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Sep 3, 2011

..."Atitudes e comportamentos alimentares em uma população adolescente portuguesa" (artigo científico 2011)

Foi publicado recentemente por uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina Universidade de Coimbra  um artigo na Pediatria (São PaPaulo) 2011;33(1), p. 21-8 que pode ser lido integralmente aqui que apresenta os resultados de um estudo sobre os transtornos do comportamento alimentar (TCA) baseado num inquérito realizado a 997 jovens entre os 14 e os 20 anos vivendo em Coimbra e em Cantanhede. A escolha dessas duas localizações permitiu comparar confrontar uma zona rural com uma zona urbana.É o primeiro estudo que aplica em Portugal o teste de atitudes alimentares. A prevalência global é de 4% (5,9% nas raparigas).

Atitudes e comportamentos alimentares em uma população adolescente portuguesa
Carmen Bento1, Jorge Manuel Tavares Saraiva2, Ana Telma Fernandes Pereira3, Maria Helena Pinto Azevedo4, António João Ferreira Macedo e Santos5; 1Mestre; Assistente Convidada de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra;2Doutor; Professor Associado Convidado com Agregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; 3Doutora; Investigadora Auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra;4 Doutora; Professora Catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra;5Doutor; Professor Associado com Agregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
RESUMO
Introdução: Os transtornos do comportamento alimentar (TCA) têm aumentado nas últimas décadas. Um dos principais motivos para esse aumento é a pressão sociocultural exercida sobre os adolescentes, que consideram a magreza como um sinal de perfeição e beleza. Devido a essa pressão, muitos jovens adquirem comportamentos alimentares inadequados, e um pequeno número de indivíduos desenvolve TCA.
Objetivos: Identificar as atitudes e comportamentos alimentares em uma população de adolescentes, de duas localidades portuguesas (Coimbra - meio urbano e Cantanhede - meio rural), e verificar se existiam diferenças quanto à localização geográfica de residência dos jovens, ao sexo, à idade e ao índice de massa corporal (IMC).
Métodos: Estudo epidemiológico, transversal, descritivo e de correlação. O instrumento utilizado foi a versão Portuguesa do Teste de Atitudes Alimentares-25 (TAA-25). Resultados: Obtivemos 997 inquéritos válidos. As idades situaram-se entre os 14 e os 20 anos (média = 16,38; desvio padrão (DP) = 1,19). Um total de 86,6% tinham IMC dentro dos valores normais para a idade. Encontramos atitudes e comportamentos alimentares mais inadequados no sexo feminino, na cidade maior, mas não no grupo de jovens com o IMC mais elevado.
Conclusões: A prevalência de atitudes e comportamentos alimentares disfuncionais foi baixa (4%). Foram mais frequentes no sexo feminino e nos que vivem em ambiente urbano, mas não nos adolescentes com IMC mais elevado. Consideramos interessante este último resultado, que contrasta com a restante literatura quanto ao fato de que os comportamentos alimentares disfuncionais são mais frequentes nos adolescentes com IMC mais elevado."
Da discussão:
"Este estudo é o primeiro do nosso país em que foi aplicada a versão abreviada do versão Portuguesa do Teste de Atitudes Alimentares-25 (TAA-25) em uma população geral adolescente. Os resultados confirmam a já conhecida presença de atitudes e comportamentos alimentares disfuncionais em estudantes do ensino secundário, principalmente no sexo feminino. Usando-se como ponto de corte o valor 19, verificamos que 40 alunos (4%) apresentaram atitudes e comportamentos alimentares com elevada probabilidade de serem disfuncionais (5,9% das raparigas e 1,7% dos rapazes). Estudos em países não ocidentais usando a versão abreviada do TAA revelam que a prevalência de atitudes alimentares disfuncionais situa-se entre os 4,6 e 20%, enquanto que, em países ocidentais, situa-se entre os 7,5 e 30%."

Imagem: Woman stencil, Lisbon flickr cc aqui

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