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Feb 22, 2014

...como ajudar uma amiga

(nota de esqueciaana: já antes tinha publicado este post, uma leitora do blogue pediu-me para o divulgar outra vez)
Sei por experiência própria como 'os outros' podem ser muito importantes no tratamento e recuperação. Não quaisquer 'outros' mas sim quem, mesmo que não entenda completamente nem sequer parcialmente a doença, nos faz ter novos olhares para a vida. Quem construa as pontes entre o nosso mundo interior de sofrimento e a vida lá fora onde podemos descobrir a alegria.

Os sites informativos e de apoio a familiares e amigos sobre a anorexia e bulímia (ver links do lado direito) por vezes fornecem indicações específicas para grupos dos que são próximos do doente, tais como a familia e em particular os pais, os professores e ...AS AMIGAS (cito adaptando: "Caso suspeite ou tenha a certeza de que uma amiga sua tem problemas relacionados coma a alimentação..."). Pergunto eu: e OS AMIGOS? e O NAMORADO? Os rapazes e homens são não apenas uma minoria dos doentes anorécticos e bulímicos (pelo menos no que é estatisticamente conhecido), ELES também parecem estar um tanto à margem na informação sobre os OUTROS que podem ajudar.
 
No entanto, encontramos em vários testemunhos a importância do NAMORADO, do NOIVO, do MARIDO na procura de cura e recuperação da doença de TA. Sendo a partilha mútua nas relações amorosas mais intensa que noutras, não é de admirar que nelas seja possivel ultrapassar dificuldades em expressar sentimentos por parte de quem está doente, e que por isso sejam os namorados quem, ainda antes de pais, irmãos, amigas ou amigos se apercebem que alguma coisa não está bem. Não encontrei ainda no entanto nenhum texto que 'explique' e dê o devido destque a importância dos NAMORADOS (os príncipes! alguns que precisam ter uma coragem extrema!) .
 
Voltando às AMIGAS (supondo que quem sofre de AN é uma rapariga) existem algumas recomendações que abaixo alinho comentando. E o meu primeiro comentário é que não existindo receitas para a amizade, o que a seguir se escreve são apenas algumas indicações que em média se ajustam a cada caso concreto.
 
COMO PODES AJUDAR A TUA AMIGA?
 
(texto adaptado do original aqui e aqui)
 
+ A tua amiga é inteligente, informada, determinada...mas é característica da doença negá-la e recusar opiniões dos outros (mesmo das amigas) sobre o seu problema (que geralmente não identifica como tal). São raros os casos em que a doente resolve tratar-se por iniciativa própria. Como amiga dela procura em conjunto com outros que lhe são próximos que ela tome consciência do problema e comece a tratar-se com especialistas adequados. Não fiques frustrada com a tua (muitas vezes aparente) impotência para alterar a situação. Ela também se sente possivelmente muitas vezes impotente para se mudar. Não fiques zangada se muitas vezes ela 'te deixar a falar sozinha'.
 
+ A tua amiga pode estar está em risco de vida.A anorexia alimentar e os transtornos alimentares (TA) são doenças graves. Procura que contacte uma equipa especializada. Ajuda-a a dar o primeiro passo para o tratamento. Procura informar-te mais sobre a doença e encontrar os serviços de apoio a familiares e amigos e os serviços médicos públicos ou privados a que ela poderá recorrer na tua região. Mas atenção, por muito que julgues saber sobre a doença, lembra-te que apenas os profissionais poderão fazer um correcto diagnóstico e traçar caminhos para o tratamento e cura.
 
+ Evita centrar todas as conversas com ela na comida ou na aparência física. Comentários mais ou menos irónicos como 'qualquer dias desapareces', 'és só pele e osso', 'andas com dietas malucas' ou até elogiosos ' estás com um corpo fantástico! quem me dera vestir o 36 como tu'. Ou mesmo de incentivo a ganhar peso ' estás mais gordinha e fica-te bem' (pessoalmente tenho a impressão que se este último comentário vier de um amigo não será muito negativo, mas estamos a falar de amigas).Não te esqueças que a tua amiga tem parte da vida focada na aparência física (tentando dizer com o corpo o que ninguém é capaz de escutar) e nas calorias por isso, não lances mais fogo para essa fogueira. Fala com ela sobre arte, música, estudos, trabalho, viagens, projectos futuros.
 
+ Faz a tua amiga sentir (não por palavras de preferência) que ela tens excelentes qualidades e que ninguém é perfeito. Mostra-lhe a tua amizade por actos. Lembra-lhe que todos cometemos erros. E que a errar se aprende. Abre-lhe também o teu coração. É dos livros que quem sofre de TA mente sobre o comportamento e por vezes mente também compulsivamente (é uma componente da doença e como tal deve ser compreendida). Mas a identificação por ti de uma inverdade pode ser positivo. E mostrar que de quem gostamos esperamos sinceridade, não falsidade.
 
+ Procura que ela saia. Há muitas formas de sair. Sair da casca por exemplo ;) Conviver com outras pessoas diferentes. Pessoas com projectos, ideias, imaginação. Pessoas abertas a outras pessoas. Por vezes com a mesma idade as pessoas apresentam maturidades muito diferentes. E não raro quem sofre de TA tem níveis de maturidade e culturais acima da média. Muito possivelmente a tua amiga questiona-se e questiona os outros e o sentido da vida. Por isso ambientes em que dominem pessoas fúteis e vazias podem ser agressivos para ela. Mas cada um de nós é uma caixinha de surpresas. As possibilidades de convívio hoje em dia são imensas. procura que ela retome a alegria e sociabilidade que tinha antes da doença, mas sem pressas, sem forçar. A doença por vezes vai-se instalando de-va-ga-ri-nho e não é do dia para a noite que desaparece.
 
+ O que ela deve ou não comer deve ser recomendado pelos especialistas em nutrição e/ou endocrinologista. Se estiveres com ela durante as refeições principais, festas ou outras situações que envolvam comida procura comportar-te normalmente. Não adoptes uma posição de vigilância ou controlo sobre o que ela come ou de recomendações do tipo 'lá estás com a mania das calorias, não sejas parva vá lá come a bolacha', etc.
 
+ NÃO DESISTAS. O teu apoio pode não dar de imediato resultado. Tens que ter paciência se a tua amiga depois de parecer estar a recuparar tiver uma recaída. Não desistas da tua amiga, mantém o teu apoio mesmo durante uma recaída, evita comentários do tipo 'és uma fraca desisto'.´A tua amiga se tiver uma recaída já se sente suficientemente mal sem esses comentários 'amigos (por vezes pretendem ser para mostrar a dura realidade').Se ela for internada e os médicos não virem inconveniente e perceberes (as amigas verdadeiras percebem os sins mesmo quando ouvem não e vice versa) que ela o quer visita-a.
 
+ Se o conhecimento que com ela tiveres for principalmente ou exclusivamente virtual procura que ela reforce os laços com o MUNDO REAL. Os ombros virtuais não passam disso...virtuais. Nada substituí os ombros REAIS. para além disso estando a tua amiga psicologicamente fragilizada pode ser alvo de comportamento predatórios no mundo real e na internet.
 
+ Na Internet circula muita informação errada, nuns casos inconscientemente noutros, mais graves, conscientemente e criminosamente errada. Medicamentos, práticas e dietas que pululam na internet nos sites pro-ana e pro-mia e também noutros sites orientados comercialmente são muito perigosos. Dicas de emagrecimento que são fornecidas, por vezes sob capa de fundamentos científicos são autênticas 'receitas de morte'.
 
+ Lembra-te SEMPRE: A TUA AMIGA NÃO TEM CULPA. DEIXAR DE COMER NÃO É A DOENÇA, É O SINTOMA.
Procura ajuda para a tua amiga. Alguns contactos AQUI.
Foto f
Comentários recebidos a mensagem identica antes publicada no esqueciaana:

foreveryoung disse...
Qerida "esqeci-a-ana"...
Antes de mais qero voltar a agradecer pela maneira como te tens exprimido comigo porqe nota-se mesmo qe já passaste por isto tudo e és perfeitamente consciente a falar sem nunca "exigires" de mim coisas exageradas como às vezes me acontece por parte de pessoas qe desconhecem o problema em si! Quanto ao qe escreveste tens toda a razão..a fluoxetina tira-me o apetite e altera o meu humor (às vezes..ultimamente mais!)..mas a verdade é qe fico mesmo sem fome nenhuma e se o esforço por comer é grande já quando temos fome (contraditório?) então quando não temos aínda mais complicado é. Suponho qe me estejas a perceber. Mas ao mesmo tempo não qero de maneira nenhuma dizer isto ao psiquiatra porqe vou ser sincera..tenho medo qe ele me recomende tomar algo para abrir o apetite. Isso aterroriza me! Beijinho enorme, parabéns pelo post, até o patrocinei no meu blog :) ehehe
ex ana disse...
Eu já passei não direi por tudo, mas por algumas coisas parecidas.
Se o teu fim de semana foi inesquecível o que achas de ter a seguir uma semana igualmente BOA e inesquecível?
p.s.- Agradeço muito o 'patrocínio'. Não queres juntar sugestões? Prometo fazer uma actualização do post e prestar devida atribuição (ou não) como preferires. 30 de Novembro de 2009 20:41
aqui

Fotografia de flick cc aqui

Jan 12, 2012

...ajudar a tua amiga

Sei por experiência própria como 'os outros' podem ser muito importantes no tratamento e recuperação. Não quaisquer 'outros' mas sim quem, mesmo que não entenda completamente nem sequer parcialmente a doença, nos faz ter novos olhares para a vida. Quem construa as pontes entre o nosso mundo interior de sofrimento e a vida lá fora onde podemos descobrir a alegria.
Os sites informativos e de apoio a familiares e amigos sobre a anorexia e bulímia (ver links do lado direito) por vezes fornecem indicações específicas para grupos dos que são próximos do doente, tais como a familia e em particular os pais, os professores e ...AS AMIGAS (cito adaptando: "Caso suspeite ou tenha a certeza de que uma amiga sua tem problemas relacionados coma a alimentação..."). Pergunto eu: e OS AMIGOS? e O NAMORADO? Os rapazes e homens são não apenas uma minoria dos doentes anorécticos e bulímicos (pelo menos no que é estatisticamente conhecido), ELES também parecem estar um tanto à margem na informação sobre os OUTROS que podem ajudar.
No entanto, encontramos em vários testemunhos a importância do NAMORADO, do NOIVO, do MARIDO na procura de cura e recuperação da doença de TA. Sendo a partilha mútua nas relações amorosas mais intensa que noutras, não é de admirar que nelas seja possivel ultrapassar dificuldades em expressar sentimentos por parte de quem está doente, e que por isso sejam os namorados quem, ainda antes de pais, irmãos, amigas ou amigos se apercebem que alguma coisa não está bem. Não encontrei ainda no entanto nenhum texto que 'explique' e dê o devido destque a importância dos NAMORADOS.
Voltando às AMIGAS (supondo que quem sofre de AN é uma rapariga) existem algumas recomendações que abaixo alinho comentando. E o meu primeiro comentário é que não existindo receitas para a amizade, o que a seguir se escreve são apenas algumas indicações que em média se ajustam a cada caso concreto.
COMO PODES AJUDAR A TUA AMIGA?
(texto adaptado do original aqui e aqui)
+ A tua amiga é inteligente, informada, determinada...mas é característica da doença negá-la e recusar opiniões dos outros (mesmo das amigas) sobre o seu problema (que geralmente não identifica como tal). São raros os casos em que a doente resolve tratar-se por iniciativa própria. Como amiga dela procura em conjunto com outros que lhe são próximos que ela tome consciência do problema e comece a tratar-se com especialistas adequados. Não fiques frustrada com a tua (muitas vezes aparente) impotência para alterar a situação. Ela também se sente possivelmente muitas vezes impotente para se mudar. Não fiques zangada se muitas vezes ela 'te deixar a falar sozinha'.
+ A tua amiga pode estar está em risco de vida.A anorexia alimentar e os transtornos alimentares (TA) são doenças graves. Procura que contacte uma equipa especializada. Ajuda-a a dar o primeiro passo para o tratamento. Procura informar-te mais sobre a doença e encontrar os serviços de apoio a familiares e amigos e os serviços médicos públicos ou privados a que ela poderá recorrer na tua região. Mas atenção, por muito que julgues saber sobre a doença, lembra-te que apenas os profissionais poderão fazer um correcto diagnóstico e traçar caminhos para o tratamento e cura.
+ Evita centrar todas as conversas com ela na comida ou na aparência física. Comentários mais ou menos irónicos como 'qualquer dias desapareces', 'és só pele e osso', 'andas com dietas malucas' ou até elogiosos ' estás com um corpo fantástico! quem me dera vestir o 36 como tu'. Ou mesmo de incentivo a ganhar peso ' estás mais gordinha e fica-te bem' (pessoalmente tenho a impressão que se este último comentário vier de um amigo não será muito negativo, mas estamos a falar de amigas).Não te esqueças que a tua amiga tem parte da vida focada na aparência física (tentando dizer com o corpo o que ninguém é capaz de escutar) e nas calorias por isso, não lances mais fogo para essa fogueira. Fala com ela sobre arte, música, estudos, trabalho, viagens, projectos futuros.
+ Faz a tua amiga sentir (não por palavras de preferência) que ela tens excelentes qualidades e que ninguém é perfeito. Mostra-lhe a tua amizade por actos. Lembra-lhe que todos cometemos erros. E que a errar se aprende. Abre-lhe também o teu coração. É dos livros que quem sofre de TA mente sobre o comportamento e por vezes mente também compulsivamente (é uma componente da doença e como tal deve ser compreendida). Mas a identificação por ti de uma inverdade pode ser positivo. E mostrar que de quem gostamos esperamos sinceridade, não falsidade.
+ Procura que ela saia. Há muitas formas de sair. Sair da casca por exemplo ;) Conviver com outras pessoas diferentes. Pessoas com projectos, ideias, imaginação. Pessoas abertas a outras pessoas. Por vezes com a mesma idade as pessoas apresentam maturidades muito diferentes. E não raro quem sofre de TA tem níveis de maturidade e culturais acima da média. Muito possivelmente a tua amiga questiona-se e questiona os outros e o sentido da vida. Por isso ambientes em que dominem pessoas fúteis e vazias podem ser agressivos para ela. Mas cada um de nós é uma caixinha de surpresas. As possibilidades de convívio hoje em dia são imensas. procura que ela retome a alegria e sociabilidade que tinha antes da doença, mas sem pressas, sem forçar. A doença por vezes vai-se instalando de-va-ga-ri-nho e não é do dia para a noite que desaparece.
+ O que ela deve ou não comer deve ser recomendado pelos especialistas em nutrição e/ou endocrinologista. Se estiveres com ela durante as refeições principais, festas ou outras situações que envolvam comida procura comportar-te normalmente. Não adoptes uma posição de vigilância ou controlo sobre o que ela come ou de recomendações do tipo 'lá estás com a mania das calorias, não sejas parva vá lá come a bolacha', etc.
+ NÃO DESISTAS. O teu apoio pode não dar de imediato resultado. Tens que ter paciência se a tua amiga depois de parecer estar a recuparar tiver uma recaída. Não desistas da tua amiga, mantém o teu apoio mesmo durante uma recaída, evita comentários do tipo 'és uma fraca desisto'.´A tua amiga se tiver uma recaída já se sente suficientemente mal sem esses comentários 'amigos (por vezes pretendem ser para mostrar a dura realidade').Se ela for internada e os médicos não virem inconveniente e perceberes (as amigas verdadeiras percebem os sins mesmo quando ouvem não e vice versa) que ela o quer visita-a.
+ Se o conhecimento que com ela tiveres for principalmente ou exclusivamente virtual procura que ela reforce os laços com o MUNDO REAL. Os ombros virtuais não passam disso...virtuais. Nada substituí os ombros REAIS. para além disso estando a tua amiga psicologicamente fragilizada pode ser alvo de comportamento predatórios no mundo real e na internet.
+ Na Internet circula muita informação errada, nuns casos inconscientemente noutros, mais graves, conscientemente e criminosamente errada. Medicamentos, práticas e dietas que pululam na internet nos sites pro-ana e pro-mia e também noutros sites orientados comercialmente são muito perigosos. Dicas de emagrecimento que são fornecidas, por vezes sob capa de fundamentos científicos são autênticas 'receitas de morte'.
+ Lembra-te SEMPRE: A TUA AMIGA NÃO TEM CULPA. DEIXAR DE COMER NÃO É A DOENÇA, É O SINTOMA.
Procura ajuda para a tua amiga. Alguns contactos AQUI.
Foto f
Comentários recebidos a  mensagem identica antes publicada no esqueciaana:

foreveryoung disse...
Qerida "esqeci-a-ana"...
Antes de mais qero voltar a agradecer pela maneira como te tens exprimido comigo porqe nota-se mesmo qe já passaste por isto tudo e és perfeitamente consciente a falar sem nunca "exigires" de mim coisas exageradas como às vezes me acontece por parte de pessoas qe desconhecem o problema em si! Quanto ao qe escreveste tens toda a razão..a fluoxetina tira-me o apetite e altera o meu humor (às vezes..ultimamente mais!)..mas a verdade é qe fico mesmo sem fome nenhuma e se o esforço por comer é grande já quando temos fome (contraditório?) então quando não temos aínda mais complicado é. Suponho qe me estejas a perceber. Mas ao mesmo tempo não qero de maneira nenhuma dizer isto ao psiquiatra porqe vou ser sincera..tenho medo qe ele me recomende tomar algo para abrir o apetite. Isso aterroriza me! Beijinho enorme, parabéns pelo post, até o patrocinei no meu blog :) ehehe
ex ana disse...
Eu já passei não direi por tudo, mas por algumas coisas parecidas.
Se o teu fim de semana foi inesquecível o que achas de ter a seguir uma semana igualmente BOA e inesquecível?
p.s.- Agradeço muito o 'patrocínio'. Não queres juntar sugestões? Prometo fazer uma actualização do post e prestar devida atribuição (ou não) como preferires. 30 de Novembro de 2009 20:41
fotografia de liela moreira
aqui

Oct 24, 2011

... ELES (Princesas e Príncipes) "alguém já lhes disse (aos homens) que..."


"Ele disse-me que me chamava de gordinha na brincadeira e que não sabia que eu estava a levar a sério.
Obs: alguém já lhes disse (aos homens) que este tipo de brincadeira n se faz com mulher nenhuma? :0"

Retirei a frase acima do blogue da Filipa porque toca num ponto MUITO IMPORTANTE. Eles, ou se quiserem os Princípes (*). Eles podem 'salvar' (ou podem 'causar') e a maioria das vezes sem perceberem o bem (ou o mal) que fazem.
Por vezes basta um olhar, um sorriso, (um sms?) para a 'nossa' balança de emoções equilibrar...
Os pais, os irmãos, os amigos, os namorados, os maridos, etc. etc. Enfim, o comportamento DELES pode ser determinante. Vamos  ter a coragem e dizer-lhes que há brincadeiras que não se fazem. Bora? Principe que é principe a valer até irá perceber.
(*) Estou a referir-me aos 'Príncipes'  que nunca terão coroa e não cabem nos contos de fadas. 

Sep 21, 2011

...Qual o IMC e peso daqueles de quem gostas?

Uma das justificações que costumamos usar é a de que sendo mais magras nos aceitam melhor, gostarão mais de nós. É certo que num mundo em que a imagem é tão valorizada (porque também uma excelente fonte de negócio) esse sentimento é natural. Sugiro no entanto que se perguntem: As pessoas de quem gosto e admiro são magras, gordas ou assim-assim? (para quem gosta dos detalhes qual será o seu Indice de Massa Corporal IMC?). Talvez a resposta ajude a relativizar a importância que por força da doença se atribui à balança.
Imagens: (1) ad (2) Jorge Colombo artista português residente em Nova Iorque.

May 30, 2011

...Improvisos no consultório (ou porque médicos deveriam ouvir jazz) em Daniel M. Barros


No blogue de Daniel M.Barros que acompanho, encontrei um post que parcialmente reproduzo abaixo (os sublinhados são do esqueciaana) . Chama a atenção para a necessidade de melhorar a interacção entre doente e médico. Em posts anteriores já tinhamos referido a importância da atitude dos médicos e na necessidade de interpretar os não sei/silêncios dos doentes.

"É daí que surge uma analogia muito boa entre o jazz e a medicina. Numa consulta, da mesma forma, temos duas (e por vezes mais) pessoas que precisam se reunir e fazer com que esse encontro funcione para todos, usando para isso seu conhecimento prévio mas sendo capazes de improvisar conforme os diálogos se desenrolam. É por isso mesmo que o diretor de educação médica da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, Paul Haidet, vem colocando os estudantes de medicina para ouvir música no seu curso, cujo título pode ser livremente traduzido como “Jazz e a Arte da Medicina: Improvisos na Consulta”.
Haidet era DJ na faculdade, e desde cedo percebeu que a comunicação entre médicos e pacientes muitas vezes é truncada, sem permitir uma real conexão entre as partes. Numa entrevista rígida, por exemplo, na qual o médico dirige todo o diálogo por meio de perguntas sim/não, sobra pouco espaço para manifestações espontâneas do paciente que poderiam ser importantes. Haidet inspira-se nos solos de Miles Davis, que em vez de encher a música de notas, deixava pausas para que toda a banda fosse ouvida, sendo seu instrumento um guia, não um tirano. No curso, ele estimula os alunos a praticarem a pausa nas consultas, contando mentalmente dez segundos após o paciente terminar uma frase antes de dizer algo. Já para cultivar o senso de conjunto (ou “ensemble”, como gostam os jazzistas), pede-se aos médicos que passem duas semanas utilizando frases começando com “O que eu estou entendendo do que você me diz é…” em todas as consultas, a partir daí percebendo quando ela se aplica melhor ou não.
De minha parte, não tenho dúvida que deixar espaço para os pacientes e estimular o senso de conjunto é muito produtivos para a conexão entre médico e paciente. Improvisar não significa tomar as decisões de forma desleixada ou irresponsável: ao contrário, tanto na música como na medicina o improviso adequado só é possível quando há uma sólida base de conhecimento sobre a qual se possa criar. Mas estar aberto para improvisar caminhos que só surgem na interação - e que por isso são diferentes a cada apresentação ou a cada consulta - pode transformar a técnica em arte."
[…]
Um dos artigos que inspirou o post de Daniel M. Barros pode ser lido aqui:


Sep 18, 2010

...acne, imagem, depressão e...


A importância da imagem corporal na adolescência é muito grande. Hoje como há meio século (como ilustra o anúncio de 1965 acima reproduzido). O DN noticiou ontem (aqui) os resultados de um estudo baseado numa amostra de perto de 4000 adolescentes da Noruega entre os 18-19 anos. O resumo e referências do artigo original publicado no Journal of Investigative Dermatology , (16 September 2010) pode ser lido no fim deste post.

Esse estudo conclui pela associação entre depressão e pensamentos em por fim à vida e o acne. Acrescento que esta questão da associação entre o acne e a depressão e  suicídio nos adolescentes está desde há anos também relacionada com o uso de determinados fármacos anti-acne (que foram proibidos em alguns países) sobre os quais existiam indícios de geral depressões. É o caso do ACCUTANE (da Roche) e do ISOTRETINOIN (a versão genérica do medicamento). Esta mesma questão é discutida numa outra notícia sobre o mesmo estudo e que pode ser lida online (aqui).
Pela importância "do poder da imagem e à relação dos jovens com o espelho" transcrevemos algumas declarações de especialistas contactados pela jornalista Ana Bela Ferreira:
Psicólogo João Balrôa:
"O rosto é fundamental na comunicação humana e é importante sentir que o outro gosta da nossa presença. E, neste caso, o acne pode causar impressão no outro e essa sensação tem um grande impacto nos adolescentes". "o importante é o adolescente ter alguém que lhe dá valor e ajuda a secundarizar problemas". "Deve dar-se esperança ao jovem, até porque sabemos que o suicídio acontece quando as pessoas perdem a esperança"
Psiquiatra e ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia (SPS) Carlos Braz Saraiva:
"A imagem tem um papel importante na sociedade actual e os problemas ganham maior dimensão se forem na face"
Presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, Manuel Marques Gomes:"Está provado é que o acne é um dos problemas que pode aumentar a percentagem de suicídio, mas não é causa única"



Referência
Suicidal Ideation, Mental Health Problems, and Social Impairment Are Increased in Adolescents with Acne: A Population-Based Study
Jon A Halvorsen, Robert S Stern, Florence Dalgard, Magne Thoresen, Espen Bjertness and Lars Lien
Journal of Investigative Dermatology , (16 September 2010)
doi:10.1038/jid.2010.264

"RESUMO: (tradução livre do inglês)
Foi efectuado um estudo seccional baseado num questionário para aprofundar o conhecimento da relação entre os pensamentos suicidas, problemas de saúde mental e de socialização e o acne grave entre adolescentes com 18-19 anos. 
Foram convidados a participar 4.744 jovens e 80% (3.775) participaram. No conjunto, 14% dos inquiridos declararam ter muito ou muitissimo acne. Comparando os que declararam ter muitissimo acne e e aqueles que declararam ter pouco ou nenhum acne, os pensamentos suicidas ocorrem o dobro das vezes no caso das raparigas (25.5 vs 11.9) e são três vezes mais frequentes nos rapazes (22.6 vs 6.3). Os pensamentos suicidas estão associados estatisticamente ao acne também quando se adopta um  modelo de análise multivariável em que se controla os sintomas de depressão a etneia e o rendimento familiar. 
Estão também associados, os problemas de saúde mental, avaliados pelo questionário Strengths and Difficulties Questionnaire, fraca ligação aos amigos, fraco desempenho escolar, inexistência de uma relação amorosa e nunca ter tido uma relação sexual. O acne surge normalmente na adolescência e está associado a problemas sociais e psicológicos. Factores negativos incluindo ideias suicidárias e depressão que têm sido associadas com as terapias para o tratamento do acne podem afinal ser resultantes do próprio acne."

fotografia flickr cc (aqui) ; imagem: anúncio a creme de combate ao acne (1965)

Aug 29, 2010

..."Tenho que perder peso para que alguém ...

...se sinta atraído por mim!". "Não posso engordar senão ele...".

Estes e outros pensamentos semelhantes não sei quantas vezes ocorrerão às jovens e mulheres  que sofrem de anorexia. Também não sei se pensamentos similares não desencadeiam a vontade de uma dieta drástica que se pode transformar com o tempo  numa doença grave ...Mas não sabendo cientificamente, tenho a intuição que serão frequentes.

Também por isso é que "eles" (amigos, namorados, pais, irmãos, maridos, professores, treinadores, colegas, etc.) são tão importantes no processo de recuperação.

Transcrevo um comentário recebido de um Anónimo em relação  a um post de há uns meses atrás:

"Se é permitido um comentário masculino (teremos decerto muitas culpas nestes processos que condicionam o padrão de beleza), a Crystal fica muito mais atraente e sensual com uns quilinhos a mais ..."

fotografia flickr cc aqui

Dec 11, 2009

>> anorexia masculina, oculta e desconhecida

A anorexia masculina é muito pouco conhecida e as estatísticas existentes são (ainda mais) raras que as referentes às mulheres. Imagine um rapaz que receia estar com um distúrbio alimentar e telefona para um serviço de apoio a marcar uma consulta. Pode acontecer perguntarem-lhe 'quem é a familiar com o problema? . Imagine que procura informação na net e encontra sites informativos vários em que sem ser referindo o sexo masculino ou feminino apenas se fala de 'as doentes', 'elas', 'as jovens'. Imagine que procura informação sobre os sintomas associados à anorexia nervosa e encontra uma listagem que, sem destinguir sexo feminino ou masculino, indica que um sintoma é a perda de menstruação (sim é possível encontrar isso!). Imagine que sendo um homem com orientação heterosexual encontra a doença caracterizada como sendo associada a comportamentos homosexuais. Imagine que consulta o 'Catálogo' das doenças mentais, o DSM (5 páginas em relação à ANOREXIA NERVOSA em português , aqui, obtidas neste site) também aí não ficaria completamente esclarecido, mais, poderia até encontrar razão para 'ter vergonha' da doença.
A ANOREXIA NERVOSA MASCULINA é muito desconhecida: Porque é que as doenças do comportamento alimentar são muito menos frequentes no sexo masculino que no sexo feminino? Existem múltiplas hipóteses mas as respostas ainda estão em aberto.
A ANOREXIA NERVOSA MASCULINA encontra-se oculta: Para além disso, existe possivelmente uma subestimação do número de indivíduos afectados, porque, no caso dos homens, os sintomas são mais facilmente ocultados ou aceites socialmente.
Texto original em inglês, seguinte encontrado (aqui) e parcialmente reproduzido abaixo:"Apesar dos valores habitualmente aceites [ para os Estados Unidos] sejam os da National Eating Disorders Association (NEDA) que indicam que 10% dos 10 milhões de doentes norte americanos com transtornos alimentares são do sexo masculino, em 2007 um estudo dea Universidade de Harvard , envolvendo 3.000 participantes do sexo masculino e feminino mostrou que quase 25% dos casos de anorexia e bulimia ocorrem em homens e que 40 % dos comedores compulsivos [no original: binge eaters] são do sexo masculino.
Enquanto a maioria das pessoas sabe da prevalência da anorexia nervosa, bulimia e compulsão alimentar nas jovens e mulheres, poucas reconhecem que os jovens e homens sofrem com igualmente desses transtornos alimentares. Uma razão para a falta de atenção em relação aos transtornos alimentares nos homens, de acordo com um médico norte-americano [Kennington], é que essas doenças são mais facilmente camufladas neles que nelas. Enquanto as mulheres fazem por vezes dietas extremas que abrem caminho a um distúrbio alimentar, o que pode levantar suspeitas por parte da família e dos amigos, os homens geralmente concentram-se em fazer exercício físico excessivo, o que pode parecer aos outros uma prática enganosamente saudável. "Um homem que pratica exercício intenso [na 'malhação' no Brasil] duas ou três horas por dia pode ser considerado como sendo apenas alguém 'disciplinado' ou ‘em fitness’ [a 'abater os pneus' em Portugal], e pode não chamar a atenção da mesma forma que uma mulher que se recusa a comer ou com um aspecto esquelético". "Na verdade, um homem magro e musculoso suscita geralmente comentários positivos e elogios pelo seu corpo, o que faz com que o seu comportamento auto-destrutivos aparenta ao doente ‘valer a pena’.
Outro aspecto que dificulta a identificação e diagnóstico de transtornos alimentares no sexo masculino é o facto dos critérios de diagnóstico para os transtornos alimentares serem basicamente concebidos para as mulheres. Por exemplo, a amenorréia (perda de menstruação, 'período' ou 'regras'), é um dos critérios de diagnóstico para a anorexia nervosa que claramente exclui os homens. Um estudo recente do Rhode Island Hospital e da Brown University, sugere que os critérios do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, o DSM-IV [Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, publicado pela American Psychiatric Association] na parte referente aos transtornos alimentares tem uma utilidade clínica limitada, existindo recomendações dos investigadores para alargar os critérios para a bulimia, anorexia e transtorno de compulsão alimentar, o manual de diagnóstico [DSM-IV] [*]não é adequado aos milhares de homens com transtornos nos comportamentos e hábitos alimentares. "Porque o material de diagnóstico nem sequer trata as especificidades do doente do sexo masculino com transtornos alimentares, tais como alterações nos níveis de testoesterona ou perda do desejo sexual, o DSM-IV, de uma certa forma pode ser um veículo de vergonha", afirma Kennington. "Alguns homens vêem aspectos que não lhes são aplicáveis e simplesmente fecham o livro."
Desse manual DSM-IV, as páginas referentes à ANOREXIA NERVOSA ( aqui, em português, na lista de documentos deste blogue)
[*]Pelo blogue da Vanessa Mardsen fiquei a saber que a nova edição do manual, a DSM-V (esse manual vai sendo actualizado) teve a edição adiada até Maio de 2013.
2 comentários, interrogações e afins:

Vanessa Marsden disse...
Ola ex-ana!
Muito legal este post sobre a anorexia masculina. Ainda 'e um assunto muito pouco debatido. Lembrei-me de um cantor americano, lider da banda Silverchair que lutou muitos anos contra a anorexia. Nao sei se sabias da historia. A banda foi muito conhecida uns 7 anos atras.
Abracos!
12 de Dezembro de 2009 10:35
ex ana disse...
Obrigada Vanessa pelo comentário e pela informação sobre o lider dos Silverchair.(*) A anorexia masculina para mim é muito importante por duas razões. Uma negativa porque os doentes que para além da anorexia nervosa podem acrescentar o estigma de ser uma 'doença de mulheres'e existirem tratamentos 'formatados' para mulheres.Outra positiva, porque - e posso estar errada mas já tenho visto referências nesse sentido- em termos de investigação podem fornecer chaves para um melhor conhecimento (e tendencialmente tratamento!) da doença. Há estudos de gémeos que mais tarde irei referir.
Mais uma vez obrigada pelo comentário e dica.
(*) Vou voltar caso, encontrei a notícia numa revista Rolling Stones de 1999 http://www.rollingstone.com/artists/silverchair/articles/story/5921593/silverchair_frontman_reveals_battle_with_anorexia

Sep 20, 2009

>> Testemunho (em inglês)



O testemunho pode ser lido (aqui) na página da organização norte americana NEDA .

May 9, 2009

anorexia no masculino

Encontrámos aqui um texto interessante que refere a raridade da investigação sobre resultados terapêuticos na anorexia nervosa e ue : "Os homens representam apenas cerca de 10% dos casos de perturbações do comportamento alimentar, sendo esta discrepância associada ao género das mais acentuadas em Psiquiatria e em Medicina. [...]Compreender as causas da menor incidência destas perturbações nos homens pode vir a fornecer pistas úteis para a diminuição do risco nas mulheres quanto à vulnerabilidade do sofrimento culturalmente induzido sobre as formas corporais ideais.
Depoimento de um jovem
aqui