blogs merecem ser destacados, nota-se claramente a intenção de doutrinar as mulheres quanto a ditadura da magreza, onde atingir para perfeição é necessário sofrer. Um doutrinamento bem aproximado aos dogmas religiosos, onde só merece alcançar o céu, a salvação divina, quem sofre, “pagando os pecados na terra” “ (...)
Lemos, relemos e discordamos em relação ao esqueciaana essa clara (ou obscura?) intenção não existe!…os outros 11 desconhecemos.

"Uma linguagem simples direta e persuasiva traz a solução como um milagre na busca por um corpo perfeito, quer seja com regimes alimentares, programas de atividades físicas e até mesmo dietas bem sugestivas" (…)
Lemos, relemos e discordamos em relação ao esqueciaana. Regimes alimentares? Programa de actividades físicas? Dietas? Onde? Em que post aqui?

Os blogs analisados (total 12) foram classificados em 3 categorias:
(1) diálogos compensatórios;
(2) proféticos corporais e
(3) questionadores e reflexivos.
Infelizmente, apesar de reconhecermos que essas categorias existem, não sabemos em que categoria teria sido integrado o esqueciaana. Vejamos as características apontadas para cada um deles:


(1’) "Os diálogos compensatórios são compostos por mensagens simples e coloquiais, fotos decorpos magros, ilustrações com motivos infantis – corações, flores, boquinhas sorridentes, cosméticos, bonequinhas alegres, entre outras e fundos com cores claras."

(2’) "Já o profético corporal tem uma linguagem imperativa e utilizada a conhecida formula publicitária: como problema e solução. Muitos são elaborados e alimentados por profissionais e técnicos da área de saúde, beleza e fins estéticos, com fins claramente mercadológicos."

(3’) "E o terceiro exemplo é blog questionador e reflexivo que com uma linguagem mais incisive procura dialogar como a (o) internauta , sobre os males corporais da sociedade moderna. Por se tratar de um conteúdo mais reflexivo suas imagens são mais simples, claras e calmas, com fotos de pessoas relaxadas, meditação e natureza, o fundo branco impera nas postagens visitadas."

Ah! Como eu gostava que o esqueciaana fosse um blogue atípico!
Pergunto aos LEITORES do esqueciaana: Acham que ele se enquadra em alguma das categorias acima?


O artigo:
O corpo construído na WEB 2.0: uma análise das mensagens corporais
veiculadas blog femininos no período de 2008 e 2009 (1)
Selma Peleias Felerico Garrini (2), PUC/ SP e ESPM/SP
Resumo
Este artigo é parte de um estudo sobre os textos e as representações do corpo veiculado em blogs femininos, no período de março 2008 a outubro de 2009 e que tem por objetivo descrever o conteúdo estrutural desses blogs e desvendar questões como: Que corpos são representados na WEB 2.0? Qual a linguagem utilizada nas redes sociais? Qual a imagem de corpo perfeito que as mulheres tem na sociedade atual? Nota-se que é utilizada uma linguagem coloquial e que aspectos psicológicos motivacionais são essenciais para gerar visitação e insentificar relacionamento na internet. Além disso há uma intenção clara em atender fins mercadológicos para o consumo de produtos e serviços que contribuam para a construção corporal do imaginário feminino.

Palavras-chave: corpo feminino; ditadura da magreza; beleza; blogs
1 Artigo científico apresentado ao eixo temático “Entretenimento, práticas socioculturais e subjetividade”, do III Simpósio Nacional da ABCiber.
2 Doutoranda e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.Coordenadora e Professora de Pós Graduação Latu Sensu da Área de Comunicação da ESPM/SP e Professora de Comunicação da FAAP/ FACOM/ SP

Feb 7, 2010

>> "Anorexia - para pensar" ( Armanda Barbosa )

Reproduzo abaixo integralmente um texto/carta sobre a Anorexia, com conhecimento e consentimento da autora, Armanda Barbosa, ("Verdinha" na blogosfera) originalmente publicada neste blogue pensando e falando (aqui) . Apreciei em particular a secção desse blogue Para Pensar (aqui). Comentem de preferência onde foi originalmente publicado (aqui)
"Então pense:
Até quando vamos achar que o certo e bonito são modelos esqueléticas que mal se alimentam?
Até quando vamos pressionar os nossos filhos a fazerem dietas apenas porque eles não são o que sempre sonhamos?
Até quando vamos gozar um colega de escola porque ele tem uns quilos a mais?
Até quando vamos rir por ver alguém mais gordo na rua?
Quando vamos perceber que dietas malucas podem tornar-se num problema realmente sério e levar à morte?
Quando vamos ajudar sem criticar, ouvir sem reclamar, apoiar mesmo sem perceber?
Quando vamos começar a fazer uma prevenção realmente eficaz contra esta doença?
Quando se vai perceber que ser esquelético é feio e acima de tudo é pouco saudável?

Toda a gente tem o direito a querer ser "perfeito" mas os nutricionistas existem para isso mesmo, para ajudar nas dietas e fazer com que se perca peso de forma correcta e sem prejudicar a saúde, dietas extremas não são e nunca serão a solução.Como eu já disse aqui no blog, quando se pesquisa no google sobre anorexia aparecem centenas de blogs a favor desta doença, em muitos é reproduzida uma carta como se a anorexia e a bulimia fossem as nossas melhores amigas, eu resolvi fazer o contrário, escrever uma carta sobre a verdade.



A carta abaixo é da minha autoria e atenção que em momento algum pretendo incentivar a anorexia, muito pelo contrário:



Queridas amigas, esta carta é escrita a 4 mãos, permitam que nos apresente, nós somos a anorexia e a bulimia, muitas das nossas amigas chamam-nos simplesmente de ana e mia, se estás a ler isto talvez seja porque queres ser mais uma das nossas fieis e inseparáveis companheiras, quero avisar-te antes de tudo que depois de entrares para o nosso circulo dificilmente sairás e provavelmente pensarás em nós pelo resto da tua vida, nós somos simplesmente inesquecíveis.


Agora que fizemos a primeira apresentação deixa-me que te explique porque estás aqui, provavelmente sentes-te mal contigo mesma, achaste gorda e estás farta de achar que todos os teus problemas são devido ao teu aspecto físico, desejas ser como as modelos que vês nas revistas e na televisão, deixa-nos avisar-te (porque somos boas amigas e as boas amigas devem avisar) que a imagem que vês agora ao espelho é a imagem que continuarás a ver sempre, não porque não emagreças, podemos jurar que vais emagrecer, mas apenas porque a nossa relação de amizade vai causar em ti um transtorno psicologico que vai fazer com que tu não vejas aquilo que realmente és, tu vais perder peso mas acharás que nunca é o suficiente e que precisas sempre de mais, mesmo que estejas demasiado magra tu vais continuar a achar que estás gorda, isto é um dos efeitos secundários da nossa amizade. Não te queremos assustar, só queremos ser verdadeiras e sinceras.


Mas vamos continuar, a nossa dieta obriga-te a passar dias sem comer, ou a comer quantidades que de tão pequenas fazem com que o teu corpo comece a sentir falta de alguns nutrientes essenciais para o seu bom desempenho, não comer é o meio mais rápido de perder peso, mas é também o mais agressivo e fatal. Aos poucos e com a nossa dieta vais começar a emagrecer drasticamente, a tua menstruação vai desaparecer, o teu cabelo pode cair e tu vais começar a perder a força para fazer coisas tão simples como subir umas escadas, tu vais saber que algo está errado e muitas vezes vais querer desistir, mas quando tentares comer o teu estomago vai recusar a comida por já não estar habituado a ela, quando te olhares ao espelho verás uma imagem que não existe e mesmo que a balança marque apenas 35kg tu verás pelo menos uns 60 no espelho, os teus olhos deixaram de ser capazes de ver a realidade.


Os teus pais estarão preocupados mas tudo o que tu queres é que te deixem em paz, perdeste a paciência, o bom humor, deixaste de ser capaz de rir e sair, tudo te cansa demasiado, no entanto apesar disso continuarás a querer fazer exercicio fisico mesmo que isso te canse tanto que te faça desmaiar e quando finalmente perceberes que esta dieta te está a matar e procurares ajuda verás que te deixamos sequelas psicologicas para toda a vida e que nunca mais serás verdadeiramente feliz e tudo porque viverás numa luta constante entre o que é melhor para ti e o que as "vozes" que colocamos na tua cabeça te dizem.Ainda achas que anorexia e bulimia são melhores do que um nutricionista? Ok, a escolha é tua, prometo que te acompanharemos até ao teu funeral." (Armanda Barbosa, "Verdinha" na blogosfera) Imagem: Verdinha no post original.

Jan 27, 2010

>> Internet, Anorexia e Bulimia (III) e Livros

Já antes escrevi sobre o papel (positivo ou negativo) que a Internet pode ter em relação à Anorexia (por exemplo aqui , aqui e aqui). E como era antes da Internet?

Antes da difusão da Internet, antes de procurarmos na rede 'tudo e mais alguma coisa', muitos doentes com anorexia e bulimia, procuravam (ainda procuram) e devoravam livros sobre o assunto. Porquê?

Por várias razões:

não se sentiram sozinhos + lerem estórias de pessoas semelhantes + quererem convencer-se que o que estão a fazer não é problemático + serem incentivados a prosseguir na doença ou terem razões justificativas do seu comportamento + encontrar truques e dicas em relação a comportamentos + encontrar forma de manter em segredo os seus comportamentos

Tem sido escrito que um dos sinais e sintomas para além de outros (aqui neste blogue; também aqui num site em inglês ) é ler imenso sobre o assunto. Frequentemente os doentes conhecem a sua doença [é diferente de assumirem que estão doentes] e alguns também conhecem os riscos físicos ( physical risks) . Contudo, porque são doenças psicológicas os RISCOS SÓ POR SI NAO SÃO SUFICIENTES PARA DIZER "ACABOU! BASTA! VOU PARAR AGORA MESMO!) .
Actualmente na era dos computadores e das autoestradas da informação este "sintoma de leitura" assumiu uma nova forma em particular nas gerações mais jovem, que agora procura na Net o que antes era procurado nos livros.
Fonte do texto acima aqui.
Livro representado na fotografia (disponível em francês): ANOREXIE L'ENNEMI SANS VISAGE de GAETANE BOLLE Editions Fayard06/2000 ["Anorexia Inimiga sem rosto - por amor a Vanessa" de Gaetane Bolle]
Fotografia (C) Benoit Paille em Deviantart

Jan 21, 2010

>> Carta Aberta ( testemunho de uma jovem)

Transcrevo em seguida um texto escrito pela autora do site Let us ... (aqui) . São palavras pensadas, sentidas e certeiras! Leiam e comentem (de preferência no blogue onde foram originalmente publicadas, aqui).


quarta-feira, 20 de Janeiro de 2010
CARTA ABERTA
"Já tentei começar a escrever este comentário várias vezes, no entanto, nunca o consigo terminar porque isto não é feito de ânimo leve de maneira nenhuma, exige cuidado com as palavras porque não pretendo ferir ninguém mas senti que agora, mais qe nunca, o meu parecer e a minha opinião tinha de vir ao de cima e então nada melhor que esta "carta aberta" para todas as quantas mais eu conseguir comentar.
Para quem não sabe a minha história eu estou anorética há dois anos e meio. Tudo começou com uma pequena dieta em que se excluiam os doces e tudo terminou numa outra dieta qe excluía tudo. Tive dois anos mais ou menos controlada em termos de peso..apesar de ter sido sempre considerado baixo tendo em conta o índice de massa corporal mas a verdade é que apesar de todas as dietas descabidas, depressões aliadas à falta de nutrientes, etc...as coisas foram-se aguentando!
Há seis meses atrás decidi começar a falar abertamente sobre a anorexia no meu blog (entretanto, para quem não teve a oportunidade de ler eu apaguei tudo o qe ele continha sobre a doença). Conheci várias pessoas com o mesmo problema qe eu tendo inclusive travado uma verdadeira amizade com três delas! Comecei o blog há seis meses com um IMC de 18, 1.80m e 61kg. Terminei-o ontem com 52kg, e um IMC de 16.
Perdi a conta à quantidade de vezes em que numa das minhas interminaveis insónias me levantava da cama e ia directa ao computador ler as novidades alheias. Os outros blogs davam- me força para continuar a emagrecer! As outras meninas ajudaram-me a acreditar que eu era capaz de me controlar ainda mais. Frases como "Força meninas nós conseguimos ser magras", ou "Controle acima de tudo" perpetuaram-se na minha cabeça desde os dias em que eu decidi fazer parte "desse grupo". Esse grupo é constituido por raparigas incriveis, extremamente inteligentes e muito talentosas. Pessoas qe se dão muito facilmente não sei se por uma certa carência se em busca de mais um pouco de esperança!

Cabe-nos a nós, a cada uma, utilizar o blog para incentivar uma cura, um pequeno passo em frente e nunca, repito, nunca, o oposto. Eu mesma errei tantas vezes quando fiz deste espaço um mero diário dos meus cardápios alimentares..um sítio onde me limitava a auto-glorificar por ter conseguido só comer x ou y. Não faço a mais pequena ideia de quantas raparigas poderei ter prejudicado..porque eu mesma quando aqui cheguei começei por ler um blog de uma rapariga qe há seis meses estava com 60kg e neste momento está com 50kg. Como sabia bem ler os comentários dos outros a encherem-nos de coragem, de força, de vontade..vontade de nos auto-destruirmos.
Mesmo que inconscientemente sei qe fui incorrecta e irresponsável ao expor-me, a mim, à minha vida, à vida da minha família. Há pessoas aqui que estão neste mundo há muito tempo e apesar de eu saber que a anorexia não se escolhe e que não é por lermos um blog que nos tornamos doentes, TODAS NÓS SABEMOS QUE TUDO COMEÇA COM UMA DIETA. Uma pequena dieta. Uma ideia. Todas nós sabemos que, como qualquer doença, quando apanhada no início é muito mais provável ser curada do que como tantas de nós que sustentamos esta prisão há anos a fio..entristece-me ver cada vez mais raparigas a "entrar aqui". Estristece-me porque algumas delas não sabem mesmo onde se estão a meter..e revejo-me delas, há dois anos e meio atrás, a pensar qe quando estivesse magra ia ser mais feliz..não é a magreza que nos traz algo tão bonito como a felicidade.

Cabe-nos a nós, conscientes do problema que temos, alertar estas raparigas para o perigo que estão a correr. A Anorexia mata! Já nem falo em fazer incentivos à procura de ajuda psicológica, apesar de considerar a mesma uma peça fulcral para a cura, mas sim para terem todas cuidado com o que escrevem..porque podemos estar, mesmo que sem querer, a ajudar alguém a matar-se.

A beleza está nos olhos de quem a vê...se não gostarmos de nós, quem gostará? "

Jan 7, 2010

>> Anorexia e inteligência (interrogações de Melissa)


Porque é que uma mente inteligente decide coisas tão estúpidas como comer apenas maçãs e alface (ou até nem comer nada)?

Porque é que o cérebro perde tempo a contar calorias e engendrar estratégias de passar fome? (*)
 
Algumas das razões possíveis indicadas pela Melissa para associação paradoxal entre inteligência e anorexia nervosa são : perfeccionismo, competitividade, estar numa onda ou ritmo diferente da maioria [ uma forma de ser diferente pergunto], pensar muito nas coisas. "

A inteligência não leva à doença de comportamento alimentar mas pode mantê-la. Cria condições para ela ir progredindo" comenta a Melissa.
 
Comentário de esqueciaana: Para mim, ex-anorectica, falta acrescentar uma coisa que não é pormenor: a inteligência cria também condições para que, tomada consciência da doença o perfeccionismo, etc. ( todos aqueles "maus da fita") sejam aplicados no bom sentido o da RECUPERAÇÂO (e passem ser alguns heróis na história).










(*) Encontrei estas perguntas na página da Melissa Wolfe de 29 anos (aqui) onde ela se interroga sobre a sua experiência de recuperação de uma anorexia nervosa . Tive conhecimento da página ao visitar os links de página d e um centro de investigação sobre doenças do comportamento alimentar de uma universidade britânica, Eating Disorders Research do King's College London (aqui) . É uma página muito rica em informação e disponibilizando resultados sobre as últimas investigações, nomeadamente sobre a anorexia nervosa. Acrescentei esse centro às ligações em inglês e passarei a ser visitante regular e divulgadora aqui neste blogue de alguma da informação disponibilizada. É muito revelador o título de uma das entradas dessa página do King's College: O QUE SABEMOS ( What we already know) a lembra-nos o muito que ainda existe para esclarecer.