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Aug 28, 2014

'amor' em tempos de iphone...Mobile Lovers (de Banksy)

O artista Banksy,  nas suas pinturas de rua representa de forma única vários aspetos  da sociedade contemporânea.
Este sobre o 'amor' em tempos de iphone.
Versões em carne-e-osso deste Mobile Lovers podem ser encontradas em qualquer lugar onde haja rede. Experimentem olhar  à volta e ver...(desviar os olhos do écran?)!
 
 

Jun 26, 2014

"Agora existo. Agora sou eu!…" (Testemunho)


(nota do esqueciaana em 26.06.2014: transcrevo com o coração a transbordar de alegria um comentário que acabei de ler recebido da . Os bolds são de esqueciaana. Um testemunho de que SIM!  é possível ficarmos LIVRES. Parabéns! Obrigada pelo teu testemunho! Obrigada pelas tuas (sábias, de experiência feitas...) palavras.
 
"Minha querida, é sempre bom voltar aqui… agora com uma presença diferente na vida.
 
Agora existo. Agora sou eu!…
 
Como tu sabes e acompanhaste, vivi muitos anos agarrada à doença mas também fui amiga de uma rapariga a quem detectei anorexia (já nessa altura eu mentia sobre mim)..
 
Todas estas dicas [refere-se ao post como ajudar uma amiga] são muito úteis para quem pouco sabe mas é preciso percebermos quem temos à frente e fazer uma triagem das características patológicas que ela apresenta e uma triagem nas nossas palavras para lhe chegar… quantas vezes eu deixei de falar com amigos por terem sido muito invasivos ou por me sentir atacada em vez de ajudada… é preciso assertividade mas deixar de lado os chavões… é preciso ser firme e dizer que estamos ali para ajudar a pessoa, não a doença.
 
Enquanto amigo é preciso não se iludir que vai salvar a doente… aconteceu-me ao longo de 10 anos de fase aguda, algumas pessoas aproximarem-se e quererem salvar-me… isso acabou com a possibilidade de continuarmos uma grande amizade… porque havendo a ilusão que aqui alguém salva alguém, acaba-se na desilusão de isso não acontecer… a maioria dessas pessoas acabou a cobrar-me uma força que eu não tinha sempre com frases do género "eu só acredito quando vir" "tu não queres sair disto" ou ainda "tu vais morrer"… isto claro, acompando a grande mágoa e frustração por me verem voltar a cair depois de tentativas de sair do fundo… Estas coisas pesaram-me em vez de ajudar… fizeram-me sentir que toda a gente que se aproximava iria sair triste e desiludida de ao pé de mim… a depressão em que estava generalizava os casos: de algumas pessoas, passei a julgar que qualquer pessoa no mundo que se aproximasse de mim, sairia magoado.
 
Fosse por este ou por outro motivo qualquer… E demorou até conseguir aproximar-me de outra pessoa… sempre com muitas reservas e com muitas máscaras…
 
E quando finalmente dei a volta tive de o fazer praticamente sozinha. Eu e a minha psicologa que me ia ouvindo… aluguei uma casa, trabalhei todos os dias para pagar as contas. Foi esse compromisso que me prendeu à vida e me libertou da doença… =)
 
Mas a solidão a que me obriguei foi só o meu método… aconselho sempre a que o façam rodeados, a partilhar jantares e pasteis de nata! A vida faz sentido partilhada… e é à procura dessa partilha que devemos esforçar-nos para sair da doença.grande beijinho minha querida! "
 

Jun 10, 2014

..."É difícil fazer novas amizades?" (Clara Pracana, blogue SALPICOS)

 


"É difícil fazer novas amizades?"  Transcrevo abaixo, parcialmente,  um post da Clara Pracana do blogue Salpicos.

"Ouço muitas vezes a queixa de que a partir de uma determinada idade é difícil fazer novas amizades. Que quando se andava no liceu era fácil, mas que agora...
 
Vou ser directa: não, não era fácil no liceu nem é agora, se não se tem realmente vontade, disponibilidade e algumas outras capacidades que se podem desenvolver e de que falarei a seguir.
 
A primeira questão é a da vontade. Quero realmente fazer um(a) novo(a) amigo(a)? Com tudo o que isso implica de disponibilidade para, não só ouvir o outro, mas também expor-se ao falar de si? E, antes disso, de ir à procura de amigos?
 
Os amigos, como tudo o resto na vida, excepto a chuva, granizo e neve, não caem do céu aos trambolhões. Mas há pessoas que pensam que sim, como também pensam que um "bom" emprego vai aparecer de repente, sem fazerem nada por isso.
 
Queremos mesmo fazer uma nova amiga? (Vou adoptar aqui o feminino por comododidade, nas é evidente que também se aplica a fazer amigos homens)
 
Vejamos então os passos.
 
1. Sair da zona de conforto, do rame-rame casa-trabalho, trabalho-casa. Frequentar uma actividade cultural que se prolongue no tempo, como um grupo de leitura, um voluntariado numa biblioteca, um ginásio, uma actividade desportiva que exija encontros regulares, um fórum na internet, aulas de línguas ou de pintura em horário pós-laboral, etc, etc.
 
2. Sermos nós próprias. Pensar: o que é que eu gosto de fazer? Há muita gente que não sabe responder a esta pergunta. Aqui está um exercício para fazer consigo própria: se acordasse amanhã com uma nova capacidade ou habilidade, qual seria ela? Gostava de saber dançar? Há aulas de tango disponíveis em muitas cidades e locais. Tango ou outro tipo de dança. Ocorre-lhe que gostaria de ser escritora? Há variados cursos de escrita criativo, por sinal bem divertidos, como o do Rui Zink.
 
3. Partindo do princípio de que venceu a fácil e confortável inércia que nos impede de experimentar coisas novas (sobre isto falarei no fim), que já fez uma busca na internet ou que perguntou a outras pessoas, resta pegar nos pezinhos e ir inscrever-se....."
 

Aug 29, 2013

...Retratos ( como me vejo; como sou vista)

A campanha Beleza Real de uma conhecida empresa de produtos de higiene  e cosmética tem alguns videos  curiosos. O seguinte apresenta vários desenhos em que o artista não vê o rosto que desenha, apenas ouve a descrição por palavras da própria e de outra pessoa.
(vejam os resultados! duração do video 6 minutos precedido de um anúncio)


Jul 22, 2013

...Dircursos sobre Anorexia Nervosa (artigo científico 2012; em português)


Pode ser lido na integra um artigo científico publicado  na revista Psicologia & Sociedade; 24 (2), 472-483, 2012, basta seguir o link :
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v24n2/24.pdf
OS HERÓIS, VÍTIMAS E VILÕES:DISCURSOS SOBRE A ANOREXIA NERVOSA
AUTORES: Maria Araújo e Margarida Henriques (Universidade do Porto, Porto, Portugal) ;Isabel Brandão e António Roma Torres (Centro Hospitalar de São João do Porto, Porto, Portugal)
RESUMO:
"Este artigo apresenta uma revisão da literatura sobre os discursos dominantes sobre a anorexia nervosa da Idade Média à actualidade. Coloca em destaque os heróis, vilões e vítimas, culminando num olhar sistémico-familiar. Se durante séculos predominaram narrativas individuais de heroínas santas, posteriormente, na era do pensamento médico, estas heroínas passaram a vítimas de uma doença mental. Mais tarde, com os movimentos da anti-psiquiatria e da terapia familiar, emergem novas narrativas com mais protagonistas: os familiares. Se, primeiramente, as famílias são retratadas como vilãs, dadas as suas influências nocivas, nas últimas décadas as famílias são ilustradas como sistemas vítimas do impacto da doença. Na actualidade, surgem narrativas de famílias competentes, capazes de superar o problema. Este artigo termina refletindo sobre esta multiplicidade de leituras e suas implicações.
Palavras-chave: anorexia nervosa; relações familiares; história."

Do texto  destaco esta referência:

"De acordo com um estudo realizado por Nilsson e Hagglof (2006) (*) quando questionadas 58 mulheres recuperadas relativamente
sobre as pessoas que foram mais importantes para a recuperação,
 
38% referiram os familiares,
 
35% apontaram para os profissionais de saúde,
 
33% os amigos e
 
24% o namorado,
 
o que coloca em evidência a importância dos diferentes elementos do sistema para a recuperação, ou seja, familiares, técnicos e amigos enquanto possíveis colaboradores activos para a mudança.
 
 
 
 
 
 

(*) Nilsson, K. & Hagglof, B. (2006). Patient perspectives of recovery
in adolescent onset anorexia nervosa. Eating Disorders,14, 305 – 311.

 
imagem retirada de flick cc aqui

Feb 2, 2013

...como ajudar a minha amiga ?

(nota de esqueciaana: já antes tinha publicado este post, uma leitora do blogue pediu-me para o divulgar outra vez)
Sei por experiência própria como 'os outros' podem ser muito importantes no tratamento e recuperação. Não quaisquer 'outros' mas sim quem, mesmo que não entenda completamente nem sequer parcialmente a doença, nos faz ter novos olhares para a vida. Quem construa as pontes entre o nosso mundo interior de sofrimento e a vida lá fora onde podemos descobrir a alegria.
Os sites informativos e de apoio a familiares e amigos sobre a anorexia e bulímia (ver links do lado direito) por vezes fornecem indicações específicas para grupos dos que são próximos do doente, tais como a familia e em particular os pais, os professores e ...AS AMIGAS (cito adaptando: "Caso suspeite ou tenha a certeza de que uma amiga sua tem problemas relacionados coma a alimentação..."). Pergunto eu: e OS AMIGOS? e O NAMORADO? Os rapazes e homens são não apenas uma minoria dos doentes anorécticos e bulímicos (pelo menos no que é estatisticamente conhecido), ELES também parecem estar um tanto à margem na informação sobre os OUTROS que podem ajudar.
No entanto, encontramos em vários testemunhos a importância do NAMORADO, do NOIVO, do MARIDO na procura de cura e recuperação da doença de TA. Sendo a partilha mútua nas relações amorosas mais intensa que noutras, não é de admirar que nelas seja possivel ultrapassar dificuldades em expressar sentimentos por parte de quem está doente, e que por isso sejam os namorados quem, ainda antes de pais, irmãos, amigas ou amigos se apercebem que alguma coisa não está bem. Não encontrei ainda no entanto nenhum texto que 'explique' e dê o devido destque a importância dos NAMORADOS.
Voltando às AMIGAS (supondo que quem sofre de AN é uma rapariga) existem algumas recomendações que abaixo alinho comentando. E o meu primeiro comentário é que não existindo receitas para a amizade, o que a seguir se escreve são apenas algumas indicações que em média se ajustam a cada caso concreto.
COMO PODES AJUDAR A TUA AMIGA?
(texto adaptado do original aqui e aqui)
+ A tua amiga é inteligente, informada, determinada...mas é característica da doença negá-la e recusar opiniões dos outros (mesmo das amigas) sobre o seu problema (que geralmente não identifica como tal). São raros os casos em que a doente resolve tratar-se por iniciativa própria. Como amiga dela procura em conjunto com outros que lhe são próximos que ela tome consciência do problema e comece a tratar-se com especialistas adequados. Não fiques frustrada com a tua (muitas vezes aparente) impotência para alterar a situação. Ela também se sente possivelmente muitas vezes impotente para se mudar. Não fiques zangada se muitas vezes ela 'te deixar a falar sozinha'.
+ A tua amiga pode estar está em risco de vida.A anorexia alimentar e os transtornos alimentares (TA) são doenças graves. Procura que contacte uma equipa especializada. Ajuda-a a dar o primeiro passo para o tratamento. Procura informar-te mais sobre a doença e encontrar os serviços de apoio a familiares e amigos e os serviços médicos públicos ou privados a que ela poderá recorrer na tua região. Mas atenção, por muito que julgues saber sobre a doença, lembra-te que apenas os profissionais poderão fazer um correcto diagnóstico e traçar caminhos para o tratamento e cura.
+ Evita centrar todas as conversas com ela na comida ou na aparência física. Comentários mais ou menos irónicos como 'qualquer dias desapareces', 'és só pele e osso', 'andas com dietas malucas' ou até elogiosos ' estás com um corpo fantástico! quem me dera vestir o 36 como tu'. Ou mesmo de incentivo a ganhar peso ' estás mais gordinha e fica-te bem' (pessoalmente tenho a impressão que se este último comentário vier de um amigo não será muito negativo, mas estamos a falar de amigas).Não te esqueças que a tua amiga tem parte da vida focada na aparência física (tentando dizer com o corpo o que ninguém é capaz de escutar) e nas calorias por isso, não lances mais fogo para essa fogueira. Fala com ela sobre arte, música, estudos, trabalho, viagens, projectos futuros.
+ Faz a tua amiga sentir (não por palavras de preferência) que ela tens excelentes qualidades e que ninguém é perfeito. Mostra-lhe a tua amizade por actos. Lembra-lhe que todos cometemos erros. E que a errar se aprende. Abre-lhe também o teu coração. É dos livros que quem sofre de TA mente sobre o comportamento e por vezes mente também compulsivamente (é uma componente da doença e como tal deve ser compreendida). Mas a identificação por ti de uma inverdade pode ser positivo. E mostrar que de quem gostamos esperamos sinceridade, não falsidade.
+ Procura que ela saia. Há muitas formas de sair. Sair da casca por exemplo ;) Conviver com outras pessoas diferentes. Pessoas com projectos, ideias, imaginação. Pessoas abertas a outras pessoas. Por vezes com a mesma idade as pessoas apresentam maturidades muito diferentes. E não raro quem sofre de TA tem níveis de maturidade e culturais acima da média. Muito possivelmente a tua amiga questiona-se e questiona os outros e o sentido da vida. Por isso ambientes em que dominem pessoas fúteis e vazias podem ser agressivos para ela. Mas cada um de nós é uma caixinha de surpresas. As possibilidades de convívio hoje em dia são imensas. procura que ela retome a alegria e sociabilidade que tinha antes da doença, mas sem pressas, sem forçar. A doença por vezes vai-se instalando de-va-ga-ri-nho e não é do dia para a noite que desaparece.
+ O que ela deve ou não comer deve ser recomendado pelos especialistas em nutrição e/ou endocrinologista. Se estiveres com ela durante as refeições principais, festas ou outras situações que envolvam comida procura comportar-te normalmente. Não adoptes uma posição de vigilância ou controlo sobre o que ela come ou de recomendações do tipo 'lá estás com a mania das calorias, não sejas parva vá lá come a bolacha', etc.
+ NÃO DESISTAS. O teu apoio pode não dar de imediato resultado. Tens que ter paciência se a tua amiga depois de parecer estar a recuparar tiver uma recaída. Não desistas da tua amiga, mantém o teu apoio mesmo durante uma recaída, evita comentários do tipo 'és uma fraca desisto'.´A tua amiga se tiver uma recaída já se sente suficientemente mal sem esses comentários 'amigos (por vezes pretendem ser para mostrar a dura realidade').Se ela for internada e os médicos não virem inconveniente e perceberes (as amigas verdadeiras percebem os sins mesmo quando ouvem não e vice versa) que ela o quer visita-a.
+ Se o conhecimento que com ela tiveres for principalmente ou exclusivamente virtual procura que ela reforce os laços com o MUNDO REAL. Os ombros virtuais não passam disso...virtuais. Nada substituí os ombros REAIS. para além disso estando a tua amiga psicologicamente fragilizada pode ser alvo de comportamento predatórios no mundo real e na internet.
+ Na Internet circula muita informação errada, nuns casos inconscientemente noutros, mais graves, conscientemente e criminosamente errada. Medicamentos, práticas e dietas que pululam na internet nos sites pro-ana e pro-mia e também noutros sites orientados comercialmente são muito perigosos. Dicas de emagrecimento que são fornecidas, por vezes sob capa de fundamentos científicos são autênticas 'receitas de morte'.
+ Lembra-te SEMPRE: A TUA AMIGA NÃO TEM CULPA. DEIXAR DE COMER NÃO É A DOENÇA, É O SINTOMA.
Procura ajuda para a tua amiga. Alguns contactos AQUI.
Foto f
Comentários recebidos a mensagem identica antes publicada no esqueciaana:

foreveryoung disse...
Qerida "esqeci-a-ana"...
Antes de mais qero voltar a agradecer pela maneira como te tens exprimido comigo porqe nota-se mesmo qe já passaste por isto tudo e és perfeitamente consciente a falar sem nunca "exigires" de mim coisas exageradas como às vezes me acontece por parte de pessoas qe desconhecem o problema em si! Quanto ao qe escreveste tens toda a razão..a fluoxetina tira-me o apetite e altera o meu humor (às vezes..ultimamente mais!)..mas a verdade é qe fico mesmo sem fome nenhuma e se o esforço por comer é grande já quando temos fome (contraditório?) então quando não temos aínda mais complicado é. Suponho qe me estejas a perceber. Mas ao mesmo tempo não qero de maneira nenhuma dizer isto ao psiquiatra porqe vou ser sincera..tenho medo qe ele me recomende tomar algo para abrir o apetite. Isso aterroriza me! Beijinho enorme, parabéns pelo post, até o patrocinei no meu blog :) ehehe
ex ana disse...
Eu já passei não direi por tudo, mas por algumas coisas parecidas.
Se o teu fim de semana foi inesquecível o que achas de ter a seguir uma semana igualmente BOA e inesquecível?
p.s.- Agradeço muito o 'patrocínio'. Não queres juntar sugestões? Prometo fazer uma actualização do post e prestar devida atribuição (ou não) como preferires. 30 de Novembro de 2009 20:41
aqui

Fotografia de flick cc aqui

Dec 29, 2012

..."A Solidão no Feminino" (Ana Almeida, Blogue Salpicos)


Respostas dadas por Ana Almeida (Blogue Salpicos) à jornalista Sofia Cardoso. Notas do esqueciaana: Transcrevo a resposta à questão 3 (convido a ler as restantes 13 respostas aqui: http://psisalpicos.blogspot.pt/2012/12/solidao-epidemia-secreta-da-era-da.html

3. A partir de que momento, deixamos de estar perante uma solidão saudável? Quais são os sinais de alarme que indicam que a solidão passou a ser uma“obsessão” ou um problema psíquico, resultante da dificuldade de integração social?
Sinais de Alarme:
- Sentimentos de tristeza constantes associados ao fato de estar sozinho
- Sentimentos constantes e persistentes de vazio emocional
- Consciência dolorosa de isolamento social e emocional
- Evitar persistentemente ir para casa para não se confrontar com a casa vazia
- Dormir pouco (porque nunca se consegue estar em casa ou não se consegue descansar em casa) ou dormir muito (refugiar-se da consciência da solidão no sono)

- Evitar pessoas por ter a sensação de que já não sabe o que dizer nem como estar
- Passar frequentemente mais de 48horas (habitualmente fins-de-semana para as pessoas que trabalham fora de casa) sem falar com ninguém seu conhecido
- Perda de apetite recorrente quando está sozinho ou inversamente incapacidade de controlar a ingestão de alimentos muito calóricos
- Ficar num estado de grande ansiedade quando está sozinho por períodos prolongados
- Sentir-se mal quando está com pessoas
- Abandonar relações amorosas por se sentir incapaz de fazer cedências ou modificar o seu estilo de vida autocentrado."

Ler as restantes respostas aqui: http://psisalpicos.blogspot.pt/2012/12/solidao-epidemia-secreta-da-era-da.html

Imagem de Flickr cc http://www.flickr.com/photos/25297401@N08/4299430183/in/photostream/

Nov 9, 2012

...efeito das críticas da família sobre a forma e o peso (artigo científico)


O artigo científico publicado em 2012 na European Eating Disorders Review analisa a relação entre os transtornos do comportamento alimentar e as tentativas de suicídio e o papel que a família pode desempenhar.
Pode ser feito o dowload (formato pdf) e lido em inglês aqui: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/erv.1070/pdf
Unikel, C., Von Holle, A., Bulik, C. and Ocampo, R. (2012), Disordered eating and suicidal intent: The role of thin ideal internalisation, shame and family criticism. European Eating Disorders Review, 20: 39–48.
fotografia de flick cc aqui

Nov 2, 2012

...(Estar com os outros) Ansiedade Social fonte: blogue Salpicos)


" Ansiedade social

É um dos tipos de ansiedade mais comuns, especialmente na casa dos 20-40 anos. Pode ir desde a pessoa sentir-se muito nervosa e pouco à vontade, até a um verdadeiro estado de pânico.

Conheço jovens, sobretudo raparigas, que evitam sair à noite ou aos fim de semana, com medo de não se sentirem bem. Depois inventam-se desculpas e racionalizam-se os medos: "as conversas não são interessantes, nem sei o que lhes hei-de dizer". "Aborreço-me, só me quero vir embora".

Questionadas sobre se não será possível serem elas próprias a iniciar conversas mais interessantes, torna-se obvio que o argumento é apenas uma defesa, e bem fraca, contra um medo enorme e paralisante.

Fraca auto-estima, falta de confiança, sentir-se mal na pele, má auto-imagem, medo de não se ser devidamente apreciado. Trata-se normalmente de jovens que não sentiram um genuíno afecto e apreço por parte dos pais em criança ou que, pelo contrário, foram demasiadamente protegidas.
continuar a ler no blogue Salpicos aqui
As duas imagens/'regras' número 4 e número 2 são de um Guia ilustrado para vencer a ansiedade social (em inglês). Discordo pelo menos de uma das regras sugeridas com humor, mas convido a visitar. ..porque sorrir é preciso
mais aqui
 

Aug 23, 2012

... Bullying (1 em cada 3 pessoas já foram amedrontadas por outras; 'uns quilos a mais' um dos motivos)


A DECO (associação de defesa do consumidor) divulgou hoje alguns resultados de um estudo realizado junto de 1240 pessoas. O estudo mais desenvolvido será publicado na revista de setembro de 2012 e volterei a ele. Por agora ficam alguns números assustadores e que devem levar todos a pensar muito a sério neste problema.
(nota da autora do blogue esqueciaana: o termo adoptado também em Portugal é o termo inglês bullying; acho que se deveria traduzir para AMEDRONTAMENTO que pode ser ameaçar física, verbal ou psicologicamente outra pessoa).
-UMA em cada TRÊS pessoas já foram vítimas de bullying na escola, trabalho ou internet.
-MOTIVOS MAIS FREQUENTES para a escolha da vítima: 'quilos a mais', timidez, passividade.
-afecta mais as raparigas que os rapazes
-12% dos que foram vítimas de amedrontamento na escola ficam com memórias que perturbam mesmo depois de adultos
-prevalece no 6º ano
-apenas cerca de UM em cada CINCO professores se apercebe (e os pais, qual será a percentagem?)

Actualização em 18 .10 2012:
Muitas vezes o bullying pode ter consequ~encias fatais. Como este caso:
http://www.publico.pt/Sociedade/jovem-pos-fim-a-vida-apos-tres-anos-de-bullying-com-fotografia-onde-estava-nua-1567928


Jul 15, 2012

...motivações

De Clara Pracana do Blogue Salpicos retirei este texto:
"A questão da motivação, da vontade (ou da falta dela) de fazer coisas, é um tópico que surge sempre, quer nas sessões de psicoterapia quer de coaching.
Podemos ser empurrados para as coisas, arrastados pela corrente (motivação extrínseca).
Mas também podemos fazer as nossas escolhas, perceber o que de facto queremos, distinguir os valores importantes para nós do que nos é imposto de fora, agir em conformidade (motivação intrínseca).
Sem acção não é possível testar os nossos objectivos.
Uma coisa é reflectir antes de agir, outra é ficar paralisado e nada fazer.
A in-acção é também uma forma de acção - mas pela negativa, pela passividade.
Não será melhor fazermos as nossas escolhas e agir, antes que outros nos obriguem, como quando éramos crianças?"
Clara Pracana
(nota de esqueciaana: tenho escrito muitas vezes que na recuperação das doenças de comportamento alimentar ajuda muito aplicar a ENORME força de vontade de quem está doente no 'bom sentido'. Ou seja, usar para o bem a disciplina, o método, a persistência, etc. características que infelizmente também contribuem para que a doença se agrave e permaneça)

Jul 3, 2012

..."vivemos dentro de grandes blocos de gelo"...

(este poema tem dedicatória; que percas o temor de quebrar o gelo)
BLOCOS
É isto vivemos dentro
de grandes blocos de gelo
sem aquecermos ao menos
com os dedos outros dedos
No fundo de nós temendo
que um dia se quebre o gelo

Blocos, Poema de David Mourão-Ferreira
fotografia de Tim Georgeson

May 28, 2012

... Frases que nos dizem (corpo exposto)

 
(…) as  pessoas geralmente têm ideias erradas sobre as doenças do comportamento alimentar e  pensam que sabem o que são essas doenças com base no que  vêem nos meios de comunicação (…)
Encontrei num blogue (original e em inglês aqui) o seguinte post de que apresento tradução adaptada:

Desde os meus  15 anos que tive familiares e amigos que me deram dicas e conselhos sobre como "melhorar", bem como dizer as coisas que eram apenas totalmente tolas e despropositadas  Aqui estão algumas ‘perolas’:
"Ela não tem anorexia, eu vi-a a comer um gelado." (Amigo)
"Não precisa ir a um médico, eu sei o que é saudável para para a sua alimentação." (Pai)
"És a raparigra mais magra que eu conheço, não precisas de fazer dieta." (Amigo)
"Podias comer um monte de hamburgers  para ganhar peso." (Pai)
"Então, parece que estás a ir para um festival/acampamento  de verão." (Irmão em relação à minha ao meu internamento para tratamento)
"Da próxima vez, tente e não comer o pacote inteiro da  manteiga." (Pai)
"É apenas uma fase. Eu vomitei  o que comi uma ou duas vezes. Todos temos  feito  isso." (Amigo)
“Espero que percebas quanto me está a custar pagar ao terapeuta/médico” (Pai)
"Comeu a caixa inteira de donuts? CREDO!" (Pai depois que eu tentei ser honesta sobre uma compulsão)
"Estes são para a família, pode tentar não comer todos?" (Pai depois de comprar um pacote  de bolachas de chocolate)
"Parece que ela ganhou algum peso!" (Depois de voltar para casa de visitar o meu irmão por uma semana.)
"Foi para algum rapaz?" (Uma amiga a perguntar-me a razão da anorexia)
"Perdeu os  seios?" (Depois de contar a um amigo que eu era anoréxica.)
"Não és assim tão magra." (Depois de contar a alguém que estava em tratamento da  anorexia.)
"Ela não parece ter anorexia." (É uma longa história - quando a minha mãe morreu, o  meu pai tentou entrar num desses programas em que se ‘contactam’ os  entes queridos falecidos . O meu pai fez questão de dizer do show que eu tive anorexia e uma pessoa do show fez esse comentário . )
"Tu não és gorda." (TODOS  na face do Mundo)
Eu tenho certeza que  existem muitas mais frases. Sinta-se livre para partilhar as ‘suas’…

Imagem retirada do album do escultor:RON MUECK
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