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May 2, 2017

...[ 'Cortar-se'] "Auto-Mutilação: uma simples chamada de atenção? " NÃO!!!


 
Estou a reeditar 2 posts porque a auto-mutilização (cortar-se) está a ser referida nas notícias em relação a actos criminosos de um designado 'jogo' assustador que já causou em Portugal danos.

Para ler todo o post clique aqui, no Blogue Salpicos (Alexandra Barros)
 Transcrevo abaixo um dos parágrafos do post da autoria de Alexandra Barros. Recomendo a leitura integral do post no blogue Salpicos (clique aqui)
 (...)
"A auto-mutilação ou a dor auto-infligida é sinónimo de grande sofrimento emocional que requer intervenção urgente. A dor emocional é tão avassaladora que, não encontrando outra forma de se expressar ou exteriorizar, é expulsa através da dor física que mascara a primeira, trazendo um certo alívio. Mas este alívio é obviamente temporário, levando à busca repetitiva da dor física, que acaba por assumir características obsessivo-compulsivas. Por outro lado, o sofrimento emocional, ao tornar-se insuportável, conduz a uma espécie de anestesia afetiva e a um sentimento de morte interior que faz com que a dor física (e o sangue) seja a única forma de confirmar que se está vivo e que se sente algo."

Existem estatísticas para Portugal sobre a  auto-mutilação?  Sim, e são preocupantes:
No esqueciaana (clique aqui) tinhamos dado conta de uma estatística muito preocupante em relação aos jovens portugueses:15,6 por cento referem "ter-se magoado de propósito nos últimos 12 meses, mais do que uma vez" (este comportamento é conhecido como auto-mutilação). Os dados são de um estudo internacional promovido pela Organização Mundial de Saúde. Em Portugal foram estudados  5050 adolescentes portugueses, com uma média de 14 anos. (ler mais aqui)
 




 

Feb 15, 2015

"36 perguntas que fazer com que duas pessoas se apaixonem" ? A fórmula mágica para o amor?

Quem pensa que Amores e Desamores nada têm a ver com anorexia e bulimia engana-se! Quantas vezes são acontecimentos 'desamorosos' que despoletam doenças de comportamento alimentar ou recaidas. Quantas vezes são felizes acontecimentos amorosos que ajudam (e de que forma!) a sair da espiral de depressão-anorexia/bulimia-depressão.
Pois vem isto a propósito de umas 36 perguntinhas que por aí pululam no ciber espaço em várias versões (junto abaixo a versão em português e em inglês)e também em publicações em papel. Dizem virais nas redes sociais e que 'prometem' -imagine-se!- fazer com que duas pessoas se apaixonem.
 

Em 1997 o  psicólogo Arthur Aron fez a experiência a agora Mandy Len Catron numa coluna do  New York Times repetiu-a. Pode ler o artigo no  The New York Times . Daniel Jones é o editor da coluna Modern Love e as crónicas são publicadas no Diário de Notícias todos os domingos onde a crónica pode ser encontrada aqui. Ver também a referência ao livro de Daniel Jones no fim deste post.  
Há 20 anos foram usados como cobaiss um homem e uma mulher que tiveram que responder às perguntas em 45 minutos e no final tinham que ficar OLHOS NOS OLHOS E EM SILÊNCIO durante 4 minutos.
 
QUESTIONÁRIO DAS 36 perguntas:
1. Pense numa pessoa qualquer do mundo, quem convidaria para jantar?
2. Gostava de ser famosa/o? De que forma?
3. Antes de fazer um telefonema, ensaia o que vai dizer? Por quê?
4. O que é para si um dia "perfeito"?
5. Quando foi a última vez que cantou para si mesmo? E que cantou para outra pessoa?
6. Qual das duas hipóteses prefere: conseguir viver até os 90 anos de idade ou manter o corpo e mente dos 30 anos durante os próximos próximos 60?
7. Tem uma intuição secreta sobre como irá morrer?
8. Diga três coisas que nós os dois parecemos ter em comum.
9. Pelo que se sente mais agradecido na vida?
10. Se pudesse mudar alguma coisa sobre a maneira como foi criada/o, o que seria?
11. Em quatro minutos, conte a  história da sua vida com o máximo de detalhes possível.
12. Se pudesse acordar amanhã com qualquer qualidade ou habilidade nova,  qual seria?

13. Se uma bola de cristal pudesse revelar algo sobre si, a sua vida, o seu futuro ou qualquer outra coisa, o que  gostaria de saber?
14. Existe alguma coisa que já sonha fazer há muito tempo? Porque  ainda não fez?
15. Qual é a maior realização da sua vida?
16. O que mais valoriza numa amizade?
17. Qual é a sua memória mais querida?
18. Qual é a sua memória mais terrível?
19. Se soubesses que dentro de um ano iria morrer de repente, mudaria alguma coisa sobre a maneira como está vivendo agora? Porquê?
20. O que é que a amizade significa para si?
21. Quais os papéis que o amor e o afeto exercem na sua vida?
22.  De forma alternada, compartilhe cinco coisas que considere como sendo características positivas do parceiro.
23. Quão próxima e amorosa é a sua família? Sente que a sua infância foi mais feliz do que a da maioria das outras pessoas?
24. O que  acha da relação com a sua mãe?

25. Diga três afirmações verdadeiras referentes a nós. Por exemplo, "Nós os dois estamos nesta sala sentindo ... ´"
26. Complete a frase: "Eu gostaria de ter alguém com quem eu pudesse partilhar... "
27. Se se tornarem grandes amigos, o que seria importante que cada um de vós soubesse?
28. Diga o que mais gostou nele, mas seja muito honesta desta vez. Diga o que jamais diria a alguém que acabou de conhecer.
29. Compartilhe com o seu parceiro um momento embaraçoso da sua vida.
30. Quando foi a última vez que chorou na frente de outra pessoa? E sózinha/o?
31. Diga imediatamente ao seu parceiro/a algo que o/a atrai nele.
32. O que é demasiado sério para para se fazer piadas sobre?
33. Se fosse morrer esta noite sem a chance de comunicar com alguém, o que mais se arrependeria de não ter dito a alguém? Por que não disse ainda?
34. A sua casa está a arder com tudo dentro. Depois de salvar os seus entes queridos e animais de estimação, tem tempo para fazer, com segurança, uma última entrada para salvar algo. O que seria? Porquê?
35. De todos os seus familiares, qual o falecimento que seria mais perturbador? Porquê?
36. Compartilhe um problema pessoal e peça um conselho sobre como ele/a lidaria com isso. Depois, peça para que ele/a reflita e diga o que você parece estar sentindo em relação ao problema mencionado.
Não se esqueça dos quatro minutos de troca de olhares.

As questões foram originalmente publicadas por Aron em : 'The Experimental Generation of Interpersonal Closeness'. 
O artigo do New York Times sobre as 36 questões: http://www.nytimes.com/2015/02/13/style/the-36-questions-on-the-way-to-love.html?_r=0
O livro de Daniel Jones (editor da coluna Modern Love) é o Love Illuminated (creio que não se encontra traduzido em português)

http://www.amazon.com/Love-Illuminated-Exploring-Mystifying-Strangers-ebook/dp/B00DB32U8I#reader_B00DB32U8I
 
 
O questionário em inglês (correcções à tradução acima são muito bem vindas
The 36 questions that can make you 'fall in love with anyone':
Set One
1. Given the choice of anyone in the world, whom would you want as a dinner guest?
2. Would you like to be famous? In what way?
3. Before making a telephone call, do you ever rehearse what you are going to say? Why?
4. What would constitute a “perfect” day for you?
5. When did you last sing to yourself? To someone else?
6. If you were able to live to the age of 90 and retain either the mind or body of a 30-year-old for the last 60 years of your life, which would you want?
7. Do you have a secret hunch about how you will die?
8. Name three things you and your partner appear to have in common.
9. For what in your life do you feel most grateful?
10. If you could change anything about the way you were raised, what would it be?
11. Take four minutes and tell your partner your life story in as much detail as possible.
12. If you could wake up tomorrow having gained any one quality or ability, what would it be?

Set Two
13. If a crystal ball could tell you the truth about yourself, your life, the future or anything else, what would you want to know?
14. Is there something that you’ve dreamed of doing for a long time? Why haven’t you done it?
15. What is the greatest accomplishment of your life?
16. What do you value most in a friendship?
17. What is your most treasured memory?
18. What is your most terrible memory?
19. If you knew that in one year you would die suddenly, would you change anything about the way you are now living? Why?
20. What does friendship mean to you?
21. What roles do love and affection play in your life?
22. Alternate sharing something you consider a positive characteristic of your partner. Share a total of five items.
23. How close and warm is your family? Do you feel your childhood was happier than most other people’s?
24. How do you feel about your relationship with your mother.

Set Three
25. Make three true “we” statements each. For instance, “We are both in this room feeling ... “
26. Complete this sentence: “I wish I had someone with whom I could share ... “
27. If you were going to become a close friend with your partner, please share what would be important for him or her to know.
28. Tell your partner what you like about them; be very honest this time, saying things that you might not say to someone you’ve just met.
29. Share with your partner an embarrassing moment in your life.
30. When did you last cry in front of another person? By yourself?
31. Tell your partner something that you like about them already.
32. What, if anything, is too serious to be joked about?
33. If you were to die this evening with no opportunity to communicate with anyone, what would you most regret not having told someone? Why haven’t you told them yet?
34. Your house, containing everything you own, catches fire. After saving your loved ones and pets, you have time to safely make a final dash to save any one item. What would it be? Why?
35. Of all the people in your family, whose death would you find most disturbing? Why?
36. Share a personal problem and ask your partner’s advice on how he or she might handle it. Also, ask your partner to reflect back to you how you seem to be feeling about the problem you have chosen.


 
 

 
 
 
 
 
 
 

 
 

 
 
 

Sep 22, 2014

DEPRESSÃO (video OMS) "manter uma mentira emocional deixa-nos exaustos"...


A Organização Mundial de Saúde inclui nesta página http://www.who.int/topics/depression/en/ alguma informação sobre depressão. O video (versão legendada no Brazil) chama-se: UM CACHORRO PRETO CHAMADO DEPRESSÃO. Video original: "I had a black dog: his name was depression" (4:17)https://www.youtube.com/watch?v=XiCrniLQGYc

Atualmente, a depressão afeta mais de 350 milhões de pessoas no mundo inteiro. Projeções da OMS estimam que no ano de 2030, entre todas as doenças, a depressão será a mais comum.  Existem tratamentos efetivos, mas menos da metade dos afetados pela doença recebem qualquer tipo de tratamento. Se o leitor ou alguém próximo  sofre de depressão, procure ajuda profissional.  Esse pode ser o primeiro grande passo em direção a uma grande mudança.
(nota do esqueciaana: usar um cão como referência para a DEPRESSÃO talvez não tenha sido a esolha mais feliz - porque não antes um monstro? uma carraça? uma lapa?- mas pensando bem a ideia é de que se agarra, se fideliza, se 'afeiçoa ao dono, o deprimido'. E a afeição é mútua. E assim sendo a figura do cão não está mal escolhida. PS-Desculpa Farrusco!)
 

Jan 30, 2013

...Emoções Anorexia e Bulimia (textos científicos)

 
Estão disponíveis online todos os artigos que integram o número especial da revista European Eating Disorders Review (clique na figura acima ou no link abaixo)
Pode conhecer outros artigos (alguns relativos a Portugal) aqui

Jan 12, 2013

...'fome' ou vários tipos de 'fome'?

Como já aqui escrevi várias vezes, com base na minha experiência, as doenças de distúrbio alimentar ou transtorno alimentar (TA) estão associadas à alimentação, mas o problema essencial não está no prato…são doenças mentais. Claro que para recuperar é necessário retomar uma alimentação saudável, claro que muitos dos sintomas passam pela alimentação (abandonar as práticas de não comer ou comer compulsivamente), mas insisto, o problema não está no prato.
Muitas vezes se pergunta: alguém doente com anorexia tem fome? A resposta pode ser sim ou não. Pode ter fome - eu acho que tem sempre - só que algures no cérebro são enviadas mensagens para ‘controlar’ essa fome. Por outro lado, e isto é frequente no período de recuperação, recomeçar a comer normalmente pode gerar nos primeiros tempos dores de estômago (ou mesmo uma sensação de que o corpo ‘não quer comer’). Por isso se alguém em recuperação vos disser ‘se comer dói-me a barriga’ pode não ser ‘fita’. Contudo, no caso da anorexia sem comer mais, sem ganhar um peso mínimo recomendado, a recuperação é impossível.
E será que há uma ‘fome’ ou várias fomes?
Não me estou a referir à fome enquanto flagelo mundial: 925 milhões de pessoas no mundo não comem o suficiente para serem consideradas saudáveis. Isso significa que uma em cada sete pessoas no planeta vai para a cama com fome todas as noites. (Fonte: FAO, 2012). Mais informação aqui: https://www.fao.org.br/oqvpssf2012.asp
Estou a referir-me à ‘fome’ sentida por quem sofre de um Transtorno Alimentar. No blogue recoveringanorexic a autora identifica 5  tipos de fome pois acha que a podem ajudar a combater a doença. No essencial concordo com essas categorias. O post original com a definição de cada um dos tipos de fome pode ser lido aqui.
Fome normal ou média
 
Fome intensa com impulsos e desejos
Fome extrema, com queda de açúcar no sangue
Fome emocional
Desejo compulsão / fome falsa
 
 

Nov 2, 2012

...(Estar com os outros) Ansiedade Social fonte: blogue Salpicos)


" Ansiedade social

É um dos tipos de ansiedade mais comuns, especialmente na casa dos 20-40 anos. Pode ir desde a pessoa sentir-se muito nervosa e pouco à vontade, até a um verdadeiro estado de pânico.

Conheço jovens, sobretudo raparigas, que evitam sair à noite ou aos fim de semana, com medo de não se sentirem bem. Depois inventam-se desculpas e racionalizam-se os medos: "as conversas não são interessantes, nem sei o que lhes hei-de dizer". "Aborreço-me, só me quero vir embora".

Questionadas sobre se não será possível serem elas próprias a iniciar conversas mais interessantes, torna-se obvio que o argumento é apenas uma defesa, e bem fraca, contra um medo enorme e paralisante.

Fraca auto-estima, falta de confiança, sentir-se mal na pele, má auto-imagem, medo de não se ser devidamente apreciado. Trata-se normalmente de jovens que não sentiram um genuíno afecto e apreço por parte dos pais em criança ou que, pelo contrário, foram demasiadamente protegidas.
continuar a ler no blogue Salpicos aqui
As duas imagens/'regras' número 4 e número 2 são de um Guia ilustrado para vencer a ansiedade social (em inglês). Discordo pelo menos de uma das regras sugeridas com humor, mas convido a visitar. ..porque sorrir é preciso
mais aqui
 

Feb 8, 2012

...as emoções fazem falta!

Retirei o texto abaixo do blogue de Lídia Craveiro (Outros Olhares)
Uma visão da natureza que ignore o poder das emoções é tristemente míope. As emoções são impulsos para agir e enfrentar a vida. A raiz da palavra emoção vem do termo latino "motere" que significa mover, mais o prefixo "e" fica "mover para"- As investigações indicam que cada emoção prepara o corpo para um tipo de resposta muito diferente: com o ira, o sangue flui para as mãos, tornando mais fácil pegar numa arma ou bater num inimigo, a adrenalina gera uma onda de energia; com o medo, o sangue corre para os grandes músculos, empalidecendo a face; o bem estar activa zonas do cérebro que impedem os sentimentos negativos; o amor provoca excitação parassimpatica que gera um estado geral de calma e contentamento, facilitando a cooperação; a surpresa permite o alargamento do campo de visual, em virtude do arquear das sobrancelhas e a entrada de mais luz na retina; a repulsa gera uma resposta facial; a tristeza ajuda a adaptarmo-nos a uma perda significativa, como a morte de alguém querido ou, um grande desapontamento, causa uma grande quebra de energia e do entusiasmo pela vida, aproxima a depressão e a baixa do metabolismo do corpo.
In "Inteligência emocional" Goleman ( 1997)
Inteligência Emocional de Daniel Goleman
O livro que mudou o conceito de inteligência.
Edição/reimpressão: 2010 Páginas: 376
Editor: Temas e Debates ISBN: 9789896440909

Feb 3, 2012

..."todas as cartas de amor são ridículas" (de Pessoa para Ofélia)

Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) escreveu que todas as cartas de amor são ridículas. No link abaixo podemos ler 9 cartas dele (o "nininho", Ibis) e as 9 respostas de Ofélia (o seu "bébé pequenino")
Duas dessas cartas abaixo.
Porque estou a escrever este post? Porque tem a ver com expressar emoções ... sem medo do "ridículo"...ou antes expressar emoções, ponto. SEM MEDO.
(para ver a imagem total das cartas abaixo, clique na imagem)

Dec 1, 2011

...dificuldade em identificar e expressar emoções ( questionário )


A alexitimia relaciona-se com o problema em identificar e expressar emoções. Qual a relação entre isso e a anorexia nervosa (ou outras doenças do comportamento alimentar)? A tese de Sandra Torres Brandão Ferreira, O CORPO E O SILÊNCIO DAS EMOÇÕES - ESTUDO DA ALEXITIMIA NA ANOREXIA NERVOSA, cujo resumo abaixo se reproduz e que pode ser lida integralmente aqui (ver anterior post de esqueciaana) contribui para essa resposta. Nessa tese apresenta-se este questionário que é a adaptação da escala de alexitimia de Toronto [nota do esqueciaana, eescalas deste tipo são frequentemente adoptadas pelos técnicos de saúde mental e necessitam ser adaptadas em função das idades, contextos, etc.]
RESUMO

A anorexia nervosa é uma perturbação do comportamento alimentar que afecta principalmente mulheres jovens. Diversos investigadores neste campo têm proposto formulações teóricas que definem esta psicopatologia como uma perturbação da regulação dos afectos. Com base nesta concepção, o presente estudo teve como objectivo geral analisar o funcionamento emocional de indivíduos com anorexia nervosa.
Objectivamente, procurou-se
(1) definir o padrão emocional associado à anorexia nervosa, com base no estudo das emoções sentidas e na avaliação das capacidades meta-emocionais;
(2) avaliar a alexitimia, ansiedade, depressão e auto-eficácia geral, bem como a relação que estas variáveis estabelecem entre si;
(3) analisar a influência da alexitimia, da ansiedade, da depressão e da auto-eficácia geral na predição da anorexia nervosa. No estudo participaram dois grupos (clínico e não-clínico), apenas com participantes do sexo feminino.
O grupo clínico foi composto por 80 sujeitos com anorexia nervosa (critérios DSM-IV), entre os 12 e os 34 anos. O grupo não-clínico foi composto por 80 sujeitos não-anorécticos, com características semelhantes ao grupo clínico em termos de idade, escolaridade e profissão.
As anorécticas foram seleccionadas em instituições de saúde e o seu diagnóstico foi confirmado com a aplicação da Entrevista de Diagnóstico das Perturbações do Comportamento Alimentar - IV. As não-anorécticas foram maioritariamente seleccionadas em instituições de ensino e preencheram um questionário inicial breve para despistar eventuais problemas alimentares. Ambos os grupos foram avaliados relativamente à ansiedade, depressão, alexitimia e auto-eficácia geral. Em comum registou-se também o preenchimento do Questionário de Avaliação das Emoções para a Anorexia Nervosa, desenvolvido por nós para o presente estudo.
Os resultados encontrados sugerem que as anorécticas apresentam um padrão emocional distinto das não-anorécticas apenas nos estímulos que envolvem situações relacionadas com a anorexia nervosa. Perante estas, as anorécticas registaram uma emocionalidade negativa, voltada para o interior e mais intensa. Este padrão de emoção é também o mais frequente no seu dia-a-dia. Em termos meta-emocionais, as anorécticas demonstraram ter capacidade para imaginar emoções em situações hipotéticas, conseguindo relembrá-las e nomeá-las. As anorécticas apresentaram ainda níveis mais elevados de alexitimia, depressão e ansiedade e níveis inferiores de auto-eficácia geral, quando comparadas com o grupo não-clínico. A depressão e a alexitimia constituem preditores significativos do diagnóstico de anorexia nervosa. No global, os resultados reforçam a relevância da intervenção psicológica orientada para a regulação dos afectos ao nível do tratamento da anorexia nervosa.

[ nota prévia aos vários questionários apresentados na Tese:]

FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE DO PORTO

Os questionários que se seguem estão inseridos num projecto de investigação sob a responsabilidade da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, no âmbito do curso de Doutoramento em Psicologia.

Não existem respostas certas ou erradas, ou seja, qualquer resposta que for dada está correcta. Todas as respostas são confidenciais.

A sua participação é muito importante para este estudo, mas se por qualquer motivo não quiser participar, tem todo o direito de o fazer e agradecemos de igual modo a sua atenção.

Obrigada pela sua colaboração
No esqueciaana outros posts sobre emoções:
http://esqueciaana.blogspot.com/2010/11/emocoes-e-anorexia-artigo-cientifico.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2010/07/anorexia-e-emocoes-investigacao.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2010/07/identificar-e-expressar-emocoes-e-nao.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2010/09/abracos-medos-tacto-emocoes-ciencia-e.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2011/06/dependencia-emocional-no-blogue-de.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2011/04/quinze-por-cento-dos-jovens-magoam-se.html

Apr 14, 2011

..."15% dos jovens portugueses magoam-se de propósito" 5050 adolescentes inquiridos (Público 14.04.2011)


(Posta actualizado em 19 de Janeiro 2012: no Programa da SIC Boa Tarde, a Conceição Lino entrevistou uma mãe que publicou um livro sobre um filho adolescente que se auto-mutilava ('dor física para esquecer dor de alma').
O Público dá hoje notícia num texto assinado por Catarina Gomes sobre os resultados obtidos para Portugal de um estudo que será brevemente divulgado e que é promovido pela organização Mundial da Saúde. Já antes notícámos um estudo similar (aqui)
"Estudo com 5050 adolescentes portugueses, com uma média de 14 anos, mostra que consumo de tabaco e do álcool está a descer e o de haxixe a aumentar.

É um fenómeno que tem sido detectado noutros países: há adolescentes que se magoam a si próprios com pequenos cortes, pequenas queimaduras. No estudo sobre adolescentes portugueses que hoje é apresentado em Lisboa fez-se a pergunta pela primeira vez e a resposta deixou a coordenadora do estudo "assustada": 15,6 por cento referem "ter-se magoado de propósito nos últimos 12 meses, mais do que uma vez" (este comportamento é conhecido como auto-mutilação). Em idas a congressos internacionais onde se falava destes comportamentos, Margarida Gaspar de Matos, a coordenadora do estudo português que é feito no âmbito da Organização Mundial de Saúde e em que participam mais 43 países, sempre achou que a realidade não afectaria Portugal da mesma forma. Mas, como sabia que era "um fenómeno geracional" em vários países, decidiu incluir perguntas sobre o tema no estudo dos comportamentos dos jovens em idade escolar, realizado no ano passado, e que já tinha sido feito em 1998, 2002 e 2006. Os resultados, admite, surpreenderam-na. São 15,6 por cento os adolescentes dos 6.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade, com uma média de idades de 14 anos, que referem ter-se magoado de propósito nos últimos meses. Cerca de metade (52,9 por cento) disse tê-lo feito nos braços, 24,7 por cento nas pernas, 16,7 na barriga e 22,5 por cento noutros locais do corpo. A amostra é representativa desta população: foram inquiridos 5050 jovens.

"Magoam-se normalmente em sítios não visíveis", explica Margarida Gaspar de Matos, que dirige a equipa de investigadores da Faculdade de Motricidade Humana e Centro de Malária e Doenças Tropicais, em Lisboa. Trata-se de agressões autodirigidas que servem "como forma de auto-regulação emocional", sintoma "da dificuldade em gerir emoções". "São adolescentes que não conseguem lidar de outra forma com o facto de estarem tristes, irritados, desesperados", continua. Tentando compreender quem são estes miúdos, a equipa de investigadores constatou que os que fazem mal a si próprios são "uma minoria preocupante com vários comportamentos de risco": são quem mais fuma, bebe, consome drogas (nomeadamente cannabis), têm maior envolvimento em provocações, maior dificuldade em fazer amigos. Estes jovens ou acham-se muito gordos ou muito magros, sem que isto corresponda a um índice de massa corporal real. São ainda os que mais têm pais que pouco ou nada sabem sobre os seus amigos, o seu tempo livre e para onde saem à noite. Por fim, "são os que mais frequentemente dizem estar tristes e não aguentar...".Para a investigadora, "este é um comportamento que possivelmente tem vindo a aumentar sem que ninguém se tivesse apercebido". "Temos que estar atentos", diz, para ressalvar que, em países como Estados Unidos, Canadá e Finlândia, as prevalências andam entre os dez e os 15 por cento, não muito longe de Portugal.

O estudo, financiado pelo Alto Comissariado da Saúde e pela Coordenação Nacional para o VIH/Sida, defende que é preciso arranjar estratégias para ajudar estes jovens "a auto-regular-se do ponto de vista emocional sem recurso a "extras", quer virados para fora, como a violência, o consumo de substâncias, quer virados para dentro, como o magoar-se a si próprio, isolar-se, comer em demasia".Mas há várias boas notícias no estudo, sublinha Margarida Gaspar de Matos. Uma nota positiva é que se vem assistindo a um aumento crescente da escolaridade dos pais (que se situa no 2.º e 3.º ciclos) e outra é que "todos os miúdos têm computador e metade tem acesso à Internet em casa", o que coloca Portugal a par dos países europeus mais avançados nesta área.

O reverso da medalha deste último aspecto é o aumento do tempo pas- sado em frente ao ecrã - quer do com- putador, quer da televisão - e o conse_ quente sedentarismo e aumento de peso por falta de actividade física. Fazendo eco de muitos outros estudos que têm feito soar o alarme da obesi- dade infantil, os dados agora reco- lhidos confirmam a tendência: 18,8 por cento sofrem de excesso de peso ou obesidade. O consumo de tabaco e álcool continua a descer, mas o consumo de haxixe apresenta uma tendência de aumento, o que faz a coordenadora temer pelo "desinvestimento nas políticas de prevenção desta área".

E há dois dados que persistem nos vários estudos e em que Portugal tem dos piores indicadores da Europa: os jovens nacionais são dos que mais dizem sofrer de stress relacionado com os trabalhos de casa e são dos alunos que acham que os professores menos os acham capazes.

Muitos assistem a lutas no recreio e não fazem nada

Mais de metade dos adolescentes portugueses (59,4 por cento) referiram ter assistido a situações de provocação na escola, das quais cerca de metade ocorreu no recreio. Dos que dizem ter presenciado, cerca de dois terços referem não ter feito nada e terem-se afastado, 54,8 por cento não fizeram nada e ficaram a ver e houve mesmo 10,7 por cento que incentivaram o provocador. Para a coordenadora do estudo, esta "é uma forma de violência pela passividade, os que assistem e não fazem nada ou até incentivam". "São - resume - os espectadores". Também a Internet pode ocasionar novas formas de violência (ciberbullying), mas a grande maioria (84,1 por cento) não se envolveu neste tipo de provocações. Nos que o fizeram, o Messenger foi o meio mais usado, seguido das mensagens de telemóvel. Entre os que se viram envolvidos nestas situações, a grande maioria conseguiu ultrapassar o problema."