O filme Afterschool Depois das Aulas que julgo ter sido apenas exibido num cinema em Lisboa vai ser vendido com o jornal Público do próximo sábado. Reproduzimos novamente um post anterior sobre ele.
Um filme que se passa entre jovens (num colégio dos Estados Unidos) mas em que não há lugar à alegria ou à bondade. Onde violência verbal e psicológica entre os alunos é permanente. A mentira. A mentira a impregnar as relações entre todos. A ausência de comunicação paradoxalmente num mundo em que os meios de comunicação são tecnologicamente cada vez mais poderosos. A Internet e o Youtube desempenham um papel essencial na história.
Uma crítica do NYT (em inglês) e trailers aqui. A crítica no jornal Público por Luís Miguel Oliveira, pode ser lida integralmente aqui . Extracto:
"Não fosse Antonio Campos um miúdo de 26 anos [nota: o realizador tinha 24 anos quando fez o filme] e "Depois das Aulas" podia ser a ilustração do pesadelo de um pai que se tivesse deitado com uma súbita inquietação sobre "o que é que os miúdos andarão a fazer". Mais vale nem saber, e na verdade pai nenhum em "Depois das Aulas" sabe muito bem coisa alguma - estão longe, são uma voz ao telefone ou, no momento em que "Depois das Aulas" efectivamente deixa entrar os pais, são uma presença assarapantada na sequência de um momento traumático, e continuam sem ver ou perceber coisa alguma. O que não impede, e pelo contrário reforça, que o pesadelo lá esteja (e não só como força de expressão: o filme acaba com uma "interrupção" mais do com um "fim", abruptamente como nos pesadelos que ficam a fracções de segundo de um clímax horroroso). Tem é que ser visto dos dois lados: o que os miúdos andam a fazer é inquietante, mas não o é menos o que se anda a fazer aos miúdos. "Depois das Aulas" também é, e de que maneira, um filme sobre esta inquietação (cont ).
Deixo também os comentário de Catarina, Nazaré e João da página do Público (note: se este post receber comentários, irei passá-los posteriormente para o corpo do post):
14-01-2010, Catarina
Para quando este filme no Porto (e já agora, no resto do País)?
Estou ansiosa por ver este filme desde que li sobre ele no Ípsilon. Tenho a sorte de viver no Porto e de por isso ter acesso a muitos dos filmes que provavelmente nem sequer estreiam noutras localidades. Desta vez, nem ao Porto chega? Como se justifica tamanha centralização?
Para quando este filme no Porto (e já agora, no resto do País)?
Estou ansiosa por ver este filme desde que li sobre ele no Ípsilon. Tenho a sorte de viver no Porto e de por isso ter acesso a muitos dos filmes que provavelmente nem sequer estreiam noutras localidades. Desta vez, nem ao Porto chega? Como se justifica tamanha centralização?
02-01-2010, Nazaré
A escola dos meninos ricos perto de Nova Iorque, onde uns são mais ricos que outros. No mesmo quarto, dois rapazes que são em tudo o oposto um do outro. O do beliche de cima, que atura os abusos do outro, que tem pais menos ricos, é a testemunha acidental duma tragédia que põe em causa toda a lógica bem-pensante das classes dominantes. Aparentemente um auto-retrato do realizador-argumentista, protagoniza um momento memorável, que é a realização do vídeo memorial para a escola. O contraste com a outra versão só por si vale a pena. Também aqui se explora muito bem o confronto entre adolescentes a despertarem para o mundo dos adultos e esse mesmo mundo que continuamente lhes mente. A hipocrisia do reitor, a traição do psicólogo, os patéticos pais das gémeas, um desfile abjecto.
08-10-2010, João
Afterschool - Depois das AulasDe uma pobreza atroz! “The Blair Witch Project” sem a correria (1)
Um estudante adolescente, durante a captação de imagens para um vídeo escolar, filma a morte por overdose de duas das mais atraentes e invejadas colegas. O vídeo terminado em memória das colegas torna evidente que as vidas dos estudantes ricos e dos seus pais é um vazio. No final outra equipa faz nova montagem mais aceitável. No processo o estudante tem a sua primeira aventura sexual. Os meios de produção são pobres, há imagens com sobreexposição, desenquadradas, sem som ou com ruído de fundo. Ainda seriam admissíveis no vídeo que o estudante está a filmar mas não no filme assim. Torna-se extremamente penoso aguentar 107m. Parecem 180m!
Um estudante adolescente, durante a captação de imagens para um vídeo escolar, filma a morte por overdose de duas das mais atraentes e invejadas colegas. O vídeo terminado em memória das colegas torna evidente que as vidas dos estudantes ricos e dos seus pais é um vazio. No final outra equipa faz nova montagem mais aceitável. No processo o estudante tem a sua primeira aventura sexual. Os meios de produção são pobres, há imagens com sobreexposição, desenquadradas, sem som ou com ruído de fundo. Ainda seriam admissíveis no vídeo que o estudante está a filmar mas não no filme assim. Torna-se extremamente penoso aguentar 107m. Parecem 180m!
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