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Jan 12, 2013

...'fome' ou vários tipos de 'fome'?

Como já aqui escrevi várias vezes, com base na minha experiência, as doenças de distúrbio alimentar ou transtorno alimentar (TA) estão associadas à alimentação, mas o problema essencial não está no prato…são doenças mentais. Claro que para recuperar é necessário retomar uma alimentação saudável, claro que muitos dos sintomas passam pela alimentação (abandonar as práticas de não comer ou comer compulsivamente), mas insisto, o problema não está no prato.
Muitas vezes se pergunta: alguém doente com anorexia tem fome? A resposta pode ser sim ou não. Pode ter fome - eu acho que tem sempre - só que algures no cérebro são enviadas mensagens para ‘controlar’ essa fome. Por outro lado, e isto é frequente no período de recuperação, recomeçar a comer normalmente pode gerar nos primeiros tempos dores de estômago (ou mesmo uma sensação de que o corpo ‘não quer comer’). Por isso se alguém em recuperação vos disser ‘se comer dói-me a barriga’ pode não ser ‘fita’. Contudo, no caso da anorexia sem comer mais, sem ganhar um peso mínimo recomendado, a recuperação é impossível.
E será que há uma ‘fome’ ou várias fomes?
Não me estou a referir à fome enquanto flagelo mundial: 925 milhões de pessoas no mundo não comem o suficiente para serem consideradas saudáveis. Isso significa que uma em cada sete pessoas no planeta vai para a cama com fome todas as noites. (Fonte: FAO, 2012). Mais informação aqui: https://www.fao.org.br/oqvpssf2012.asp
Estou a referir-me à ‘fome’ sentida por quem sofre de um Transtorno Alimentar. No blogue recoveringanorexic a autora identifica 5  tipos de fome pois acha que a podem ajudar a combater a doença. No essencial concordo com essas categorias. O post original com a definição de cada um dos tipos de fome pode ser lido aqui.
Fome normal ou média
 
Fome intensa com impulsos e desejos
Fome extrema, com queda de açúcar no sangue
Fome emocional
Desejo compulsão / fome falsa
 
 

Dec 29, 2012

..."A Solidão no Feminino" (Ana Almeida, Blogue Salpicos)


Respostas dadas por Ana Almeida (Blogue Salpicos) à jornalista Sofia Cardoso. Notas do esqueciaana: Transcrevo a resposta à questão 3 (convido a ler as restantes 13 respostas aqui: http://psisalpicos.blogspot.pt/2012/12/solidao-epidemia-secreta-da-era-da.html

3. A partir de que momento, deixamos de estar perante uma solidão saudável? Quais são os sinais de alarme que indicam que a solidão passou a ser uma“obsessão” ou um problema psíquico, resultante da dificuldade de integração social?
Sinais de Alarme:
- Sentimentos de tristeza constantes associados ao fato de estar sozinho
- Sentimentos constantes e persistentes de vazio emocional
- Consciência dolorosa de isolamento social e emocional
- Evitar persistentemente ir para casa para não se confrontar com a casa vazia
- Dormir pouco (porque nunca se consegue estar em casa ou não se consegue descansar em casa) ou dormir muito (refugiar-se da consciência da solidão no sono)

- Evitar pessoas por ter a sensação de que já não sabe o que dizer nem como estar
- Passar frequentemente mais de 48horas (habitualmente fins-de-semana para as pessoas que trabalham fora de casa) sem falar com ninguém seu conhecido
- Perda de apetite recorrente quando está sozinho ou inversamente incapacidade de controlar a ingestão de alimentos muito calóricos
- Ficar num estado de grande ansiedade quando está sozinho por períodos prolongados
- Sentir-se mal quando está com pessoas
- Abandonar relações amorosas por se sentir incapaz de fazer cedências ou modificar o seu estilo de vida autocentrado."

Ler as restantes respostas aqui: http://psisalpicos.blogspot.pt/2012/12/solidao-epidemia-secreta-da-era-da.html

Imagem de Flickr cc http://www.flickr.com/photos/25297401@N08/4299430183/in/photostream/

Nov 27, 2012

...AFAAB (reunião dia 30 Novembro, Porto)

Recebi esta informação da AFAAB que como habitualmente divulgo.
Recebi também a informação que a AFAAB irá ter
página no FACEBOOK, logo que conheça o endereço informo aqui.

Nov 20, 2012

...LABIRINTO (5 promessas e 5 realidades) fonte: Suzanne Abraham p.170-171

O texto foi escrito por Stephanie que sofria de Anorexia Nervosa e a nutricionista/psicóloga pediu-lhe para comparar as PROMESSAS que a doença lhe fizera com o que REALMENTE sucedera.

" O LABIRINTO

1.
PROMESSA: ordem e satisfação na minha vida.
REALIDADE:desapontamento e depressão.

2.
PROMESSA:disciplina e controlo.
REALIDADE: confusão e incerteza.

3.
PROMESSA:popularidade e sociabilidade.
REALIDADE:isolamento e solidão.

4.
PROMESSA:respeito e admiração.
REALIDADE:pena.

5.
PROMESSA:perfeição em todas as áreas da vida.
REALIDADE: auto-destruição física e mental. " (*)

Já antes no esqueciaana tinhamos referido o livro (aqui) de onde foi retirado este 'labirinto', um testemunho importante.
(*) Fonte: Distúrbios Alimentares de Suzanne Abraham, ed. Texto 2010, páginas 170-171.
Tradução da 6ª edição de Eating Disorders, The Facts  da Oxford University Press (aqui na amazon podem ser consultadas algumas páginas)


Jul 31, 2012

...Perturbações Alimentares e Perfecionismo (Tese de Mestrado em Psicologia, Universidade de Lisboa, de Leonor B. Oliveira, 2011)

MESTRADO INTEGRADO EM PSICOLOGIA
Secção de Psicologia Clínica e da Saúde, Núcleo de Psicologia Clínica Sistémica
Dissertação, orientada pela Prof.ª Doutora Rita Francisco e coorientada pela Prof.ª
Doutora Rosa Novo
2011
( Esta tese de mestrado em psicologia (que pode ser lida integralmente aqui) investiga a relação entre o perfeccionismo e as perturbações alimentares, com base numa amostra de 531 adolescentes portugueses; felicita-se a autora e recomenda-se a leitura; a tese inclui em anexo os diferentes questionários-testes em que se baseou o estudo prático; acima reproduzimos uma das imagens de um desses testes)
RESUMO
"Os objetivos do estudo recaem sobre a investigação, em adolescentes em meio escolar, do contributo do perfecionismo e das suas dimensões autorientada e socialmente prescrita, bem como da sintomatologia depressiva e/ou ansiosa, para a sintomatologia de perturbação alimentar.

Participaram no estudo 531 adolescentes, de idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos de ambos os sexos. Os participantes responderam a um Questionário de Dados Pessoais e Sociodemográficos, à subescala de perfecionismo do Eating Disorder Inventory 2 (Garner, Olmstead & Polivy, 1983), ao Eating Attitudes Test 26 (Garner, Olmstead, Bohr & Garfinkel, 1982) e ao Cuestionario Educativo-Clínico: Ansiedad y Depresión (González, Cueto & Fernández, 2007). A subescala do EDI2 foi, neste estudo, repartida em perfecionismo autoorientado e perfecionismo socialmente prescrito.

Os participantes do sexo masculino apresentaram menor número de casos de dieta e níveis mais baixos de sintomatologia depressiva-ansiosa, depressão, ansiedade e de sintomatologia de perturbação alimentar em comparação com as raparigas, não tendo sido observadas diferenças entre sexos no que se refere ao perfecionismo global, perfecionismo socialmente prescrito e perfecionismo auto-orientado.

As correlações encontradas entre as variáveis em estudo foram mais elevadas e significativas no grupo das raparigas. Também entre estas foi possível explicar consideravelmente a sintomatologia de perturbação alimentar através da análise de regressões múltiplas hierárquicas, que revelou que a idade, a dieta, o perfecionismo auto-orientado e a depressão contribuíam para explicar 42% da variância da sintomatologia de perturbação alimentar.

Tal não foi observado em rapazes pois relativamente a estes só foi possível explicar 10% da variância de sintomatologia de perturbação alimentar para a qual apenas contribuíam perfecionismo global e sintomatologia depressiva-ansiosa.

O significado dos resultados é discutido em termos das implicações para o conhecimento acerca dos fatores de risco para o desenvolvimento de perturbações alimentares em ambos os sexos."
Palavras-chave: perturbação alimentar, perfecionismo, perfecionismo auto-orientado, perfecionismo socialmente prescrito, ansiedade, depressão, adolescência."
O modelo conceptual usado encontra-se na figura abaixo reproduzida da tese de Leonor Baptista de Oliveira. São considerados doi tipos de Perfeccionismo (o auto-orientado, na figura representado por AO e o socialmente prescrito na figura representado por SP). A influência destes dois tipos de perfecionismo, avaliada por questionários padrão internacionais, sobre as Perturbações Alimentares (PA na figura) é estudada. 
( Nota do esqueciaana: Ainda sobre o tema do perfeccionismo mas neste caso em inglês pode ainda consultar este link para um artigo num site da AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION (APA) de onde reproduzimos a imagem seguinte. Os aspectos negativos e positivos do perfeccionismo e a dificuldade em traçar as fronteiras...)

Feb 16, 2012

...Solidão e Doenças do Comportamento Alimentar (investigação)




Podemos sentir-nos sós mesmo rodeados de muita gente. Até mesmo de amigos. Por vezes a solidão cola-se a nós.´Quantas e quantas vezes quem sofre de doenças do comportamento alimentar se sente só. E muitas vezes a saida da doença (esquecer a ana e outras más companhias) é também acompanhada pela ruptura dessa solidão.

Recebi da Té um comentário sobre este post que transcrevo porque acho muito importante a ideia de 'fases' na solidão e das 'justificações' que vamos tendo (criando?) para a manter. Obriga Té pelo teu comentário e muitas felicidades no teu caminho.

"Minha querida,há quanto tempo...
A solidão,tal como a comida, são como a "droga" desta adição q é um distúrbio alimentar...
A solidão é uma procura e uma maneira de nos mantermos afastadas, pensamos nós, de quem não tem a mínima noção do que se passa... Passa.se por várias fases: primeiro precisamos de estar sozinhas para n nos obrigarem a comer nem fazerem comentários, depois, ainda mais isoladas, parece que são os outros que se afastam de nós e depois já não sabemos bem como voltar, porque enquanto fizemos esse interregno, a vida lá fora continuou e o medo é tão grande quanto o de apanhar um comboio em andamento...
um beijinho"
Acabou de ser publicado um artigo científico Loneliness and eating disorders [trad: A solidão e os distúrbios alimentares] no J Psychol. 2012 Jan-Apr;146(1-2):243-57, de Levine MP (Penn State College of Medicine, Penn State Milton S. Hershey Medical Center, Division of Adolescen Medicine and Eating Disorders, Hershey, PA 17033, USA. mlevinel@hmc.psu.edu
A investigação examina a relação entre solidão e os transtornos alimentares. Esta relação é avaliada fazendo uma revisão sistemática da literatura científica que associa a solidão com as doenças do comportamento alimentar e resume os tópicos de temas que ligam solidão e transtornos alimentares.
Os transtornos alimentares (anorexia nervosa, bulimia nervosa e outros transtornos alimentares não especificados que incluem compulsão alimentar) são questões de saúde desafiadoras. Cada um destes diagnósticos relaciona-se especificamente com a solidão. Isso contribui para a emoção negativa e sintomas de transtornos alimentares. As relações interpessoais negativas, as experiências reais ou  percepções individuais distorcidas, aumentam os distúrbios alimentares e os sentimentos de solidão.
Características que têm sido associados com a solidão claramente também se relacionam com os transtornos alimentares. Entender essa relação é vital, para que possamos avaliar as lutas dos nossos pacientes e de trabalho para gerir emoções fortes num quadro de tratamento. Precisamos estar conscientes do poder da solidão e do seu efeito sobre as pessoas  em geral e especificamente o efeito da solidão para aqueles que lutam com um problema de distúrbio alimentar.
A partir de alguns sites é possível ter o texto completo do artigo (vejam aqui)
Se quiserem conhecer mais publicações do mesmo autor, vejam aqui.


Jan 16, 2012

...23 ideias erradas sobre doenças do comportamento alimentar (fonte: NEDA-US)

" ESTÁ NA HORA DE FALARMOS SOBRE O ASSUNTO"Encontrei esta informação sobre os mitos relativos às doenças do comportamento alimentar ( no Brasil um termo frequentemente usado é Transtornos Alimentares-TA) (em inglês ED= EATING DISORDERS) aqui no National Eating Disorders Information Centre-Educator Toolkit.
Apenas transcrevo a lista dos 23 mitos fica a promessa de os comentar um a um em futuros posts (promessa ainda não cumprida pelo esqueciaana).
Gostaria de conhecer também os vossos comentários e interrogações sobre cada um dos 23 (ou acrescentar outros).
Nota: a ordem porque são apresentados não corresponde necessáriamente à importância de cada um dos mitos.
Algumas afirmações podem ser  'verdadeiras apenas parcialmente', logo falsas. Não há meias-verdades.
mito #1. Os transtornos alimentares (TA) não são uma doença FALSO
mito #2. Os transtornos alimentares são raros FALSO
mito #3. Os transtornos alimentares são uma escolha do doente FALSO
mito #4. Só as jovens e mulheres podem ter transtornos alimentares FALSO
mito #5. Homens que sofrem de transtornos alimentares tendem a ser gay FALSO
mito #6. A anorexia nervosa é a única doença grave do comportamento alimentar FALSO
mito #7. Não se pode morrer de bulimia FALSO
mito #8. Os transtornos alimentares sem sintomas graves (não diagnosticados) não são graves FALSO
mito #9. Fazer dieta é um comportamento normal(aceitável) do adolescente FALSO
mito #10. A anorexia é apenas uma dieta que 'deu para o torto' FALSO
mito #11. Uma pessoa com anorexia não come FALSO
mito #12. Pela a parência percebe-se sempre se uma pessoa sofre de uma TA FALSO
mito #13. Os transtornos alimentares têm a ver com a aparência e com a beleza FALSO
mito #14. Os transtornos alimentares são causados por imagens não saudáveis e irrealistas divulgadas pelos meios de comunicação FALSO
mito #15. Apenas pessoas de nível socioeconómico elevado sofrem de transtornos alimentares FALSO
mito #16. A recuperação nas doenças do comportamento alimentar é rara FALSO
mito #17. As doenças do comportamento alimentar são meras tentativas para chamar a atenção FALSO
mito #18. Purgar/Vomitar é apenas expelir a comida FALSO
mito #19. Purgar ajuda a perder peso FALSO
mito #20. Se não estiver 'pele e osso' então não está doente FALSO
mito #21. Crianças com menos de 15 anos são muito novas para terem uma doença do comportamento alimentar FALSO
mito #22. Apenas se pode ter um tipo de doença do comportamento alimentar de cada vez FALSO
mito #23. Quando o peso normal é alcançado a anorexia está curada FALSO

AQUI o original em inglês
5 comentários, interrogações e afins:
Exahmia disse...
É curioso este post, hoje uma amiga falou comigo sobre este assunto, ela quer fazer uma curta metragem sobre este tema e pediu me ajuda para escrever o argumento, sobre TA e sobre o facto de não ser só sobre anorexia e bulimia, há mais do que esses dois.

Sobre estes 23 mitos, acho que o 16 não está bem claro.

16. A recuperação nas doenças do comportamento alimentar é rara FALSO

Não é assim tão falsa, certo? Na verdade a recuperação total é realmente rara se não impossível.
Seria uma completa mentira dizer que certas coisas não vão ficar provavelmente para sempre, também depende muito do estado da pessoa, mas de uma forma geral a recuperação nunca é total, é possível viver bem e com uma certa paz em relação a comida mas provavelmente em 10, talvez o que? 1 recupere totalmente SE levar o tratamento até ao fim.

Claro que uma pessoa com 17 anos que teve TA durante 2 tem mais hipóteses de recuperar que uma com 30 que teve TA durante 14 anos, acho que o ponto 16 envolve muita coisa, não é assim tão linear responder a isso.

24 de Fevereiro de 2010 23:21
ex ana disse...
Por isso é indispensável analisar cada um dos 23 em seprado. Por isso referi as meias verdades...que são mentiras. Ou seja algumas das afirmações podem ter um certo grau (variável) de alguma verdade mas não podem ser tomadas em absoluto como ideias 100 verdadeiras e incontestáveis.
E sim pode existir recuperação total. E sim, quanto mais cedo o tratamento e portanto menor a duração maior a probabilidade de ela ocorrer.
Agradeço o comentário e irei tratar cada um dos pontos com os dados e argumentos objectivos que conheço. Pois como sabes o conhecimento científico ainda não é completo e consensual...

25 de Fevereiro de 2010 06:29
ex ana disse...
Exahmia,
Quando quiseres dar mais notícias da curta metragem terei muito gosto em divulgar aqui...
Sim há mais que dois TA, aliás esse é um aspecto actualmente em discussão no DSM V. Os outros são uma parcela grande no conjunto e por vezes nomeadamente nos US são falsamente classificados em A ou B por questõe spráticas associadas aos seguros de saúde (irei procurar tb informação sobre isso).

25 de Fevereiro de 2010 20:27
Sil disse...
Olá,
Tudo bem?
Bom e útil este post. A muitos mitos a serem desmitificados acerca dos Transtornos Alimentares. Estes que listastes e tantos outros que podem povoar a mente de muitos de nós. O importante é buscar-se as informações fidedignas, assimilá-las e transmiti-las, assim com estás a fazer.
Muitos Parabéns!!
Fica sempre com Deus.

6 de Março de 2010 13:16
Anónimo disse...
mito #7. Não se pode morrer de bulimia FALSO
-eu nem sonhava que isso era falso!
mito #9. Fazer dieta é um comportamento normal(aceitável) do adolescente FALSO
-eu nesse penso que é verdadeiro olha so se nao esta contente com seu corpo, melhor doque criar ilusoes e dar errado.
mito #11. Uma pessoa com anorexia não come FALSO
.nem sempre é assim é possivel passar um tempao sem comer ou entao comendo muito pouco
#16. A recuperação nas doenças do comportamento alimentar é rara FALSO
-é muito rara uma recuperacao total
mito #18. Purgar/Vomitar é apenas expelir a comida FALSO
-essa tambem pensava que era verdade
mito #19. Purgar ajuda a perder peso FALSO
-e essa tambem
mito #23. Quando o peso normal é alcançado a anorexia está curada FALSO
-tem ainda uma parte mental enorme pra recuperar
EU PENSO QUE MUITA GENTE TA MUITO MAL INFORMADA,E ISSO AJUDA A ESCLARECER MUITA COISA!

24 de Fevereiro de 2011 21:37

Dec 19, 2011

...depressão->compulsão // compulsão-> depressão



Vai ser publicado na revista científica Journal of Adolescent Health um artigo que, com base na observação de dados para cerca de 5 mil adolescentes e mulheres jovens dos Estados Unidos conclui pela relação entre depressão e compulsão alimentar e também pela relação em sentido inverso, compulsão e depressão. O artigo foi divulgado num jornal online que pode ser lido aqui.
Abaixo uma tradução dapatada do RESUMO.

Título: A Prospective Study of Overeating, Binge Eating, and Depressive Symptoms Among Adolescent and Young Adult Women
data de divulgação:13 December 2011
Autores: Hayley H. Skinner, Jess Haines, S. Bryn Austin, Alison E. Field

RESUMO 

Objectivo: Investigar a relação no tempo entre sintomas de depressão e overeating (comer em excesso) bing eating (compulsão alimentar) em adolescentes e jovens mulheres adultas nos Estados Unidos.
Methods: Investigámos a incidência de comer em excesso, ter compulsões alimentares e os sintomas depressivos em 4.798 mulheres no estudo Growing Up Today Study um estudo de adolescentes e adultos americanos , sendo reconhidas informações para mais que um momento no tempo. Os participantes que declararam pelo menos episódios mensais relativos a comerem uma larga quantidade de alimento num curto periodo de tempo durante o ano passado, mas que não sentiram perda de controlo, foram classificados como overeaters (comerem em excesso). Aqueles que assinalaram terem perdido o controlo enquanto se alimentavam em excesso foram classificados como binge eaters (terem compulsão alimentar). Os sintomas de depressão foram avaliados pelo teste McKnight Risk Factor Survey. Os participantes foram seguidos de 1999 a 2003. Foram estimadas equações onde foram incluídos desfasamentos nas variáveis explicativas (comentário do esqueciaana sobre as variáveis desfasadas: significa que algo que por exemplo uma situação de depressão no ano t pode ser explicada -estatisticamente- por uma situação ocorrida 1 ano antes, ou seja t-1). As análises foram ajustadas em função da idade, da idade do início da menstruação, do índice de massa corporal e do período de acompanhamento.
Results: as mulheres que apresentaram sintomas depressivos no início do estudo tinham uma probabilidade duas vezes maior de ter overeating quando comparadas com as que não tinham sintomas depressivos (odds ratio [OR] = 1.9; 95% intervalo de confiança [CI] = 1.4, 2.5) . O mesmo se passando em relação à compulsão alimentar (OR = 2.3; 95% CI = 1.7, 3.0) . Por outro lado, as mulheres envolvidas em overeating ou em compulsão alimentar no início do estudo apresentam duas vezes mais probabilidade de desenvolvel sintomas de depressão no período seguinte (OR = 1.9; 95% CI = 1.1, 3.4) e (OR = 1.9; 95% CI = 1.2, 2.9) respectivamente.
CONCLUSÕES: estes resultados indicam que é importante considerar os sintomas depressivos na prevenção e tratamento do overeating e compulsão alimentar no caso das adolescentes e jovens adultas.  
Palavras chave: Binge eating, Overeating, Depressive symptoms, Overweight, Obesity, Adolescent, Young Adult, Females

Dec 17, 2011

...Cada caso é um caso (artigo científico no International Journal of Eating Disorders)


Acaba de ser publicado (Dezembro 2011) um artigo numa revista científica (INTERNATIONAL JOURNAL OF EATING DISORDERS ) que apresenta os resultados de um estudo que acompanhou ao longo de cinco anos 136 doentes com Anorexia Nervosa e 110 com Bulimia Nervosa. Foram analisados três sintomas centais: baixo peso corporal, compulsão alimentar e purgação. (nota do esqueciaana: nos artigos científicos a designação de anorexia e bulimia é sempre feita com o adjectivo NERVOSA ao contrário da linguagem comum. Mas não existem duas anorexias e duas bulimias, umas nervosas e outras não, como já ouvi ignorantemente alguém dizer.) Abaixo o resumo (tradução livre de esqueciaana e um dos gráficos a mostrar trajectórias).

Para ler todo o artigo (eminglês) fica o link abaixo (pode ser descarregado sem custo):
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/eat.20880/pdf

Uma investigação das trajectórias conjuntas de baixo peso corporal, compulsão e purgação
em mulheres com anorexia nervosa e bulimia nervosa
(título original: An Investigation of the Joint Longitudinal Trajectories of Low Body Weight, Binge Eating, and Purging in Women with Anorexia Nervosa and Bulimia Nervosa )
Autores (s): Lavender, JM (Lavender, Jason M.)**; De Young, KP (De Young, Kyle P.)**; Franko, DL (Franko, Debra L.)*,***; Eddy, KT (Eddy, Kamryn T.)*,*v; Kass, AE (Kass, Andrea E.)*; Sears, MS (Sears, Meredith S.)*; Herzog, DB (Herzog, David B.)*,*vINTERNATIONAL JOURNAL OF EATING DISORDERS Volume: 44 Issue: 8 Pages: 679-686 DEC 2011

RESUMO

Objectivos: Descrever o comportamento ao longo do tempo de mulheres com anorexia nervosa (AN) bulimia nervosa (BN) em relação a três sintomas nucleares associados às doenças do comportamento alimentar: baixo peso, compulsão e purgação. É usada uma metodologia estatística inovadora.
Método: Doentes a necessitarem de tratamento de Anorexia Nervosa (136 mulheres) e de Bulimia Nervosa (110 mulheres) foram entrevistadas de seis em seis meses durante um período de cinco anos. A entrevista baseou-se no questionário Eating Disorders Longitudinal Interval Follow-Up Evaluation foi recolhida informação semanal dos sintomas de distúrbio de comportamento alimentar todas as semanas durante 5 anos. Para identificar as trajectórias de cada um dos três sintomas (nota da esqueciaana o gráfico acima mostra 4 trajectórias) foi usado um método semiparamétrico misto (nota da esqueciaana método estatístico de análise de comportamentos).
Resultados: Foram identificadas quatro trajectórias específicas para cada um dos três sintomas analisados (nota do esqueciaana: a Figura 1 acima posta os resultados para o peso). O valor a o traçado geral de cada uma dessas trajectórias são similares nos sintomas, pois em cada modelo existem trajectórias com uma estabilidade na preseça (ou na ausência) de sintomas assim como uma ou mais mostrando o declínio dos sintomas. Para o peso corporal foram encontradas trajectórias originais com peso fluctuante e aumento da compulsão. Foram encontradas trajectories únicas: para o pso baixo fluctuação e para a purgação crescimento. Foram ainda efectuadas análises conjuntas de duas trajectórias de sintomas: peso baixo e compulsão, peso baixo e purgação e compulsão e purgação.

Discussão: Em cada pessoa doente com AN ou BN, a  evoluação dos sintomas das doenças do comportamento alimentar é muito variável (nota da esqueciaana MUITO VARIÁVEL, leram senhores e senhoras que pensam que um modelo serve para todos?) . A investigação futura permitirá identificar os factores clínicos que aumentam a probabilidade de pertender a uma ou outra trajectória o que contribuirá para o tratamento e para a investigação sobre o conceito das doenças (nota da esqueciaana: chama-se em termos técnicos investigação  nosológica ) "Palavras chave: anorexia nervosa; bulimia nervosa; symptom trajectories; course; longitudinal FOLLOW-UP; DIAGNOSTIC CROSSOVER; DISORDER PHENOTYPES; NATURAL-HISTORY; PREDICTORS; ADOLESCENTS; PATTERNS; RECOVERY; CLASSIFICATION; STABILITY
*. Massachusetts Gen Hosp, Dept Psychiat, Boston, MA 02114 USA
**. SUNY Albany, Dept Psychol, Albany, NY 12222 USA
***. Northeastern Univ, Dept Counseling & Appl Educ Psychol, Boston, MA 02115 USA
*v. Harvard Univ, Sch Med, Dept Psychiat, Boston, MA 02115 USA

Dec 1, 2011

...dificuldade em identificar e expressar emoções ( questionário )


A alexitimia relaciona-se com o problema em identificar e expressar emoções. Qual a relação entre isso e a anorexia nervosa (ou outras doenças do comportamento alimentar)? A tese de Sandra Torres Brandão Ferreira, O CORPO E O SILÊNCIO DAS EMOÇÕES - ESTUDO DA ALEXITIMIA NA ANOREXIA NERVOSA, cujo resumo abaixo se reproduz e que pode ser lida integralmente aqui (ver anterior post de esqueciaana) contribui para essa resposta. Nessa tese apresenta-se este questionário que é a adaptação da escala de alexitimia de Toronto [nota do esqueciaana, eescalas deste tipo são frequentemente adoptadas pelos técnicos de saúde mental e necessitam ser adaptadas em função das idades, contextos, etc.]
RESUMO

A anorexia nervosa é uma perturbação do comportamento alimentar que afecta principalmente mulheres jovens. Diversos investigadores neste campo têm proposto formulações teóricas que definem esta psicopatologia como uma perturbação da regulação dos afectos. Com base nesta concepção, o presente estudo teve como objectivo geral analisar o funcionamento emocional de indivíduos com anorexia nervosa.
Objectivamente, procurou-se
(1) definir o padrão emocional associado à anorexia nervosa, com base no estudo das emoções sentidas e na avaliação das capacidades meta-emocionais;
(2) avaliar a alexitimia, ansiedade, depressão e auto-eficácia geral, bem como a relação que estas variáveis estabelecem entre si;
(3) analisar a influência da alexitimia, da ansiedade, da depressão e da auto-eficácia geral na predição da anorexia nervosa. No estudo participaram dois grupos (clínico e não-clínico), apenas com participantes do sexo feminino.
O grupo clínico foi composto por 80 sujeitos com anorexia nervosa (critérios DSM-IV), entre os 12 e os 34 anos. O grupo não-clínico foi composto por 80 sujeitos não-anorécticos, com características semelhantes ao grupo clínico em termos de idade, escolaridade e profissão.
As anorécticas foram seleccionadas em instituições de saúde e o seu diagnóstico foi confirmado com a aplicação da Entrevista de Diagnóstico das Perturbações do Comportamento Alimentar - IV. As não-anorécticas foram maioritariamente seleccionadas em instituições de ensino e preencheram um questionário inicial breve para despistar eventuais problemas alimentares. Ambos os grupos foram avaliados relativamente à ansiedade, depressão, alexitimia e auto-eficácia geral. Em comum registou-se também o preenchimento do Questionário de Avaliação das Emoções para a Anorexia Nervosa, desenvolvido por nós para o presente estudo.
Os resultados encontrados sugerem que as anorécticas apresentam um padrão emocional distinto das não-anorécticas apenas nos estímulos que envolvem situações relacionadas com a anorexia nervosa. Perante estas, as anorécticas registaram uma emocionalidade negativa, voltada para o interior e mais intensa. Este padrão de emoção é também o mais frequente no seu dia-a-dia. Em termos meta-emocionais, as anorécticas demonstraram ter capacidade para imaginar emoções em situações hipotéticas, conseguindo relembrá-las e nomeá-las. As anorécticas apresentaram ainda níveis mais elevados de alexitimia, depressão e ansiedade e níveis inferiores de auto-eficácia geral, quando comparadas com o grupo não-clínico. A depressão e a alexitimia constituem preditores significativos do diagnóstico de anorexia nervosa. No global, os resultados reforçam a relevância da intervenção psicológica orientada para a regulação dos afectos ao nível do tratamento da anorexia nervosa.

[ nota prévia aos vários questionários apresentados na Tese:]

FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE DO PORTO

Os questionários que se seguem estão inseridos num projecto de investigação sob a responsabilidade da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, no âmbito do curso de Doutoramento em Psicologia.

Não existem respostas certas ou erradas, ou seja, qualquer resposta que for dada está correcta. Todas as respostas são confidenciais.

A sua participação é muito importante para este estudo, mas se por qualquer motivo não quiser participar, tem todo o direito de o fazer e agradecemos de igual modo a sua atenção.

Obrigada pela sua colaboração
No esqueciaana outros posts sobre emoções:
http://esqueciaana.blogspot.com/2010/11/emocoes-e-anorexia-artigo-cientifico.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2010/07/anorexia-e-emocoes-investigacao.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2010/07/identificar-e-expressar-emocoes-e-nao.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2010/09/abracos-medos-tacto-emocoes-ciencia-e.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2011/06/dependencia-emocional-no-blogue-de.html

http://esqueciaana.blogspot.com/2011/04/quinze-por-cento-dos-jovens-magoam-se.html

Oct 11, 2011

...16 tipos de "não sei" (pedir socorro em silêncio)

(design-dautore.com) Oleg Dou


(Os "Não sei"s ;  clique sobre a imagem acima para a ampliar

[Nota de esqueciaana: este post tem dedicatória: a todos os que como eu dizem demasiadas vezes não sei...sabendo ]
Do blogue de Laura Collins transcrevo este texto: [tradução livre de esqueciaana; texto original, em inglês,  pode ser encontrado aqui]

"Os doentes com doenças do comportamento alimentar (dca; transtorno alimentar) frequentemente têm dificuldade em descrever suas emoções. Isso tem um rótulo científico: "alexitimia" (definição da wikipedia aqui; a=ausência + lexi=palavra + timia=emoção)).
Uma definição de ALEXITIMIA da F.E.A.S.T- Families Empowered And Supporting Treatment of Eating Disorders, Eating Disorders Glossary:
"Alexitimia é um conceito que define a incapcidade de identificar ou expressar emoções. Vários estudos mostraram que os indivíduos em situações agudas de anorexia nervosa e bulimia nervosa apresentam níveis mais elevados nos testes de alexitimia quando comparados com os doentes recuperados" Fonte original (aqui)

Uma coisa é reconhecer  a alexitimia, mas encontrar resposta para ela é outra coisa completamente diferente. Gosto bastante do Diagrama Grey Thinking's : o "NÃO SEIs" [esqueciaana: 16 significados para as palavras 'não sei';  aqui no original e na figura acima].
Os pais podem querer imprimir e guardar!!"Laura Collins no blogue "Are you eating with your anorexic?"

Imagem sobre os "Não seis" originalmente publicada aqui.Para ampliar a imagem cliquar.
Iremos analisar aqui no esqueciaana em posterior post estes "não sei"