Como já aqui
escrevi várias vezes, com base na minha experiência, as doenças de distúrbio
alimentar ou transtorno alimentar (TA) estão associadas à alimentação, mas o
problema essencial não está no prato…são doenças mentais. Claro que para recuperar é
necessário retomar uma alimentação saudável, claro que muitos dos sintomas
passam pela alimentação (abandonar as práticas de não comer ou comer compulsivamente), mas insisto, o
problema não está no prato.
Muitas vezes se
pergunta: alguém doente com anorexia tem fome? A resposta pode ser sim ou não.
Pode ter fome - eu acho que tem sempre - só que algures no cérebro são enviadas
mensagens para ‘controlar’ essa fome. Por outro lado, e isto é frequente no período
de recuperação, recomeçar a comer normalmente pode gerar nos primeiros tempos
dores de estômago (ou mesmo uma sensação de que o corpo ‘não quer comer’). Por
isso se alguém em recuperação vos disser ‘se comer dói-me a barriga’ pode não
ser ‘fita’. Contudo, no caso da anorexia sem comer mais, sem ganhar um peso
mínimo recomendado, a recuperação é impossível.
E será que há uma ‘fome’
ou várias fomes?
Não me estou a referir à fome enquanto flagelo mundial: 925
milhões de pessoas no mundo não comem o suficiente para serem consideradas
saudáveis. Isso significa que uma em cada sete pessoas no planeta vai para a
cama com fome todas as noites. (Fonte: FAO, 2012). Mais informação aqui: https://www.fao.org.br/oqvpssf2012.asp
Estou a referir-me à ‘fome’
sentida por quem sofre de um Transtorno Alimentar. No blogue recoveringanorexic
a autora identifica 5 tipos de fome pois
acha que a podem ajudar a combater a doença. No essencial concordo com essas categorias. O post original com a definição de
cada um dos tipos de fome pode ser lido aqui.
Fome normal ou média
Fome intensa com
impulsos e desejos
Fome extrema, com
queda de açúcar no sangue
Fome emocional
Desejo compulsão / fome falsa
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