"O uso da chamada terapia pela fotografia nos transtornos alimentares, particularmente no caso da anorexia onde existe uma disfunção da imagem corporal, surge como um "instrumento" adicional na construção/reconstrução da imagem corporal. [...]Podemos utilizar esta técnica de modo experimental.
Sabe-se que numa foto não temos apenas o aspecto visível, o que nos interessaria. Porque, desta forma, alguém que se "visse" como gorda, embora estivesse extremamente magra, ao se "ver" numa fotografia perceberia a sua magreza.
Sabe-se que numa foto não temos apenas o aspecto visível, o que nos interessaria. Porque, desta forma, alguém que se "visse" como gorda, embora estivesse extremamente magra, ao se "ver" numa fotografia perceberia a sua magreza.
Porém um outro aspecto envolvido numa foto (imagem), são os aspectos invisíveis, as evocações e significados que a foto suscita na mente de cada observador.
Sendo que este observador mantém intacto o seu sentido de visão, mas não o da percepção. A maneira como ele se vai aperceber nesta foto, pode não ter nada a ver com o que ele vê. Se há sensação deficiente (ou distorcida) no sentido "invisível" da percepção, o que será experimentado então ao olhar uma foto, será profundamente estranho, o equivalente quase inexprimível a estar cego ou surdo.
Se o sentido de percepção estiver muito comprometido ( o que varia de pessoa para pessoa), o corpo torna-se, cego para si mesmo [...]
Sendo que este observador mantém intacto o seu sentido de visão, mas não o da percepção. A maneira como ele se vai aperceber nesta foto, pode não ter nada a ver com o que ele vê. Se há sensação deficiente (ou distorcida) no sentido "invisível" da percepção, o que será experimentado então ao olhar uma foto, será profundamente estranho, o equivalente quase inexprimível a estar cego ou surdo.
Se o sentido de percepção estiver muito comprometido ( o que varia de pessoa para pessoa), o corpo torna-se, cego para si mesmo [...]
Por isso a terapia pela fotografia pode ser benéfica para alguns pacientes, enquanto que outros permanecerão "cegos", e por isso incapazes de "verem" o que um retrato é capaz de revelar. "
Texto de da psicóloga brasileira Valéria Lemos Palazzo (CRP 06/35173) recolhido (aqui)
Texto de da psicóloga brasileira Valéria Lemos Palazzo (CRP 06/35173) recolhido (aqui)
Desconhecemos se em Portugal esta terapia é usada e com que resultados. Aparentemente tem potencialidades. Abundante literatura técnica associada a este tipo de terapia pode ser encontrada também (aqui), incluindo teses académicas recentes e um trabalho do António Damásio.
Foto CC (aqui)
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