
cada Sorriso um Recomeço
interrogações e testemunhos sobre ANOREXIA e BULIMIA para quem se esqueceu e não se esqueceu delas...
Navegar na Net para adoecer? Como referimos no post anterior, foi realizado há cerca de 3 anos um estudo por investigadores da universidade norte americana Stanford University School of Medicine em colaboração com o Lucile Packard Children's Hospital sobre a influência da Internet sobre a anorexia e a bulimia nos jovens. Um artigo sobre esse estudo pode ser encontrado (aqui nos documentos deste blogue) e também na revista Pediatrics da American Academy of Pediatrics' e dele daremos conta mais detalhada em próximo post.
Existem na Internet diversos sites que abordam a anorexia e a bulimia. Sites informativos específicos (por exemplo em Portugal o site da AFAAB) ou outros gerais sobre nutrição ou psiquiatria que também referem o assunto. Existem também inúmeras páginas ou blogues de pessoas que possuem experiências (passadas, presentes; na primeira pessoa, de amigos ou familiares, etc) em relação á anorexia e/ou bulimia. É o caso deste que está a ler, que é de uma ex anoréctica. São sites que muitas vezes relatam vivências negativas, mas que não incitam a ficar doente, pelo contrário ao relatarem a luta contra a doença podem ajudar quem procura recuperar-se. Mas há também casos em que os próprios doentes, depois de recuperados preferem afastar-se da Internet e dos sites que criaram enquanto doentes pois a anorexia passou a fazer parte do passado (essa situção é indicada por um colectivo que escrevia aqui no Disordered Times).
No semanário Expresso de hoje (19 de dezembro 2009) as páginas 20 e 21 do primeiro caderno são ocupadas com a anorexia masculina. O texto é de Cristina Bernardo Silva e as fotografias de Rui Duarte Silva (com excepção de duas de um doente norte americano retiradas da Internet). São apresentados três testemunhos, de D. de 15 anos, 'Rodrigo' de 19 anos e 'Jorge' de 20 anos.Transcrevemos as declarações publicadas na primeira pessoa. São raríssimos os testemunhos masculinos sobre a anorexia. Parabéns aos três por terem tido a coragem de expor a sua experiência e à jornalista por ter sido capaz de obter esses testemunhos. Sobre as dificuldades especiais de diagnóstico e tratamento nos rapazes e homens, ver mais neste blogue aqui.
Encontrei esta informação sobre os resultados de um questionário on line efectuado por uma empresa, a Multidados (aqui), que obtever 3219 respostas. Este tipo de questionários apresenta problemas de representatividade, no entanto seguem alguns resultados, sugerindo grandes mudanças nesta época natalícia por vezes referida como a 'Festa da Família'.
Transcrevemos a entrevista da Dra. Isabel do Carmo do serviço de Endocrinologia do Hospital de St. Maria em Lisboa. Foi originalmente puclicada aqui.
A anorexia masculina é muito pouco conhecida e as estatísticas existentes são (ainda mais) raras que as referentes às mulheres. Imagine um rapaz que receia estar com um distúrbio alimentar e telefona para um serviço de apoio a marcar uma consulta. Pode acontecer perguntarem-lhe 'quem é a familiar com o problema? . Imagine que procura informação na net e encontra sites informativos vários em que sem ser referindo o sexo masculino ou feminino apenas se fala de 'as doentes', 'elas', 'as jovens'. Imagine que procura informação sobre os sintomas associados à anorexia nervosa e encontra uma listagem que, sem destinguir sexo feminino ou masculino, indica que um sintoma é a perda de menstruação (sim é possível encontrar isso!). Imagine que sendo um homem com orientação heterosexual encontra a doença caracterizada como sendo associada a comportamentos homosexuais. Imagine que consulta o 'Catálogo' das doenças mentais, o DSM (5 páginas em relação à ANOREXIA NERVOSA em português , aqui, obtidas neste site) também aí não ficaria completamente esclarecido, mais, poderia até encontrar razão para 'ter vergonha' da doença.
Publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria (Ago-2009) e disponível integralmente online (aqui) o artigo científico Perfectionism in obsessive-compulsive and eating disorders /Perfeccionismo no transtorno obsessivo-compulsivo e nos transtornos alimentares, tem como autores: Berta Rodrigues MaiaI; Maria João SoaresI; Ana GomesII; Mariana MarquesI; Ana Telma PereiraI; Ana CabralI; José ValenteI; Sandra Carvalho BosI; Michele PatoI; Fernando PocinhoIV; Maria Helena AzevedoI; António MacedoI IInstitute of Medical Psychology, School of Medicine, Universidade de Coimbra, Portugal IIDepartment of Educational Sciences, Universidade de Aveiro, Portugal IIIDepartments of Psychiatry and Behavioural Sciences, University Southern California, Los Angeles, USA IVPsychiatric Clinic, Hospital Universidade de Coimbra, Portugal
Vamos tendo notícias de sessões informativas sobre os distúrbios alimentares frequentemente promovidas por escolas, associação de pais, centros de saúde, e outras organizações. Nunca serão demais essas iniciativas. Esta ocorreu em Chaves no passado dia 30 de Novembro (aqui). Parabéns aos organizadores! Se conhecerem mais actividades similares enviem notícia para esqueciaana@gmail.com .
Abaixo transcrevo parte de uma entrevista dada à revista Activa à Jornalista Cristina Correia em 27 de Outubro de 2009. Toda a entrevista pode ser lida aqui 
Transcrevemos as declarações da psicóloga Ercília Duarte, coordenadora do Projecto Escola e Família em Santa Maria da Feira.
Saudamos a iniciativa e divulgamos:
Ter uma imagem distorcida do próprio corpo é várias vezes referido como um sintoma dos doentes anorécticos. Sentirem-se gordas/os mesmo quando o índice de massa corporal (IMC) está em níveis tão baixos que a vida se encontra em risco ( IMC, relação entre peso e altura que permite quantificar as situações de magreza ou obesidade). Os ossos espetam-se para fora da pele, mas mesmo assim os doentes acham-se 'veêm-se" gordos. Contudo, isso não é verdade para todos os doentes. Como foi divulgado em dois artigos de Novembro na revista Psychological Medicine podem existir também doentes que olhando para o espelho se apercebem de que estão muito magros, mas apesar disso não conseguem parar os comportamentos anorécticos.Eu fui uma delas pois estavam muito magra e via-me ao espelho magra (mas nunca 'suficientemente magra') mas recentemente, em contacto com outras doentes e ex-doentes apercebi-me que não fui excepção, elas também se viam magras ou esqueléticas ao espelho).Independentemente de estarmos ou não afectados por uma doença de comportamento alimentar, o que vimos no espelho depende de vários factores, como informam as notas seguintes etiradas do site espanhol STOP OBSESION . Para uma explicação mais detalhada sobre os padrões estéticos, pode ler-se (em espanhol) o artigo de Carmen Bañuelos Madera (aqui , no arquivo de documentos deste blogue; contributos e sugestões para or arquivo são mais que bem-vindos)
O texto seguinte tenta descrever o que são as chamadas vozes "negativas" ouvidas pelos que sofrem de Doenças do Comportamento Alimentar. Foi retirado do site pró-recuperação Something Fishy. Tratam-se de “vozes” no sentido figurado.
Foi publicado muito recentemente o estudo abaixo resumido e que recolheu informação junto de 382 estudantes portuguesas. Foram aplicados questionários internacionais (sobre perfeccionismo e sobre atitudes alimentares) . Apresentamos abaixo um resumo e recomendamos a leitura.(o texto em inglês pode ser lido na íntegra aqui)
Neto, foi colocado um post muito interessante e oportuno nesta época de 'festividades'. Recomendo a leitura aqui. Começa assim:
É uma má notícia mas é também um alerta para a mortalidade causada pela anorexia e bulimia. Porque sabemos que a doença ataca jovens com diferentes perfis. Alice Rae "tinha tudo para ser feliz" (diziam, dizem), era inteligente (e por isso devia pensar e agir correctamente, pensam), atingiu níveis muito elevados de excelência e de perfeição, era sociável tinha amigos e amigas, página no Facebook, tinha futuros promissores, etc.etc.etc.
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