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Sep 4, 2014

Estudantes Universitários em Risco/ University Students at Risk


 
(transcrevo pela urgência e prometo tradução para breve)

University Students At Risk

By AMIRA SHEHATA
Published: September 3, 2014
Beginning college is a monumental transition in the lives of adolescents all over the world. This transition brings with it a mixed bag of blessings and challenges. Students sacrifice their safety nets of family, friends, and hometown familiarity for a world of boundless opportunity; exposure to diverse cultures; limitless knowledge; and, on the darker side, new challenges and stressors. They start to feel both physical and mental pressures including demanding academic schedules, cafeteria-style eating, changes in physical activity, pressures to “fit in,” and making new friends.
The many challenges of the university experience can turn college campuses into “incubators” for eating disorders. Transition times are typically high-risk periods for the emergence of eating disorders and the sheer number of changes that the transition to college entails can create the perfect conditions for the emergence of an eating disorder. It comes as no surprise that eating disorders are prevalent on college campuses. Studies indicate that 91% of women in college attempt to diet in order to control their weight, while 25% engage in binge eating and purging. Up to 61% of college students (of both sexes) exhibit disordered eating. The most common eating disorder on campuses is probably one you might never have heard of, namely binge-eating disorder, or BED. BED is characterized by binge eating (eating an unusually large amount of food in a discrete period of time and feeling out of control over eating or like you can’t stop eating).
Raising awareness about body image and healthy eating can be a first step in removing weight stigma and reducing eating disorders on college campuses. Educate yourself about eating disorders so you will be better equipped when trying to help someone in need. After doing so, raise awareness so that other students understand what eating disorders are and how they can find help if they need it. Here are a few tips for helping your friends who are battling eating disorders:
  • Tell your friend you are concerned about them and have an honest conversation where the focus is not on body image, but rather on health
  • Compliment your friend’s success, personality, and achievements—not just their appearance
  • Be a good role model – exemplify healthy eating habits
  • Let your friend know you are always available for support and help
  • Make your friend aware of the resources on campus. Offer to accompany them if they choose to take advantage of these resources
  • Recognize and set your limits. If the situation is out of control, go to a professional.
Many college campuses have resident advisors (RA) in their dorms who can counsel and refer them to professionals for treatment. There are many college organizations that focus on erasing the stigma of mental health and eating disorders, and can be great support systems for individuals suffering from eating disorders on campus. Moreover, within campus health there is usually a counseling and psychological services division (CAPS). Any student who wants to discuss his/her physical, emotional, spiritual, or mental well being can walk in or set up an appointment with a counselor for individual, couples, or group therapy. University affiliated hospitals also exist and may house specialized eating disorder centers that provide therapy, nutritional counseling, medication management, and physical monitoring.
For students at UNC-Chapel Hill who may be suffering from an eating disorder or know someone who is, a list of resources can be found on the UNC CEED website. Also, register to attend one of Embody Carolina’s 4-hour peer lead workshops, which provide education and training to students on how to serve as compassionate and effective allies to those struggling with eating disorders on campus. Embody Carolina is an accredited Buckley Public Service Scholars (BPSS) Skills Training and can be used to fulfill the requirements of the BPSS program. You can also join the Embody Carolina team, serving on the leadership board, leading training workshops, or participating in outreach initiatives on campus, thereby helping to create a more protective environment for individuals vulnerable to or currently struggling with eating disorders on campus.
Resources:
National Eating Disorders Association. N.p., n.d. Web. 11 Aug. 2014.
National Association of Anorexia Nervosa and Associated Disorders. N.p., 1976. Web. 11 Aug. 2014
 
photo credit: Avolore via Creative Commons

Aug 17, 2014

3 artigos científicos de 2014 sobre Compulsão Alimentar e outras doenças do comportamento alimentar em Portugal



A revista científica European Eating Disorders Review publica artigos que nos ajudam a perceber melhor as causas, diagnóstico e tratamento da Anorexia Nervosa, da Bulimia e de outras doenças relacionadas com o comportamento alimentar.
 
Referenciamos em seguida 3 artigos publicados em 2014 que analisam casos em Portugal (em todos são incluídos os links para a revista onde podem ser lidos os resumos e os textos integrais em inglês).
 
Juntamos ainda uma tradução livre do resumo de um deles referente a um estudo sobre Compulsão Alimentar (Binge Eating Disorder, BED) nos estudantes do ensino superior em Portugal publicado em Maio de 2014.
 

European Eating Disorders ReviewVolume 22, Issue 3, May 2014, Pages: 185–190, Mónica Ribeiro, Eva Conceição, Ana Rita Vaz and Paulo P. P. Machado

RESUMO:

A Compulsão Alimentar (Binge eating disorder, BED) tem outras doenças associadas e foi recentemente considerada como uma categoria específica no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – Fifth Edition (nota de esqueciaana: neste blogue  encontra várias referencias ao DSM e como nele têm evoluído as categorias das doenças de comportamento alimentar).

Este estudo investiga a prevalência da Compulsão Alimentar (BED) numa amostra de estudantes universitários portugueses tendo sido selecionada a amostra em duas etapas [nota de esqueciaana: no esquema abaixo resume-se as etapas de selecção da  amostra]. 

Entre Outubro de 2008 e Julho de 2009,  805 estudantes universitários de uma universidade pública do Minho completaram o questionário Questionnaire on Eating and Weight Patterns – Revised  [nota de esqueciaana: um questionário similar pode ser encontrado aqui, e uma versão portuguesa aqui]. Com base nesse questionário foram identificados os casos a entrevistar numa segunda fase. 85 estudantes que apresentavam o critério para compulsão alimentar foram convidados a ser entrevistados, nessa segunda fase, com base no Eating Disorder Examination.

Na primeira etapa, 9,6% dos inquiridos assinalaram episódios de compulsão alimentar. Na segunda etapa do estudo a taxa de prevalência foi de 0,5% para Compulsão Alimentar e de 1% no caso de ser excluído o critério de uma grande quantidade de alimentos.
 
Nota de esqueciaana:As Figura 1 e Tabela 2 abaixo foram retiradas do artigo original cuja leitura recomendo.
 


European Eating Disorders ReviewVolume 22, Issue 3, May 2014, Pages: 185–190, Mónica Ribeiro, Eva Conceição, Ana Rita Vaz and Paulo P. P. Machado
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References
 
 
European Eating Disorders Review
Volume 22, Issue 4, July 2014, Pages: 243–251, Bárbara C. Machado, Sónia F. Gonçalves, Carla Martins, Hans W. Hoek and Paulo P. Machado
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References


Early Response as a Predictor of Success in Guided Self-help Treatment for Bulimic Disorders
European Eating Disorders ReviewVolume 22, Issue 1, January 2014, Pages: 59–65, Ana R. Vaz, Eva Conceição and Paulo P. P. Machado
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References

(imagens de Escher)

Jun 13, 2013

...época de EXAMES (7 efeitos sobre os estudantes)

Interrogo-me muitas vezes sobre o quando e o porquê de ter tido anorexia nervosa. Foi há décadas (sim, décadas). Tenho quase a certeza que a doença me 'apanhou' numa fase de extremo cansaço depois de um qualquer período de exames em que existindo múltiplas razões objectivas para estar com a auto-estima elevada, me sentia muito deprimida. O perfeccionismo acompanha muitos dos doentes com anorexia (artigo científico sobre o assunto aqui; estudo com base em estudantes portugueses aqui). Nesta época de exames (em que por uma décima se pode alcançar ou perder a entrada "no-curso-com-que-sempre-se-sonhou'') o perfeccionismo, o stress, a depressão...podem agudizar-se. Alerta.
 
Outro post relacionado: inteligência e anorexia ... (aqui)  


(este post já tinha sido publicado em junho de 2010)
Fotografia flickc cc (aqui)

Aug 23, 2012

... Bullying (1 em cada 3 pessoas já foram amedrontadas por outras; 'uns quilos a mais' um dos motivos)


A DECO (associação de defesa do consumidor) divulgou hoje alguns resultados de um estudo realizado junto de 1240 pessoas. O estudo mais desenvolvido será publicado na revista de setembro de 2012 e volterei a ele. Por agora ficam alguns números assustadores e que devem levar todos a pensar muito a sério neste problema.
(nota da autora do blogue esqueciaana: o termo adoptado também em Portugal é o termo inglês bullying; acho que se deveria traduzir para AMEDRONTAMENTO que pode ser ameaçar física, verbal ou psicologicamente outra pessoa).
-UMA em cada TRÊS pessoas já foram vítimas de bullying na escola, trabalho ou internet.
-MOTIVOS MAIS FREQUENTES para a escolha da vítima: 'quilos a mais', timidez, passividade.
-afecta mais as raparigas que os rapazes
-12% dos que foram vítimas de amedrontamento na escola ficam com memórias que perturbam mesmo depois de adultos
-prevalece no 6º ano
-apenas cerca de UM em cada CINCO professores se apercebe (e os pais, qual será a percentagem?)

Actualização em 18 .10 2012:
Muitas vezes o bullying pode ter consequ~encias fatais. Como este caso:
http://www.publico.pt/Sociedade/jovem-pos-fim-a-vida-apos-tres-anos-de-bullying-com-fotografia-onde-estava-nua-1567928


Jul 31, 2012

...Perturbações Alimentares e Perfecionismo (Tese de Mestrado em Psicologia, Universidade de Lisboa, de Leonor B. Oliveira, 2011)

MESTRADO INTEGRADO EM PSICOLOGIA
Secção de Psicologia Clínica e da Saúde, Núcleo de Psicologia Clínica Sistémica
Dissertação, orientada pela Prof.ª Doutora Rita Francisco e coorientada pela Prof.ª
Doutora Rosa Novo
2011
( Esta tese de mestrado em psicologia (que pode ser lida integralmente aqui) investiga a relação entre o perfeccionismo e as perturbações alimentares, com base numa amostra de 531 adolescentes portugueses; felicita-se a autora e recomenda-se a leitura; a tese inclui em anexo os diferentes questionários-testes em que se baseou o estudo prático; acima reproduzimos uma das imagens de um desses testes)
RESUMO
"Os objetivos do estudo recaem sobre a investigação, em adolescentes em meio escolar, do contributo do perfecionismo e das suas dimensões autorientada e socialmente prescrita, bem como da sintomatologia depressiva e/ou ansiosa, para a sintomatologia de perturbação alimentar.

Participaram no estudo 531 adolescentes, de idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos de ambos os sexos. Os participantes responderam a um Questionário de Dados Pessoais e Sociodemográficos, à subescala de perfecionismo do Eating Disorder Inventory 2 (Garner, Olmstead & Polivy, 1983), ao Eating Attitudes Test 26 (Garner, Olmstead, Bohr & Garfinkel, 1982) e ao Cuestionario Educativo-Clínico: Ansiedad y Depresión (González, Cueto & Fernández, 2007). A subescala do EDI2 foi, neste estudo, repartida em perfecionismo autoorientado e perfecionismo socialmente prescrito.

Os participantes do sexo masculino apresentaram menor número de casos de dieta e níveis mais baixos de sintomatologia depressiva-ansiosa, depressão, ansiedade e de sintomatologia de perturbação alimentar em comparação com as raparigas, não tendo sido observadas diferenças entre sexos no que se refere ao perfecionismo global, perfecionismo socialmente prescrito e perfecionismo auto-orientado.

As correlações encontradas entre as variáveis em estudo foram mais elevadas e significativas no grupo das raparigas. Também entre estas foi possível explicar consideravelmente a sintomatologia de perturbação alimentar através da análise de regressões múltiplas hierárquicas, que revelou que a idade, a dieta, o perfecionismo auto-orientado e a depressão contribuíam para explicar 42% da variância da sintomatologia de perturbação alimentar.

Tal não foi observado em rapazes pois relativamente a estes só foi possível explicar 10% da variância de sintomatologia de perturbação alimentar para a qual apenas contribuíam perfecionismo global e sintomatologia depressiva-ansiosa.

O significado dos resultados é discutido em termos das implicações para o conhecimento acerca dos fatores de risco para o desenvolvimento de perturbações alimentares em ambos os sexos."
Palavras-chave: perturbação alimentar, perfecionismo, perfecionismo auto-orientado, perfecionismo socialmente prescrito, ansiedade, depressão, adolescência."
O modelo conceptual usado encontra-se na figura abaixo reproduzida da tese de Leonor Baptista de Oliveira. São considerados doi tipos de Perfeccionismo (o auto-orientado, na figura representado por AO e o socialmente prescrito na figura representado por SP). A influência destes dois tipos de perfecionismo, avaliada por questionários padrão internacionais, sobre as Perturbações Alimentares (PA na figura) é estudada. 
( Nota do esqueciaana: Ainda sobre o tema do perfeccionismo mas neste caso em inglês pode ainda consultar este link para um artigo num site da AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION (APA) de onde reproduzimos a imagem seguinte. Os aspectos negativos e positivos do perfeccionismo e a dificuldade em traçar as fronteiras...)

Jan 13, 2012

...7 efeitos - Estudantes com Anorexia e Bulimia

Sendo a anorexia uma doença com maior incidência na população jovem ela afecta muitos estudantes. As anorécticas/os e bulímicas/os são frequentemente, antes da doença ou até mesmo em alguma fase dela muito bons estudantes e com bons desempenhos em actividades físicas (como o desporto ou a dança). Estudantes brilhantes em alguns casos. Atletas de excelência noutros. Já referimos no esqueciaana a relação entre inteligência e anorexia usando um texto do blogue Finding Melissa.


Mas qual o efeito das doenças do comportamento alimentar sobre a actividade escolar/académica?


Uma associação norte americana a NEDA inclui no seu site um conjunto de materiais orientados para os educadores/escola e outros para os pais. De entre os inúmeros para os educadores retirámos e traduzimos (bolds nossos) este sobre os efeitos das doenças do comportamento alimentar no desempenho escolar (fonte original, em inglês, aqui em pdf).
Efeito dos problemas do Comportamento Alimentares nas capacidades cognitivas e no desempenho escolar

"Apesar de a desnutrição, a atitude perfeccionista de quem sofre de anorexia e bulimia pode estimular os doentes a manter um elevado nível de desempenho académico, que é ainda mais difícil dado o seu estado físico e mental." [nota de esqueciaaana: este aspecto é particularmente relevantes para os pais e familiares que muitas vezes pensam erradamente que 'se vai bem nos estudos' tudo vai bem...]

“Os transtornos alimentares (TA) podem afectar profundamente a capacidade de aprendizagem de uma criança ou jovem. Compreender como algumas das formas de um distúrbio alimentar podem afectar a função cognitiva pode ajudar os educadores a reconhecer que um aluno está com problemas. Abaixo são listadas os principais efeitos de um transtorno alimentar sobre o funcionamento cognitivo. A função cognitiva também será afectada pelo transtorno mental que frequentemente coexiste com um distúrbio alimentar, tal como a ansiedade, a depressão e o transtorno obsessivo-compulsivo.
Resumo dos resultados da investigação sobre o impacto da desnutrição nos estudantes:
1. pode ter efeitos prejudiciais para o desenvolvimento cognitivo em crianças e jovens;
2. tem um impacto negativo sobre o comportamento do estudante e o desempenho escolar;
3.
faz os estudantes sentirem-se irritados, diminui a capacidade de concentração e atenção, diminui a capacidade de ouvir e processar informação, pode causar náuseas, dor de cabeça, e faz com que os estudantes se sintam cansados e com falta de energia;
4.
faz com que os estudantes com doenças do comportamento alimentar sejam menos capazes de executar tarefas comparando com restantes os colegas;
5.
leva a carências de nutrientes específicos, como o ferro, que tem um efeito imediato na memória  e na capacidade de concentração;
6.
pode fazer com que os estudantes se tornam menos activos e mais apáticos, se isolem, e tenham pouco convívio social;
7. pode prejudicar o sistema imunológico e tornar os estudantes mais vulneráveis a doenças ao aumento do absentismo." Fonte: NEDA
Mais posts no esqueciaana sobre Estudantes no search e :
aqui: Sobre estudantes e dca
Imagem: flickr cc (aqui)

Jun 13, 2011

...actividades de Verão (Universidade Júnior) na U. do Porto

As inscrições estão quase a fechar. As opções são muitas. Existem em várias universidades portuguesas . Damos notícia agora das actividades na Universidade do Porto dirigidas a estudantes do ensino secundário de diferentes idades
Mais informações nestes links (incrições, prazos, programas, alojamento, etc.):
http://universidadejunior.up.pt/
http://sigarra.up.pt/up/web_base.gera_pagina?p_pagina=1001425
Os projectos desenvolver-se-ão nas seguintes faculdades: Faculdade de Arquitectura; Faculdade de Belas Artes; Faculdade de Ciências; Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação; Faculdade de Desporto; Faculdade de Direito; Faculdade de Economia; Faculdade de Engenharia; Faculdade de Farmácia; Faculdade de Letras; Faculdade de Medicina; Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar; Casa da Música; Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo / IPP.

Sep 18, 2010

...acne, imagem, depressão e...


A importância da imagem corporal na adolescência é muito grande. Hoje como há meio século (como ilustra o anúncio de 1965 acima reproduzido). O DN noticiou ontem (aqui) os resultados de um estudo baseado numa amostra de perto de 4000 adolescentes da Noruega entre os 18-19 anos. O resumo e referências do artigo original publicado no Journal of Investigative Dermatology , (16 September 2010) pode ser lido no fim deste post.

Esse estudo conclui pela associação entre depressão e pensamentos em por fim à vida e o acne. Acrescento que esta questão da associação entre o acne e a depressão e  suicídio nos adolescentes está desde há anos também relacionada com o uso de determinados fármacos anti-acne (que foram proibidos em alguns países) sobre os quais existiam indícios de geral depressões. É o caso do ACCUTANE (da Roche) e do ISOTRETINOIN (a versão genérica do medicamento). Esta mesma questão é discutida numa outra notícia sobre o mesmo estudo e que pode ser lida online (aqui).
Pela importância "do poder da imagem e à relação dos jovens com o espelho" transcrevemos algumas declarações de especialistas contactados pela jornalista Ana Bela Ferreira:
Psicólogo João Balrôa:
"O rosto é fundamental na comunicação humana e é importante sentir que o outro gosta da nossa presença. E, neste caso, o acne pode causar impressão no outro e essa sensação tem um grande impacto nos adolescentes". "o importante é o adolescente ter alguém que lhe dá valor e ajuda a secundarizar problemas". "Deve dar-se esperança ao jovem, até porque sabemos que o suicídio acontece quando as pessoas perdem a esperança"
Psiquiatra e ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia (SPS) Carlos Braz Saraiva:
"A imagem tem um papel importante na sociedade actual e os problemas ganham maior dimensão se forem na face"
Presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, Manuel Marques Gomes:"Está provado é que o acne é um dos problemas que pode aumentar a percentagem de suicídio, mas não é causa única"



Referência
Suicidal Ideation, Mental Health Problems, and Social Impairment Are Increased in Adolescents with Acne: A Population-Based Study
Jon A Halvorsen, Robert S Stern, Florence Dalgard, Magne Thoresen, Espen Bjertness and Lars Lien
Journal of Investigative Dermatology , (16 September 2010)
doi:10.1038/jid.2010.264

"RESUMO: (tradução livre do inglês)
Foi efectuado um estudo seccional baseado num questionário para aprofundar o conhecimento da relação entre os pensamentos suicidas, problemas de saúde mental e de socialização e o acne grave entre adolescentes com 18-19 anos. 
Foram convidados a participar 4.744 jovens e 80% (3.775) participaram. No conjunto, 14% dos inquiridos declararam ter muito ou muitissimo acne. Comparando os que declararam ter muitissimo acne e e aqueles que declararam ter pouco ou nenhum acne, os pensamentos suicidas ocorrem o dobro das vezes no caso das raparigas (25.5 vs 11.9) e são três vezes mais frequentes nos rapazes (22.6 vs 6.3). Os pensamentos suicidas estão associados estatisticamente ao acne também quando se adopta um  modelo de análise multivariável em que se controla os sintomas de depressão a etneia e o rendimento familiar. 
Estão também associados, os problemas de saúde mental, avaliados pelo questionário Strengths and Difficulties Questionnaire, fraca ligação aos amigos, fraco desempenho escolar, inexistência de uma relação amorosa e nunca ter tido uma relação sexual. O acne surge normalmente na adolescência e está associado a problemas sociais e psicológicos. Factores negativos incluindo ideias suicidárias e depressão que têm sido associadas com as terapias para o tratamento do acne podem afinal ser resultantes do próprio acne."

fotografia flickr cc (aqui) ; imagem: anúncio a creme de combate ao acne (1965)

Sep 1, 2010

...Voltar de férias (I) : Reencontros e Conversas ( e campanha End FatTalk)

Regresso de férias! Reencontro de amigos e colegas! "Pôr a conversa em dia" em directo e ao vivo.Ter conversas de circunstância ou não. E entre elas algumas sobre o corpo (mais ou menos moreno, mais ou menos pesado etc.).  Quando li um comentário num blogue em que alguém lamentava a  terem chamado de anoréctica por estar mais magra (é grande a ignorância sobre a anorexia nervosa, há falsos mitos sobre a doença (4 aqui) e muitas ideias erradas sobre a doença (ver 23 dessas ideias aqui)). Lembrei-me de uma campanha que tem lugar há vários anos nos Estados Unidos: End Fat Talk.

Se alguém pretende ajudar uma amiga que pensa ter anorexia tem várias formas de o fazer e por vezes comentários bem intencionados fazem o efeito oposto. A anorexia não é 'ter a mania das dietas', não é  uma escolha, a anorectica não é 'culpada' de nada.


A tal campanha norte-america, que vai decorrer durante uns dias em Outubro, chama-se "Take Action. End Fat Talk" tem página (aqui) e também no Facebook (aqui). A minha primeira reacção ao tomar conhecimento da campanha foi: que disparate! com as minhas amigas falo do que quiser e me apetecer! ..estes americanos têm umas manias....Mas depois reconsiderei a opinião inicial. Afinal não custa muito pensar antes de fazer comentários que podem magoar quem os recebe ....sejam eles sobre o corpo ou sobre qualquer outro aspecto. [ Recordo-me por exemplo de um rapaz com anorexia numa entrevista ter dito que o que tinha desencadeado o seu comportamento de transtorno alimentar - factor próximo, não a 'explicação' - tinha sido o comentário de um tio sobre ele ser 'gordo'].

Reproduzo abaixo e parcialmente o manifesto FAT Talk / Freinds don't let friends Fat Talk. Para mim, o desejo de uma peso saudável é bom e desejável...o problema é quando estamos perante um transtorno alimentar (sobre 10 sinais de aviso e a minha experiência ( aqui) ; sobre diagnóstico ver por exemplo aqui).A campanha vale o que vale...mas se ajudar alguém a libertar-se ou a não entrar na doença...
"Participa! Aprende! Faz a diferença!
" dez milhões de mulheres debatem-se com transtornos do comportamento alimentar neste pais [Estados Unidos , 2010], o que é mais do que as mulheres que sofrem de cancro na mama. É tempo de tomarmos sermos donas do nosso destino, dos nossos corpos, das nossas consciências. Estamos a mudar o tema de conversa para criar em todo o lado uma imagem do corpo mais positiva para as mulheres!
Fat Talk [Falar de peso] corresponde a afirmações feitas nas conversações do dia a dia que reforçam o ideal de magreza e contribuem para a insatisfação das mulheres em relação aos seus corpos.
Alguns exemplos de Fat Talk:
"Estou tão gorda!"
"Isto faz-me gorda?"
"Tenho que perder uns quilos!"
"Ela é muito gorda para usar aquele bikini!"
Afirmações que são consideradas Fat Talk podem també incluir afirmações 'pela positiva' mas que reforçam a necessidade de ser magra:
"Estás fantástica!Perdeste peso?" [ do Manifesto do End Fat Talk]

Querem as leitoras e leitores acrescentar algumas frases ligadas ao Fat Talk ouvidas por estes dias?
adicionado em 22 de outubro: história da campanha fat talk (aqui)
Fotografia flickr cc (aqui)

May 27, 2010

...Férias!!! Tempo de mudanças (actualização em 4.JUN; prazo de candidaturas)

Duas de mil e uma alternativas: Ocupação Científica de Verão (candidaturas até 17 de Junho) ou Universidade Júnior?
Férias são tempos propícios a mudanças.Damos notícia de duas propostas diferentes de férias (científicas, artísticas etc.) As inscrições ainda estão abertas a oferta é variada e parece bastante interessante. Uma é do programa OCUPAÇÃO CIENTÍFICA DE VERÃO em que já participaram desde 1997 7.600 jovens que frequentaram estágios científicos em laboratórios de instituições de todo o país. Outro é centrado na Universidade do Porto, o programa Universidade Júnior (que está aberto a participantes estudantes do secundário e monitores estudantes universitários ou licenciados). Duas boas propostas para experimentar COISAS NOVAS!!!!

1-OCUPAÇÃO CIENTÍFICA DE VERÃO
Actualização em 4 de Junho: A Ciência Viva comunica que as inscrições na iniciativa Ocupação Científica no Verão estão abertas entre 4 e 17 de Junho.Toda a informação e inscrições em: http://www.cienciaviva.pt/estagios/jovens/ocjf2010/Antes da inscrição é essencial que leia o documento Guia do Candidato disponível no site.Saudações.Equipa Ocupação(ocjf@cienciaviva.pt)
"A Ocupação Científica no Verão proporciona aos estudantes do ensino secundário uma oportunidade de aproximação à realidade da investigação científica e tecnológica. (mais info +)
Em curso desde 1997, esta iniciativa já envolveu cerca de 7600 jovens que frequentaram estágios científicos em laboratórios de instituições de todo o país.
A do ano passado (2009) incluiu " de 373 estágios assegurados por 71 instituições. Participação de 978 estudantes e 346 investigadores.
• Os estágios destinam-se apenas a alunos do ensino secundário;
• Decorrem durante os meses de Julho, Agosto e Setembro;
• A duração é variável, em geral entre uma e duas semanas;
• A selecção dos alunos é da responsabilidade das instituições que asseguram os estágios;
• No final do período de estágio, os alunos deverão preencher uma ficha de avaliação (online);
• Cada aluno recebe um certificado de presença, no caso de frequência assídua, passado pela instituição que assegurou o estágio.
"A Universidade do Porto abre mais uma vez as suas portas, no Verão de 2010, a cerca de 5000 estudantes. Tu também podes ser um deles!
Se estás a frequentar, neste ano lectivo (09/10), entre o 5.º e o 11.º anos de escolaridade, junta-te a milhares de jovens que vão experimentar um Ensino Superior. De segunda a sexta-feira, entre as 9h e as 18h, poderás participar em diversas actividades e projectos de investigação em áreas tão diversificadas como as ciências, as tecnologias, as humanidades, as artes e o desporto.
A Universidade Júnior (U.Jr.) é o maior programa nacional de iniciação ao ambiente universitário para os estudantes do ensino básico (2.º e 3.º ciclos) e secundário. Na U.Jr., os estudantes têm a oportunidade de conhecer as catorze Faculdades da U.Porto e vários centros de investigação.
Assim, convidamos-te a passar uma ou mais semanas na maior Universidade do país, onde poderás sentir um pouco da vida académica e, quem sabe, encontrar o teu futuro curso. Terás ainda a oportunidade de conviver com outros jovens como tu, vindos de todos os pontos do país.
Se vives fora do Porto, não te preocupes: temos um programa de alojamento e actividades suplementares, conduzido pela empresa Vértico, Lda., que te acompanhará entre as 18h e as 9h do dia seguinte. (
mais info +)
As candidaturas para monitores dos cursos de Verão da edição 2010 da Universidade Júnior terão lugar no nosso site através do preenchimento de um formulário de candidatura e do upload do curriculum vitae e alguns documentos. Para iniciar a candidatura terá primeiro de se registar para escolher um nome de utilizador e uma senha que lhe permitirão ter acesso à área privada, ou introduzir o seu login e senha, caso já se tenha registado. (mais info +)
segunda imagem flickr cc (aqui)

Mar 9, 2010

>> Anorexia ( 90%-100% do tempo pensar em comida)

Eu pensava muito em comida, sonhava com comida. Lembro nas aulas de desligar do que os professores estvam a dizer e 'ver' no quadro comida e quadros de calorias. Tinha muita dificuldade em me concentrar. As conclusões de um estudo em seguida apresentado mostram como esse comportamento é generalizado. " Na nossa prática clínica inquirimos 1000 indivíduos com doenças do comportamento alimentar. Os resultados mostraram que as pessoas com anorexia nervosa ocupam 90% a 100% do tempo em que estão acordadas a pensar em comida, peso e fome; para além disso sonham com comida e podem ter o sono perturbado pela fome. Os doentes com bulimia referiram que gastavam 70-a 90% do tempo em que estavam acordados a pensar em comida ou em assuntos relacionados com o peso. (...) Por comparação, as mulheres com hábitos alimentares normais gastavam 10 a 15 minutos a pensarem em alimentação, peso ou fome" Fonte original: Reiff D and Lampson-Reiff KK. Eating Disorders: Nutrition Therapy in the Recovery Process. Mercer Island, WA: Life Enterprises, 1999. Fonte secundária:NEDA.

Jan 7, 2010

>> Anorexia e inteligência (interrogações de Melissa)


Porque é que uma mente inteligente decide coisas tão estúpidas como comer apenas maçãs e alface (ou até nem comer nada)?

Porque é que o cérebro perde tempo a contar calorias e engendrar estratégias de passar fome? (*)
 
Algumas das razões possíveis indicadas pela Melissa para associação paradoxal entre inteligência e anorexia nervosa são : perfeccionismo, competitividade, estar numa onda ou ritmo diferente da maioria [ uma forma de ser diferente pergunto], pensar muito nas coisas. "

A inteligência não leva à doença de comportamento alimentar mas pode mantê-la. Cria condições para ela ir progredindo" comenta a Melissa.
 
Comentário de esqueciaana: Para mim, ex-anorectica, falta acrescentar uma coisa que não é pormenor: a inteligência cria também condições para que, tomada consciência da doença o perfeccionismo, etc. ( todos aqueles "maus da fita") sejam aplicados no bom sentido o da RECUPERAÇÂO (e passem ser alguns heróis na história).










(*) Encontrei estas perguntas na página da Melissa Wolfe de 29 anos (aqui) onde ela se interroga sobre a sua experiência de recuperação de uma anorexia nervosa . Tive conhecimento da página ao visitar os links de página d e um centro de investigação sobre doenças do comportamento alimentar de uma universidade britânica, Eating Disorders Research do King's College London (aqui) . É uma página muito rica em informação e disponibilizando resultados sobre as últimas investigações, nomeadamente sobre a anorexia nervosa. Acrescentei esse centro às ligações em inglês e passarei a ser visitante regular e divulgadora aqui neste blogue de alguma da informação disponibilizada. É muito revelador o título de uma das entradas dessa página do King's College: O QUE SABEMOS ( What we already know) a lembra-nos o muito que ainda existe para esclarecer.
 


 

 

Dec 7, 2009

>> Jovens e distúrbios alimentares

Transcrevemos as declarações da psicóloga Ercília Duarte, coordenadora do Projecto Escola e Família em Santa Maria da Feira.
(notícia do passado dia 2 de Dezembro, encontrada
aqui)
"Os jovens, e até mesmo as crianças que padecem deste tipo de distúrbio, acabam por adquirir estratégias de manipulação dos sintomas e conseguem mesmo desviar as atenções dos adultos sobre estes problemas."

"Falar de distúrbios alimentares implica falar de uma espiral negativa de sentimentos em relação à imagem de si mesmo, que vêem e passam aos outros; implica falar de factores hereditários e vivências familiares e da forma como estes influenciam o 'sentir' do jovem/criança. Implica inevitavelmente falar do meio/grupo e respectivas crenças que os acompanham, da sociedade e dos conceitos de beleza que transmite e respira."
Um jovem precisa de se sentir integrado num grupo, que assume um papel determinante sobretudo na adolescência. "No entanto, ninguém é feliz com o outro sem que antes seja feliz consigo mesmo, por isso as discrepâncias de sentimentos muitas vezes leva o jovem a recorrer a tentativas erradas de modificar algo que pensa e sente ser um defeito que os outros criticam." Por isso, não se devem fechar os olhos aos distúrbios alimentares. "Para além de ser um assunto sério, é uma realidade que tem vindo a crescer de forma evidente, o que anuncia a necessidade de aumentar a atenção para com os jovens que se preocupam demasiado com a imagem que os outros têm de si", refere.
Para Ercília Duarte, a intervenção em casos de anorexia e bulimia tem de envolver todo o núcleo familiar, mais uma equipa multidisciplinar. "A primeira grande dificuldade é fazer o jovem entender que precisa de ajuda, o que muitas vezes é impensável, pois para eles o problema está nos outros e não em si mesmo. Num processo de intervenção, o primeiro passo é o reconhecimento do problema que tem de estar entendido e devidamente fundamentado, ou seja, como, porquê, quando começou e como poderá acabar." Reconhecido o problema é preciso colaboração de todas as partes, até porque o jovem precisa de "compreensão, tolerância, força, auto-estima, vontade, coragem e harmonia". "Tudo o que não precisa é de sentimento de culpa e de críticas que em nada o ajuda a restabelecer a auto-estima".
A escola tem também um papel importante, uma missão preventiva (cont
aqui)
Foto flickr aqui