Encontrámos este testemunho (integral aqui na revista Marie Claire, globo Brasil, entrevista a Fernanda do Valle autora de um livro sobre a anorexia pela jornalista Letícia González). As imagens- com mais e menos photoshop mostram capas recentes da revista Marie Claire em quatro países e ilustram a adaptação aos diferentes contextos/mercados (?, Rússia, França, Índia )"Fernanda hoje, pesando 10 quilos a mais que em 2008, conta em livro o drama que viveu Prestes a completar 30 anos, a turismóloga Fernanda do Valle desencadeou um pico do distúrbio que a acompanhava desde a adolescência. Por conta de um conselho médico que limitava sua dieta, simplesmente parou de comer. O problema cresceu na proporção inversa dos números na balança. Quanto mais emagrecia, mais pensava “só outro quilo a menos”. Até que, depois de uma primeira internação e a certeza de que controlava seus impulsos, teve um colapso que quase lhe custou a vida. Em “Eu, ele e a enfermeira...na luta contra a anorexia”, lançado nesta quinta-feira, ela conta os altos e baixos da doença - e eles são muitos.
Fernanda conversou por telefone com Marie Claire Online e revelou as partes mais difíceis dessa luta contra os próprios pensamentos. Confira:Marie Claire - No livro, você diz que a sua anorexia foi desencadeada por um diagnóstico de hipoglicemia. Como isso pode acontecer?Fernanda do Valle - Eu tenho transtorno alimentar desde os 12 anos, mas convivi com ele por anos e minha família nunca notou. Quando comecei essa dieta (o médico havia cortado doces, açúcares, frituras e carboidratos de farinha branca), eu fiquei sem opções. Aí eu perdi a mão de vez.MC - Como eram os seus pensamentos em relação à comida?FV - Meu pensamento sempre foi obsessivo pela magreza. Meu pai e minha irmã mais velha tinham sobrepeso e, no pânico de engordar, eu tentava criar uma margem de segurança de magreza. Eu sabia o valor nutricional de cada alimento. No final do dia, fazia a conta para ver se batia com o que eu queria. Então, programava o dia seguinte.
MC - Como era a sua alimentação?
FV - Eu fazia tudo errado. Ficava muito tempo sem me alimentar e, quando comia, perdia a mão e comia demais. Chegava a fazer 24 horas sem comer. Toda segunda-feira começava um regime novo, sempre por conta. Além disso, comia e ia correndo para a academia queimar o que havia ingerido. Comer de três em três horas só entrou na minha vida depois do tratamento contra a anorexia.
MC - Qual foi o seu menor peso?
FV - Eu cheguei a pesar 41 kg.
MC - Por que você acha que teve tantos altos e baixos no tratamento?
FV - Porque os pensamentos obsessivos são muito fortes. Eu estava vendo uma cena na novela (“Viver a Vida”, da TV Globo) em que a Bárbara Paz dizia “eu quero melhorar, mas não consigo”, e eu senti aquilo dentro de mim. Você tem a consciência, mas a doença é muito forte. Depois que você aceita (se tratar), ainda tem de lutar contra os seus pensamentos.MC - O que você sentia quando ganhava peso?
FV - Eu tinha muito medo de perder o controle. Sonhava que acordava e não conseguia levantar da cama de tão gorda que estava. Pensava que as pessoas não gostariam de mim se fosse gorda.MC - Você tinha medo de perder o amor do seu namorado?
FV - Na época eu estava tão egoísta e obsessiva comigo que eu nem pensava nos outros. O problema era comigo mesma. Ele me pedia para ganhar peso, pois havia me conhecido com 10 quilos a mais, mas eu não dava bola.
MC - Por que os outros não percebiam o que se passava?
FV - Eu era uma bela de uma atriz. Não fazia a compensação na frente dos outros. Às vezes dava desculpas como “já comi no colégio”, “jantei em casa”, “estou com dor de garganta”. Desculpas existem muitas.MC - Você se considera uma pessoa ansiosa?
FC - Sim, eu ainda me considero uma pessoa muito ansiosa. Tenho que me vigiar para não fazer três coisas ao mesmo tempo, não puxar o laptop quando estou comendo, não levantar. Tenho dificuldade de slow-down.MC - Você se pesava muitas vezes?FC - Muitas vezes por dia! Eu tinha balança em casa e, se passava na farmácia, parava para me pesar. Pesava antes e depois da atividade física. Eu era obcecada pelo número. Hoje me peso só na nutricionista.
MC - Como você se via?
[ continuar a ler aqui na revista Marie Claire on line]LIVRO: "Eu, ele e a enfermeira... na luta contra a anorexia"
AUTORA: Fernanda do Valle
EDITORA (Brasil): Clio
Fernanda conversou por telefone com Marie Claire Online e revelou as partes mais difíceis dessa luta contra os próprios pensamentos. Confira:Marie Claire - No livro, você diz que a sua anorexia foi desencadeada por um diagnóstico de hipoglicemia. Como isso pode acontecer?Fernanda do Valle - Eu tenho transtorno alimentar desde os 12 anos, mas convivi com ele por anos e minha família nunca notou. Quando comecei essa dieta (o médico havia cortado doces, açúcares, frituras e carboidratos de farinha branca), eu fiquei sem opções. Aí eu perdi a mão de vez.MC - Como eram os seus pensamentos em relação à comida?FV - Meu pensamento sempre foi obsessivo pela magreza. Meu pai e minha irmã mais velha tinham sobrepeso e, no pânico de engordar, eu tentava criar uma margem de segurança de magreza. Eu sabia o valor nutricional de cada alimento. No final do dia, fazia a conta para ver se batia com o que eu queria. Então, programava o dia seguinte.
MC - Como era a sua alimentação?
FV - Eu fazia tudo errado. Ficava muito tempo sem me alimentar e, quando comia, perdia a mão e comia demais. Chegava a fazer 24 horas sem comer. Toda segunda-feira começava um regime novo, sempre por conta. Além disso, comia e ia correndo para a academia queimar o que havia ingerido. Comer de três em três horas só entrou na minha vida depois do tratamento contra a anorexia.
MC - Qual foi o seu menor peso?
FV - Eu cheguei a pesar 41 kg.
MC - Por que você acha que teve tantos altos e baixos no tratamento?
FV - Porque os pensamentos obsessivos são muito fortes. Eu estava vendo uma cena na novela (“Viver a Vida”, da TV Globo) em que a Bárbara Paz dizia “eu quero melhorar, mas não consigo”, e eu senti aquilo dentro de mim. Você tem a consciência, mas a doença é muito forte. Depois que você aceita (se tratar), ainda tem de lutar contra os seus pensamentos.MC - O que você sentia quando ganhava peso?
FV - Eu tinha muito medo de perder o controle. Sonhava que acordava e não conseguia levantar da cama de tão gorda que estava. Pensava que as pessoas não gostariam de mim se fosse gorda.MC - Você tinha medo de perder o amor do seu namorado?
FV - Na época eu estava tão egoísta e obsessiva comigo que eu nem pensava nos outros. O problema era comigo mesma. Ele me pedia para ganhar peso, pois havia me conhecido com 10 quilos a mais, mas eu não dava bola.
MC - Por que os outros não percebiam o que se passava?
FV - Eu era uma bela de uma atriz. Não fazia a compensação na frente dos outros. Às vezes dava desculpas como “já comi no colégio”, “jantei em casa”, “estou com dor de garganta”. Desculpas existem muitas.MC - Você se considera uma pessoa ansiosa?
FC - Sim, eu ainda me considero uma pessoa muito ansiosa. Tenho que me vigiar para não fazer três coisas ao mesmo tempo, não puxar o laptop quando estou comendo, não levantar. Tenho dificuldade de slow-down.MC - Você se pesava muitas vezes?FC - Muitas vezes por dia! Eu tinha balança em casa e, se passava na farmácia, parava para me pesar. Pesava antes e depois da atividade física. Eu era obcecada pelo número. Hoje me peso só na nutricionista.
MC - Como você se via?
[ continuar a ler aqui na revista Marie Claire on line]LIVRO: "Eu, ele e a enfermeira... na luta contra a anorexia"
AUTORA: Fernanda do Valle
EDITORA (Brasil): Clio
2 comments:
Ola ex-ana!
Que bom que gostou do poema...eu o coloquei la pois ficamos sabendo na terca-feira que vai ser um menino!
Olha, li hoje num jornal brasileiro a seguinte noticia sobre transt. alimentares: "Meninas que emagrecem demais podem ter osteoporose, diz estudo" http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/efe/2010/01/06/meninas-que-emagrecem-demais-podem-ter-osteoporose-diz-estudo.jhtm
Este assunto 'e meio conhecido, mas voltou a comunicacao social.
Beijocas e tudo de bom
Ola Vanessa!
parabéns pela notícia.
Sobre a notícia da osteoporose acabou por me conduzir a uma página do King's College London que está muito bem feita e tem imensa informação. E também inúmeros links classificados entre eles o da Melissa de que dou nota no post acima.
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