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Oct 7, 2009

>> Brigitte: negócios e 'mulheres reais' ...

A mais vendida 'revista feminina' alemã, a Brigitte, tomou (ou vai tomar) uma iniciativa que está a ser noticiada há alguns dias. Como campanha de marketing já provou ser eficaz. Informam que a partir de 2 de Janeiro (reparem a subtileza do anúncio prévio a lembrar uma campanha há anos para lançar a coca-cola com diferente gosto...) passarão a usar mulheres reais em vez de modelos.
O texto on line (ver abaixo) é de um pretenso feminismo hipócrita! Descobriram, assim, da noite para o dia que havia mulheres reais!
Para além do debate on-line no site da própria revista já com mais de uma centena de opiniões ( "resolveram cortar nos custos, pois as vendas estão a descer") uma notícia num jornal inglês o Guardian, pode ler-se:
"No que é visto como uma tentativa de eliminar o "tamanho zero" a editora da revista diz que vai passar a usar mulheres com estatura normal ( já aqui reportámos a posição contrária ao tamanho zero por parte da directora da revista Vogue). "Vamos deixar de trabalhar com modelos a partir de 2010" disse Andreas Lebert editor chefe da Brigitte, acrescentando que vai abandonar os retoques usando o Photoshop. Diz que o fez para responder aos protestos dos leitores que diziam não corresponderem as imagens às mulheres reais. "Hoje o peso das modelos está cerca de 23% abaixo do peso de uma mulher normal. Toda a indústria de modelos é uma indústria de anorexia" disse Andreas. Acrescentou ainda que a revista está à procura de mulheres que tenham a sua própria identidade. Podem ser jovens estudantes brilhantes, empresárias, músicas ou futebolistas [ a lista exemplificativa é curta convenhamos]. Quer um misto de mulheres conhecidas e completamente desconhecidas. E dizem que até vão pagar o mesmo que às anteriores modelos [perguntamos: ou às agências?].
Do outro lado do NEGÓCIO, a reacção não se fez esperar. Louisa von Minckwitz, a proprietária da agência alemã Louisa Models onde
os modelos são de tamanho 36 (UK 10) tendendo para o modelo 34 (UK 8) afirma que não tem dúvidas de que "os leitores querem de facto comprar uma revista em que as roupas sejam vestidas por pessoas bonitas, elegantes e simpáticas"
Perguntamos nós será que a dita negociante (perdão, empresária) proprietária da agência de modelos conhece a probabilidade de haver seres humanos adultos E SAUDÁVEIS que usem tamanho 36, a tender para o 34?]
Imagem: capa de uma outra revista feminina, a Harper's Bazaar dos anos 50.
****

Citando a revista, texto on-line (tradução livre e possível do alemão; original disponível aqui):

"Porque a beleza tem muitas faces a Brigitte tomou resolveu lançar a iniciativa “Sem Modelos” . A partir de agora todas as fotografias que aparecerão na revista não serão fotografias de modelos, mas de mulheres como vocês e como nós. Convidamos a juntar-se a nós.
A moda mudou.
As mulheres mudaram.
O nosso mundo está diferente.


A partir de hoje [ou de 2 de Janeiro de 2010?] todas as fotografias da moda à beleza dos estilos de vida ao ginásio não serão feitas com modelos mas sim com mulheres comuns.
Porque as mulheres não precisam de procuração.
Porque elas podem ser exigentes.
Porque a roupa/moda não é hoje uma questão de tendências, mas sim de personalidade.
Porque queremos criar novos olhares na passarela, nas ruas, nas escolas, nos palcos , no cinema, no café da esquina.
Porque queremos mostrar no futuro moda e beleza das mulheres que não estão sujeitas às leis, muitas vezes perversas dos negócios, mas as suas vidas reais.
Porque não há nada melhor do que as MULHERES.
Convidamos a leitora a participar.
Se quiser, clique aqui. Esperamos por si.
Sem Modelos
Uma iniciativa de Brigitte" (fim de citação)

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