Navegar na Net para adoecer? Como referimos no post anterior, foi realizado há cerca de 3 anos um estudo por investigadores da universidade norte americana Stanford University School of Medicine em colaboração com o Lucile Packard Children's Hospital sobre a influência da Internet sobre a anorexia e a bulimia nos jovens. Um artigo sobre esse estudo pode ser encontrado (aqui nos documentos deste blogue) e também na revista Pediatrics da American Academy of Pediatrics' e dele daremos conta mais detalhada em próximo post.
Resumo desse artigo baseado em inquérito aos doentes e aos pais :
"OBJETIVO. O investigação tem por objective estudar os as páginas da internet pró doenças do comportamento alimentar ( Pro-eating disorder sites) que são geralmente comunidades virtuais de indivíduos que sofrem de transtornos alimentares, descrevem os seus comportamentos e incentivam-se mutuamente a prossegui-los e as páginas pró recuperação (Pro-recovery sites) que são em menor número que as primeiras [nota : verdade no caso dos sites em língua inglesa mas também verdade em Portugal, Brasil e Espanha ] que possuem uma perspectiva orientada para a recuperação. Este estudo piloto investigou o conhecimento e a utilização das páginas da Internet entre os adolescentes com doenças de comportamento alimentar DCA (anorexia nervosa e bulimia) e também os respectivos pais, explorando as associações com o estado de saúde e a qualidade de vida.
AMOSTRA E MÉTODOS. Estudo realizado a 698 famílias de doentes (com idades entre os 10-22 anos) com diagnóstico de um transtorno alimentar, em Stanford (Estados Unidos) entre 1997 e 2004. Foram enviados pelo correio e anonimamente inquéritos e também foram distribuídos no hospital. As perguntas do questionário eram sobre: a gravidade da doença, o estado de saúde, o uso dos sites e o conhecimento pelos pais da utilização desses sites.
AMOSTRA E MÉTODOS. Estudo realizado a 698 famílias de doentes (com idades entre os 10-22 anos) com diagnóstico de um transtorno alimentar, em Stanford (Estados Unidos) entre 1997 e 2004. Foram enviados pelo correio e anonimamente inquéritos e também foram distribuídos no hospital. As perguntas do questionário eram sobre: a gravidade da doença, o estado de saúde, o uso dos sites e o conhecimento pelos pais da utilização desses sites.
RESULTADOS. O questionário doentes e pais: Inquéritos foram devolvidos por 182 indivíduos: 76 pacientes e 106 pais.
Os pais: Cerca de metade dos pais (52,8%) tinham conhecimento dos sites pró-doenças do comportamento alimentar (pró-DCA), os restantes não sabiam se os seus filhos visitaram estes sites, e apenas 27,6% os tinham discutido com os filhos. A maioria dos pais (62,5%), porém, não tinha conhecimento de sites pró-recuperação.
Os jovens doentes: 41% dos doentes tinham visitado sites pró-recuperação, 35,5% tinham visitado sites pró-DCA, 25,0% visitaram ambos os tipos de site. Cerca de 48,7% declararam não ter visitado nenhum. Quase todos (96%) declararam ter aprendido técnicas de perder peso[doentiamente acrescentamos] ou vómito (purgação) ao visitar os sites pró-DCA. No entanto, quase metade (46,4%) dos visitantes do site pró-recuperação também declararam ter aprendido novas técnicas [nota de ex-ana: este é um resultado não completamente surpreendente, uma vez que os sites pro recuperação também descrevem os comportamentos dos doentes nomeadamente na informação aos pais e educadores]. Comparando os utilizadores e os não utilizadores dos sites pró-DCA verificou-se que não eram substancialmente muito diferentes quanto ao estado de saúde. Contudo, o grupo dos visitantes dos sites pró-DCA relatou gastar menos tempo na escola ou no trabalho escolar e a duração da doença ser mais longa. Os utilizadores dos sites pró-DCA e dos sites pró-recuperação tiveram mais internamento do que os que declararam não visitar nenhum site. [nota de ex-ana: deduzir destes resultados uma situação de cause efeito não é feito, nem poderia sê-lo pelos investigadores]
CONCLUSÕES. A visita às páginas pró-DCA foi prevalente nos adolescentes com doenças do comportamento alimentar, mas os pais tinham pouco conhecimento desse facto. Apesar do uso desses sites não poder ser associado ao estado de saúde, esse uso pode ter um impacto negativo na qualidade de vida e resulta em aprendizagens de comportamentos alimentares doentios negativos por parte dos adolescentes.
Fonte do texto que pode ser lido na integra (em inglês) (aqui no mini arquivo deste blogue) título original do artigo: Surfing for Thinness: A Pilot Study of Pro–Eating Disorder Web Site Usage in Adolescents With Eating Disorders [Navegando na Net para emagrecer : um estudo Piloto da utilização pelos doentes de comportamento alimentar (DCA) de sites pro-DCA] Autores: Jenny L. Wilson, BAa, Rebecka Peebles, MDa, Kristina K. Hardy, PhDb, Iris F. Litt, MDa,c aDivision of Adolescent Medicine, Department of Pediatrics, Stanford University School of Medicine, Mountain View, California; bDepartment of Psychiatry, Duke University Medical Center, Durham, North Carolina; cRobert Wood Johnson Clinical Scholars Program, Stanford, California Revista: PEDIATRICS Volume 118, Number 6, December 2006
Imagem:romeu e julieta cibernautas?
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