O artigo pode ser lido na totalidade (aqui em pdf) e apresenta os resultados de um estudo que apesar de realizado numa escala pequena pode ser importante para o aperfeiçoamento das terapias associadas à anorexia. Destaco o aspecto de sentir-se 'como um todo' sem dicotomias sem 'vozes más' a perturbar o comportamento.
Das entrevistas efetuadas o processo de mudança (para a recuperação) foi influenciado pela tomada de consciência dos efeitos da anorexia. Citando: Na consciência das consequências e do contributo para o processo de mudança muitas mulheres referiram as perdas resultantas da anorexia como as perdas na vida académica e na amizade. Outras aperceberam-se de que a anorexia as impediu de alcançar determinados objetivos como começar ou terminar estudos universitários, casar ou ter filhos. Ter a consciência das consequências negativas da anorexia fizeram com que as mulheres concluissem que estariam melhor sem a anorexia. Muitas falaram em ser 'alimentadas pela anorexia' ou 'doentes de anorexia'.
Becoming ‘Whole’ Again: A Qualitative Study of
Women’s Views of Recovering From Anorexia Nervosa
European Eating Disorders Review, Volume 20, Issue 1, Article first published online: 10 MAR 2011
Jana Jenkins1y & Jane Ogden2*,z1Talking Therapies
(IAPT), Berkshire Healthcare Foundation NHS Trust, UK2Department of
Psychology, University of Surrey, UK,
RESUMO
"A investigação explora como as mulheres interpretam a recuperação da
Anorexia Nervosa (AN) . Foram efectuadas quinze entrevistas semi-estruturadas a
mulheres diagnosticadas com AN e que se auto-classificavam como estando
recuperadas ou em recuperação. Os dados foram analisados pela metodologia interpretative phenomenological analysis (IPA).
As mulheres da amostra definiam as respectivas experiências em três áreas genéricas:
ser anorexica; o processo de mudança (*) e estar recuperada. Para além destes temas
existiam uma série de dicotomias envolvendo a divisão entre corpo e mente, o
comportamento da anorexia e o conhecimento dos aspectos racionais e irracionais
da doença. Para além disso indicaram que a recuperação reflete o tempo em que
as diferentes components internas DEIXAM DE ESTAR DIVIDIDAS (maíusculas de
esqueciaana) e isso foi geralmente facilitado através de terapia e de
interacções que lhes permitiram encontrar formas de manifestar o desagrado sem
ser pelo corpo. A terapia deverá portanto facilitar o sentido de tornar-se
novamente ‘um todo’.
(*) Cinco aspetos são referidos e exemplificados com os testemunhos das mulheres inquiridas: (1) tratamento/recuperação um processo difícil(2) limitações da terapia (3) ajuda recebida da trerapia e das interrelações (4) gerir as emoções e (5) ter consciência das consequências
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