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Feb 18, 2010

>> Factores socio-culturais e psico-sociais dos distúrbios alimentares

Do artigo on line
de Stéphanie Oliva Marcon - Equipe SIS.Saúde
transcreve-mos abaixo um excerto [negritos nossos] :
(...)
No que tange aos fatores socioculturais, os autores Stice et al. (1994) e Espindola e Blay (2006) identificaram que o contexto sociocultural é parte integrante dos fatores que constituem a gênese dos transtornos alimentares. De acordo com eles, para os povos ocidentais, o corpo magro é sinônimo de competência, sucesso, autocontrole e atratividade. Nas pessoas com anorexia e bulimia, o imaginário é invadido por esse discurso, passando a ter uma intensidade que, mais do que a simples beleza, tornar-se magro seja um ideal de personalidade.
Além dos aspectos levantados acima, o fato de haver um número crescente de relatos de transtornos alimentares em países em desenvolvimento e em diferentes etnias, indica a relação significativa existente entre o papel da mídia e da urbanização na predisposição à doença. A urbanização implica numa maior exposição das pessoas ao ideal de magreza transmitido pela mídia (HOEK et al., 1995; NASSER, 1994; NEGRAO e CORDAS, 1996). Estudo realizado por Hoek (1995) sugere ainda que o grau de urbanização esteja mais relacionado à bulimia que à anorexia.
Referente aos fatores psicossociais, Haslan et al. (2008) constataram que pessoas com bulimia, e em menor grau com anorexia, tiveram um modelo de criação que tendeu a ignorar ou punir a comunicação e a emoção da criança, sendo referido especialmente o modelo paterno. Segundo Linehan (1993), se a criança cresce em um ambiente onde sua experiência é ignorada, ela não aprende a classificar adequadamente seus sentimentos e a tolerar a ansiedade, conduzindo a um desajuste emocional que repercutirá em seu comportamento.
(...)

ESPINDOLA, C. R.; BLAY, S. L. Bulimia e transtorno da compulsão alimentar periódica: revisão sistemática e metassíntese. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, v. 28, n. 3, pp. 265-275, 2006.
HASLAM, M. et al. Invalidating childhood environments in anorexia and bulimia nervosa. Eating Behaviors, v. 9, n. 3, p. 313-318, 2008.
HOEK, H. W. et al. Impact of urbanization on detection rates of eating disorders. Am J Psychiatry, v. 152, n. 9; pp. 1272-8, 1995.
LINEHAN, M.M. Cognitive–behavioral treatment of borderline personality disorders. Nova York: Guilford, 1993.
NASSER, M. Screening for abnormal eating attitudes in a population of Egyptian secondary school girls. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol., v. 29, n. 1, pp. 25-30, 1994.
NEGRAO, A. B; CORDAS, T. A. Clinical characteristics and course of anorexia nervosa in Latin America, a Brazilian sample. Psychiatry Res., v. 62, n. 1, pp. 17-21, 1996;
STICE, E. et al. Relation of media exposure to eating disorder symptomatology: an examination of mediating mechanisms. J Abnorm Psychol, v.103, n. 4, pp. 836-40, 1994.

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